quinta-feira, 24 de maio de 2012

Crédito cresce de 10% a 15% este ano, diz BNDES

Para o presidente do banco, Luciano Coutinho, ritmo segue mais rápido que a expansão do PIB e alta pode ser ainda maior com queda na inadimplência

Vinicius Neder

RIO - A taxa de expansão do crédito na economia deverá ficar entre 10% e 15% neste ano, na avaliação do presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. O ritmo de expansão, segundo Coutinho, segue mais rápido que o crescimento da economia, permitindo aumento da participação do crédito no Produto Interno Bruto (PIB), e poderá voltar a subir com uma queda na inadimplência.

"O crédito chegou a se expandir a 27%, 30%, taxas muito elevadas. Agora, ele tem condição de se expandir de maneira saudável a taxas entre 10% e 15%, dependendo da modalidade", disse Coutinho, após participar da abertura do seminário Saúde, Cidadania e Desenvolvimento, promovido pelo Centro Internacional Celso Furtado, no Rio.

Além disso, o movimento de redução dos spreads (diferença entre o custo de captação dos bancos e as taxas de juros cobradas ao consumidor final) deverá se consolidar, incluindo os bancos privados.

Segundo Coutinho, o sistema bancário nacional tem condições de expandir o crédito de maneira saudável e sustentável, "sem bolhas". A expansão pode voltar a taxas maiores à medida que a inadimplência caia, com as dívidas atuais sendo "recicladas". Uma queda na inadimplência, com a manutenção dos níveis de emprego e renda, também permitirá spreads menores.

"A economia tenderá a crescer mais fortemente nos próximos meses, facilitando a redução da inadimplência e regularizando a capacidade de o sistema de crédito dar passos adicionais em termos de redução do spread."

Aportes. O BNDES precisará de mais recursos para fomentar o aumento do investimento na economia este ano. Segundo Coutinho, os novos aportes, do total de R$ 45 bilhões anunciado em abril, serão necessários para desembolsar valor pouco acima de R$ 150 bilhões neste ano, dos quais R$ 59 bilhões apenas em projetos de infraestrutura.

Ontem, em discurso na abertura do seminário, Coutinho destacou a importância de apoiar a consolidação da cadeia produtiva da saúde e de usar o poder de compra do sistema de saúde para o desenvolvimento tecnológico. Como exemplo de ação do BNDES, Coutinho citou a ampliação do programa Profarma. "Temos buscado apoiar o desenvolvimento de uma cadeia de empresas de capital nacional que possa desenvolver inovações aqui no Brasil."

Em março, o BNDES apoiou a criação da BioBrasil, empresa de medicamentos que terá como sócios tradicionais fabricantes do setor (Aché, EMS, União Química e Hypermarcas) e fabricará medicamentos biológicos. Um segundo grupo de empresas (Biolab, Cristália, Libbs e Eurofarma) também estuda investir.

Caixa corta juro na compra de veículos

A Caixa Econômica Federal anunciou ontem mais uma rodada de corte de juro nos financiamentos para a compra de veículos. A medida beneficia a aquisição de carros novos e usados. Segundo comunicado do banco, o juro mínimo para veículos novos caiu de 0,89% ao mês para 0,75%. Já a taxa máxima passou de 2,25% para 1,65% mensal. Para os carros usados, a maior taxa diminuiu de 2,25% para 1,75%. As novas condições valem a partir de amanhã, beneficiando todos os clientes, afirma a Caixa.

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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