sábado, 2 de junho de 2012

Decisão foi precedida por reuniões com petistas

Maria Cristina Frias, Catia Seabra

BRASÍLIA- Uma série de reuniões antecedeu a decisão da J&F anunciada ontem.

Antes da rescisão, o presidente da holding, Joesley Batista, reuniu-se com o ministro Guido Mantega (Fazenda) e com parlamentares do PT.

A maratona incluiu um encontro com o deputado Cândido Vaccarezza (PT-SP), membro da CPI do Cachoeira, num hotel de São Paulo, quatro dias antes de a comissão quebrar o sigilo da Delta.

Joesley também esteve com o sócio majoritário da Delta, Fernando Cavendish.

O empresário disse a interlocutores que não queria assumir dívidas para financiar uma empresa sob suspeita.

À Folha, reconheceu que a iminente declaração de inidoneidade poderia abalar a saúde financeira da empresa, dificultando o crédito.

"Os bancos vão continuar dando crédito a uma empresa inidônea? (...) Uma empresa construtora declarada inidônea deve ser uma situação difícil", disse Joesley.

Ele também afirmou ser "injusto" dizer que a empreiteira seja foco exclusivo de sua recente movimentação política. "Sou o presidente de uma holding que é a terceira maior do país. Estamos atrás só de Vale e Petrobras. Temos negócio em todas as áreas de governo. Não se pode imaginar que minha agenda gire em torno de Delta."

Ele também disse ter negócios em Goiás que podem levá-lo a conversar com o governador Marconi Perillo. "Eu não vou poder visitar porque estou fazendo lobby? Não."

FONTE: FOLHA DE S. PAULO

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