sexta-feira, 4 de maio de 2012

Freire: Redução no rendimento da caderneta prejudica poupadores de classes populares

"Governo opta pelo setor financeiro em detrimento dos ganhos dos poupadores"

Por: Luís Zanini

O presidente nacional do PPS, deputado Roberto Freire (SP), disse, na noite nesta quinta-feira, que o partido é contra a mudança do cálculo de rendimento da caderneta de poupança e que vai avaliar melhor a alteração de ganhos da aplicação mais popular do país proposta pelo governo.

Segundo a nova regra, haverá um redutor, a ser acionado sempre que a taxa básica de juros do Banco Central, a Selic, for igual ou inferior a 8,5% ao ano --hoje ela está em 9%.

Neste caso, as novas cadernetas de poupança e novos depósitos terão seus rendimentos calculados com base em 70% da Selic, acrescidos da TR (Taxa Referencial). Enquanto a taxa do BC estiver acima de 8,5%, nada muda, inclusive para as novas poupanças, que continuam a ter uma correção de 6,17% ao ano mais TR como prevê o modelo atual.

“Vamos estudar as medidas apresentadas, mas o PPS mantém posicionamento contrário à mudança das regras do rendimento da caderneta de poupança porque isso poderá resultar em graves prejuízos aos poupadores das classes populares”, disse Freire. "Como sempre, a escolha do governo Lula/Dilma é pelo setor financeiro e seus ganhos em detrimento dos ganhos dos pequenos poupadores", declarou o presidente do PPS.

Segundo ele, a cautela do partido deve-se a “momentos distintos” em que a poupança foi alvo de ações do governo. Em 1990, com o confisco promovido pelo então presidente Fernando Collor e que não conseguimos deter e em 2009, quando o ex-presidente Lula cogitou mudar a remuneração e recuou diante da repercussão negativa da medida.

“Lula tentou mudar e foi barrado pela reação da sociedade e da campanha nacional promovida pelo PPS em defesa da caderneta de poupança. A proposta era a configuração clara da subalternidade do governo aos interesses dos especuladores/investidores e de manutenção dos ganhos fáceis do sistema financeiro”, lembrou Freire.

Para o presidente do PPS, a mudança atende agora uma “nova realidade”, já que há risco evidente de o país “mergulhar em uma crise econômica muita séria”. “A oposição e o PPS estão levando isso em consideração, por isso a nossa prudência em ser contra a mexida”, disse.

FONTE: PORTAL DO PPS

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