terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Presidente minimiza falhas do Enem na saída de Haddad

A presidente Dilma Rousseff usou solenidade no Planalto para elogiar o Enem e blindar Fernando Haddad, que deixa o Ministério da Educação para disputar a Prefeitura de São Paulo. O Enem apresentou problemas, como vazamento de questões, e se tornou marca negativa da gestão de Haddad. Dilma reconheceu que o Enem tem problemas, mas "é um grande caminho". "Nós somos seres humanos. Quando tem erros a gente tem de aprimorar. Ninguém está dizendo que nada é perfeito."

Dilma lança "vacina eleitoral" para Enem

Na saída de Fernando Haddad da pasta da Educação para disputar Prefeitura, presidente cria discurso de defesa do controverso exame

Tânia Monteiro, Rafael Moraes Moura,

BRASÍLIA - Para tentar imunizar o candidato petista à Prefeitura de São Paulo de críticas durante a campanha eleitoral, a presidente Dilma Rousseff usou cerimônia ontem no Planalto para elogiar o Exame Nacional de Ensino Médio (Enem) e, com isso, procurar blindar Fernando Haddad, que deixa hoje o Ministério da Educação.

Na solenidade, que marcou a despedida de Haddad do cargo, a presidente não apenas elogiou o ministro, como aproveitou para fazer a defesa do Enem. A prova foi alvo de erros e problemas, como o vazamento de questões, e transformou-se em marca negativa da gestão de Haddad que os adversários pretendem atacar.

"É a forma mais democrática de acesso dos jovens brasileiros ao ensino universitário", afirmou Dilma sobre o Enem. "É um exemplo da determinação do ministro Fernando Haddad no sentido de assegurar uma transformação e uma "deselitização" do ensino universitário no País."

Para afastar o fantasma do Enem, o governo federal fará duas edições do exame só em 2013, o que evitaria desgastes para Haddad na disputa. Neste ano, a edição de abril foi cancelada e haverá provas apenas em novembro, após um eventual segundo turno das eleições.

Dilma reconheceu que o Enem enfrenta problemas, mas afirmou que ele "é um grande caminho" e classificou o vestibular como "sistema antigo e antiquado" e "elitista". Para justificar os problemas do Enem, a presidente comentou: "Nós somos seres humanos. Quando tem erros, a gente tem de aprimorar; ninguém está dizendo que nada é perfeito; está dizendo que (o Enem) é um grande caminho".

Numa cerimônia esvaziada pelo recesso parlamentar, a ponto de cadeiras vazias terem sido recolhidas do salão do Palácio, e marcada pela ausência da senadora Marta Suplicy (PT-SP), que também desejava concorrer à Prefeitura, Haddad disse que era "justo poder celebrar a conclusão de um ciclo".

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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