quinta-feira, 24 de maio de 2012

Para Krugman, Europa não deve temer a inflação

Economista defende afrouxamento da política monetária

BERLIM. Em entrevista à revista alemã "Der Spiegel", o prêmio Nobel de Economia Paul Krugman afirmou que não é hora de se preocupar com dívida e inflação. Para salvar a zona do euro, disse, o Banco Central Europeu (BCE) precisa afrouxar a política monetária, e a Alemanha, deixar a austeridade de lado. "Precisamos ver uma inflação acima de 3% nos próximos cinco anos".

Para Krugman, as políticas de crescimento que vêm sendo discutidas pela União Europeia (UE) equivalem a usar "uma pistola d"água contra um rinoceronte". Sobre a Grécia, ele disse não ver alternativa senão o país deixar a zona do euro. Mas admitiu que isso poderá provocar uma corrida bancária em outros países periféricos do bloco, já que o precedente terá sido estabelecido.

Com relação à austeridade defendida pela Alemanha, Krugman disse que a experiência já dura dois anos e meio, e o único resultado foi o elevado desemprego - na Espanha, atingiu 24%. "Com o desemprego nesse patamar, o estrago é cumulativo. As vidas das pessoas estão sendo destruídas."

Para Krugman, a Alemanha tem de permitir que o BCE relaxe no controle da inflação. "Nada de subir as taxas de juros ao menor sinal de inflação", afirmou. "Emprestem abertamente a governos e bancos." Ele disse que a atuação do BCE equivaleria às medidas de estímulo do governo americano. Perguntado se isso não incharia ainda mais os déficits orçamentários, Krugman citou o economista John Maynard Keynes: "É na expansão, não na desaceleração, que se deve adotar políticas de austeridade."

FONTE: O GLOBO

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