terça-feira, 5 de junho de 2012

Mercado diminuiu projeção de crescimento do país para 2,72%

Analistas também estimaram que a inflação será menor este ano: 5,15%

O mercado reduziu a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, após a divulgação do resultado quase estagnado da economia durante o primeiro trimestre. Segundo o boletim Focus, divulgado pelo Banco Central ontem, os analistas do mercado financeiro esperam agora que o PIB brasileiro cresça 2,72%, em vez dos 2,99% que previam na semana passada.

Na sexta-feira, o IBGE informou que a economia registrou no primeiro trimestre do ano expansão de apenas 0,2% frente aos três últimos meses de 2011, com queda forte da agropecuária e do investimento. Na comparação com o mesmo período do ano passado, a economia cresceu 0,8%. Foi a quarta semana consecutiva em que o mercado revisou para baixo sua expectativa para o PIB. Em 4 de maio, esperava-se que a expansão fosse de 3,23% no ano, mas a série de resultados negativos da economia divulgados desde então derrubou as previsões. Os analistas reiteraram, porém, a estimativa para o avanço do PIB do ano que vem em 4,5%.

Câmbio deve manter-se estável com dólar a R$ 1,90

O mercado também manteve a perspectiva para a Selic neste ano em 8%, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter levado a taxa básica de juros para o menor nível histórico na semana passada (8,5%), deixando a porta aberta para mais cortes. Até então, o menor nível alcançado pela taxa era de 8,75%.

Com expectativa de economia mais fraca, a previsão para a inflação oficial, o IPCA, caiu de 5,17% para 5,15% ao ano. A previsão para o câmbio ao fim do ano manteve-se estável, com o dólar fechando o período valendo R$ 1,90. O mercado financeiro estima que a moeda americana estará cotada também a esse valor na média do ano. Há uma semana, a expectativa era de que o dólar estivesse a R$ 1,87.

Apesar de uma expectativa de inflação oficial mais baixa, o Índice de Preços ao Consumidor (IPC-S), que mede a inflação semanalmente, aumentou em quatro das sete capitais pesquisadas, na última semana de maio, informou ontem a Fundação Getulio Vargas (FGV). A maior alta foi observada em Salvador, onde a taxa variou 0,18 ponto percentual, ao passar de 0,83%, na terceira semana de maio, para 1,01%, na quarta. Também foram registrados acréscimos na inflação no Rio de Janeiro (de 0,4% para 0,46%), em Recife (de 0,8% para 0,86%) e em São Paulo (de 0,41% para 0,43%). As demais cidades apresentaram as seguintes reduções: Brasília (de 0,41% para 0,4%), Belo Horizonte (de 0,48% para 0,39%) e Porto Alegre (de 0,46% para 0,4%).

Na média nacional, o IPC-S fechou o mês de maio com variação de 0,52%. O resultado é 0,02 ponto percentual superior ao da apuração passada.

Já o crédito, que está sendo usado para impulsionar a economia cresceu este ano. As concessões de crédito imobiliário com recursos da poupança somaram R$ 23,3 bilhões nos quatro primeiros meses de 2012, montante 5,2% maior frente ao mesmo período no ano passado, informou, ontem, a Abecip, associação que representa o setor no país. O valor equivale ao financiamento de 137,3 mil unidades no quadrimestre, número 4,9% menor em relação ao mesmo intervalo em 2011, refletindo os preços dos imóveis em alta.

Se considerado apenas o mês de abril, entretanto, houve queda de 7% no volume de recursos concedidos na comparação com o mesmo mês de 2011, somando R$ 5,7 bilhões. Em número de unidades, foram financiados 32,5 mil imóveis em abril, 16% na mesma comparação.

Já o total concedido nos 12 meses até abril atingiu R$ 81 bilhões, alta de 27% sobre um ano antes, enquanto o número de unidades foi 8% superior, em 485,9 mil.

FONTE: O GLOBO

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