quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

PT retribui o apoio de Marta com cargo

Gabriel Mascarenhas

De olho no eleitorado da senadora Marta Suplicy em São Paulo, o PT decidiu mantê-la na vice-presidência do Senado, rasgando o acordo feito no ano passado, que previa a substituição dela pelo senador José Pimentel (PT-CE). Em contrapartida, a legenda tem o compromisso de que Marta trabalhará para eleger Fernando Haddad, pré-candidato da sigla à prefeitura paulistana.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva teria intercedido nos bastidores para convencer Pimentel a ceder a cadeira que lhe havia sido prometida, garantindo um reforço significativo à campanha de Haddad. Ainda ontem, o PT elegeu o novo líder na Casa, o senador Walter Pinheiro (BA), beneficiado pela desistência do colega Wellington Dias (PI), que abriu mão de concorrer à liderança.

Após a reunião que selou a "revisão" do acordo, os discursos tinham dois objetivos: enaltecer o suposto desapego de José Pimentel e de Wellington Dias e tentar desconstruir a tese de que a manutenção de Marta seria uma exigência dela para se engajar na campanha municipal em São Paulo. "Só o fato de Marta renunciar à candidatura (à prefeitura de São Paulo) já demonstra o envolvimento na campanha de Haddad", afirmou Walter Pinheiro. Já o presidente do PT, Rui Falcão, um dos presentes ao encontro, foi mais enfático: "Quem fala pelo PT é o presidente do PT. E Marta sempre esteve engajada em todas as nossas campanhas, mesmo quando não era candidata. Não há condição, imposição ou dúvida sobre a participação dela na campanha".

Marta negou que tenha exigido permanecer na Mesa do Senado em troca da promessa de trabalhar por Haddad e argumentou que começará a atuar na campanha quando "fizer a diferença". "Vou na hora que a campanha começar. Por enquanto, não começou." Calado durante a entrevista coletiva depois da reunião, o senador José Pimentel foi sucinto quando questionado sobre seu posicionamento diante da opção do partido de não alçá-lo ao posto de Marta: "A decisão foi por unanimidade, pronto".

Mas o recuo em benefício do partido poderá ser capitalizado pelo senador cearense durante as eleições municipais. O apoio à manutenção de Marta, em nome da unidade partidária, serve como carta na manga para Pimentel pressionar o PT a apoiá-lo como candidato à prefeitura de Fortaleza, caso se lance ao cargo.

Comissões

A revisão dos compromissos firmados no ano passado também manteve inalteradas duas presidências de comissões da Casa. Delcídio Amaral (MS) continua à frente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), em vez de ser substituído por Eduardo Suplicy (SP), como fora acordado em 2011. O rodízio também previa que Ana Rita (ES) assumiria a Comissão de Direitos Humanos, comandada por Paulo Paim (RS), senador que permanecerá no posto.

"A bancada reconhece que houve o acordo, mas avaliou o momento, a conjuntura, e fez uma revisão. O acordo caiu. Quem está na cadeira vai permanecer nela. Mais à frente, conversaremos com os quatro (Paim, Suiplicy, Ana Rtia e Delcídio) sobre as comissões", afirmou o novo líder do partido no Senado, Walter Pinheiro (BA). (GA)

No DEM, ACM Neto é o fiel da balança

Apesar de negar que pretende entrar na disputa pela recondução da liderança do DEM na Câmara, o deputado ACM Neto (BA) é tido pelos companheiros como nome certo no comando da legenda. "Existe um grupo grande que quer a continuidade de ACM Neto. Darei apoio integral a ele", ressaltou o deputado Mendonça Prado (SE). "Hoje, o ACM tem maioria.

É um caminho para se ter unidade dentro da bancada", acrescentou Efraim Filho (PI). Os dois estão de olho na possibilidade de ganhar apoio do próprio ACM Neto caso ele decida não entrar na disputar para se dedicar exclusivamente à campanha pela prefeitura de Salvador.

A decisão deve sair apenas na próxima semana, em reunião de bancada prevista para a quarta-feira. O deputado Pauderney Avelino (AM), pré-candidato à prefeitura de Manaus, quer o posto de ACM Neto.

FONTE: CORREIO BRAZILIENSE

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