quarta-feira, 13 de junho de 2012

PSB deve romper aliança com PT em Recife

Com petistas divididos, Eduardo Campos pretende lançar candidato próprio, mas ainda terá conversa decisiva com Lula

Letícia Lins, Tatiana Farah e Sérgio Roxo

RECIFE e SÃO PAULO . Descrente de que o PT conseguirá se unir em torno de uma candidatura a prefeito de Recife, o governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, está prestes a lançar um nome de seu partido para disputar a eleição, acabando com a coligação entre petistas e socialistas na capital pernambucana. Na próxima sexta-feira, Campos terá um encontro decisivo com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em São Paulo, para tentar solucionar o impasse. Em seu Twitter, o jornalista Ricardo Noblat informou que Campos convenceu Lula de que é preciso conversar mais para se tentar obter uma solução. Sem a unidade petista, acredita Campos, será inviável manter a Frente Popular que elegeu o atual prefeito, João da Costa (PT).

Só falta a Campos decidir quem será o candidato do PS B, entre os quatro secretários que ele exonerou com esse objetivo. Ontem, enquanto o senador Humberto Costa (PT-PE) - candidato imposto pela Executiva Nacional petista para ser o candidato a prefeito - se reunia em São Paulo com Lula, Campos recebia a imprensa no Palácio do Campo das Princesas, sede do governo de Pernambuco, e demonstrou sua preocupação com a crise do PT. O diretório municipal petista, em prévias internas, aprovou a candidatura à reeleição de João da Costa. Mas a decisão foi anulada pelo PT nacional, que impôs o nome de Humberto Costa. O atual prefeito, porém, ainda tem esperanças de ser o candidato e pretende recorrer à Justiça.

Campos foi eleito com o apoio de 16 legendas, inclusive o PT, que integra o seu governo. Nos últimos quatro anos, recebeu a adesão de mais três partidos, o PV, o PTL e o PSD. Até ontem, Campos trabalhava com quatro opções dentro do PSB: Danilo Cabral (ex-secretário de Educação e de Cidades), Sileno Guedes (Articulação Social e Regional), Tadeu Alencar (Casa Civil) e Geraldo Júlio (Desenvolvimento Econômico). Dos quatro, só os dois primeiros têm experiência nas urnas. O primeiro foi vereador e é deputado federal. O segundo foi vereador, é amigo de Campos desde os tempos de universidade e está no governo do PSB desde a última gestão do ex-governador Miguel Arraes, avô de Campos.

O governador acredita que não há como unir a Frente Popular se não houver unidade interna no PT:

- Os partidos da Frente tiveram o zelo de não entrar no debate interno do PT. Agora é hora de ouvi-los. O debate (dentro do PT) se arrastou além do tempo previsto, chegou a prazos legais e não se imaginava que ia chegar até aí - disse, ontem, Campos.

Em São Paulo, PSB vai apoiar Fernando Haddad

Em São Paulo, o PSB bateu o martelo ontem e vai apoiar a candidatura do ex-ministro Fernando Haddad, do PT, à prefeitura de São Paulo. Eduardo Campos anunciará a aliança na sexta-feira, ao lado de Lula. O PSB deverá indicar o nome para vice. Ex-prefeita de São Paulo (1989-1992) e fundadora do PT, a deputada Luiza Erundina (PSB) foi convidada pela cúpula socialista, mas ainda não se decidiu.

A aliança com o PSB é a primeira fechada por Haddad e pode somar mais de um minuto ao tempo de TV no horário eleitoral. O PT espera receber ainda o apoio do PCdoB, que tem cerca de 30 segundos. Assim, Haddad poderá ficar com mais de seis minutos no horário eleitoral.

FONTE: O GLOBO

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