quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Recife: Oposições entre aguardar ou não o rumo do PT

Partidos intensificam articulações para definição de uma estratégia eleitoral, mas há divergência sobre o “tempo” da decisão

Ayrton Maciel

Com janeiro terminando, Carnaval chegando, março beirando à porta, o PT em ebulição e a Frente Popular dispersa, as oposições resolveram intensificar as conversas sobre o melhor caminho – estratégico e tático – para derrotar o candidato ou os candidatos da aliança governista no Recife, nas eleições de outubro. O bloco de oposições formado pelo PMDB, DEM, PPS e PMN – o PSDB está excluído por já ter apresentado o deputado estadual Daniel Coelho como seu candidato –, vai multiplicar as negociações para tentar superar diferenças e consolidar uma posição, que pode ser a candidatura única ou dois candidatos. Para aparar as diferenças, o senador Jarbas Vasconcelos (PMDB) vai entrar como moderador das negociações, após o Carnaval.

Com três pré-candidatos colocados há algum tempo – os deputados federais Mendonça Filho (DEM) e Raul Henry (PMDB) e o ex-deputado Raul Jungmann (PPS) –, o primeiro passo da nova fase será conseguir conciliar o time das oposições que definirá se vão atacar em bloco ou por um único front. Ontem, Henry e Jungmann defenderam que o bloco busque a construção de uma unidade de ação, mas deixe a definição sobre um ou dois candidatos - mais o do PSDB - para depois que o PT e a Frente Popular decidirem se sairão com uma ou múltiplas candidaturas. Mendonça Filho concorda em esperar, mas não em atrelar o tempo das oposições ao tempo dos governistas.

“Queremos construir um caminho conjunto. A oposição e o governo podem ter um ritmo de decisão semelhante, porém, a oposição não pode ficar a reboque de João da Costa (prefeito, PT) e seus aliados. O saco de gatos é grande por lá. Quando será o desfecho? Pode-se aguardar, mas não condicionar nossa posição a isso”, pregou o democrata. Estrategicamente, a opinião conflita com a dos aliados. “Não haverá definição do lado da oposição. Vamos esperar o candidato do PT/governo. Depois que eles decidirem, a gente decide o nosso. Não temos prazo. Jarbas será o articulador e moderador da escolha”, pondera Jungmann. “Existe a possibilidade de chegarmos a uma candidatura única, mas podem ser duas ou três. Do outro lado tem as máquinas (governos municipal, estadual e federal), o ex-presidente Lula. Nossa percepção é que será João da Costa (o candidato). A definição fica para depois. Jarbas terá um papel importante”, reforçou Henry.

Depois de um 2011 marcado pelo marasmo, que a Mesa da Unidade (tentativa de gerar fatos e colocar na berlinda a gestão João da Costa) não conseguiu colocar para o povo as oposições como porta-voz de mudanças, os partidos querem demonstrar que as diferenças não são razões para impedir a unidade. Animados pela pesquisa Instituto Maurício de Nassau/JC, publicada no último domingo, a ideia é propagar a cidade como prioridade. “Há um clima bom. Cada partido tem seu projeto, mas não há conflito”, disse Henry. “Vejo a chance de uma unidade por um nome. Temos conversado com espíritos desarmados”, moderou Mendonça.

FONTE: JORNAL DO COMMERCIO (PE)

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