domingo, 22 de abril de 2012

Impunidade marca envolvidos na Monte Carlo


Vários personagens da operação que atingiu Demóstenes Torres são antigos frequentadores do noticiário policial

Fernanda Krakovics

BRASÍLIA. Com exceção do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO), não há surpresas, até agora, na operação Monte Carlo, da Polícia Federal. Grande parte de seus principais personagens é veterana nas páginas policiais, a ponto de o próprio inquérito lamentar, em um trecho, a impunidade. Preso no atual escândalo de corrupção, que arrasta políticos e empresários, Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, ficou conhecido nacionalmente em 2004, na primeira crise do governo Lula, e foi alvo das CPIs dos Bingos, no Senado; e da Loterj, na Assembleia Legislativa do Rio. Agora, ganhou uma CPI mista com seu próprio nome, no Congresso.

Em março último, a Justiça do Rio condenou Cachoeira e o ex-presidente da Loterj Waldomiro Diniz por corrupção e crime contra a Lei de Licitações. Em vídeo divulgado em 2004, mas gravado dois anos antes, o então presidente da Loterj aparece negociando propina com o bicheiro. Quando as imagens foram exibidas, Waldomiro trabalhava no Palácio do Planalto, como subchefe de Assuntos Parlamentares da Casa Civil, comandada à época por José Dirceu. O escândalo sacudiu o governo Lula.

Outro citado na operação Monte Carlo, Francisco Marcelo Queiroga, apontado pela Polícia Federal como chefe de uma quadrilha que explora o jogo ilegal no entorno do Distrito Federal, teve seu indiciamento pedido pela CPI do Narcotráfico, da Câmara dos Deputados, no ano 2000.

Jogo e narcotráfico se misturam nos negócios

De acordo com a Comissão Parlamentar de Inquérito, Queiroga era sócio de José Carlos Gratz, então presidente da Assembleia Legislativa do Espírito Santo e acusado de comandar o jogo ilegal naquele estado. E teria, ainda de acordo com a CPI do Narcotráfico, ligações com o Cartel de Cali, na Colômbia.

O inquérito da operação Monte Carlo afirma que a família Queiroga está envolvida "há anos" com a exploração de jogos de azar. Teria se mudado do Espírito Santo para Goiás e Distrito Federal. A quadrilha estaria envolvida em esquemas de corrupção de funcionários públicos, policiais militares e civis de Goiás.

"Como vimos, infelizmente, as ações criminosas continuam na região, pois lá atrás, janeiro de 2008, a Polícia Federal de Brasília e o Ministério Público de Goiás já haviam fechado três casas de bingo em Valparaíso de Goiás, apreendendo, no total, 340 máquinas caça-níqueis, R$ 220 mil em dinheiro e outros R$ 255 mil em cheques", afirma trecho do inquérito da PF.

FONTE: O GLOBO

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