domingo, 10 de junho de 2012

PT promete encerrar novela do vice em BH

Dos sete nomes registrados, só três devem ser submetidos à votação dos delegados. Se for necessário, o segundo turno será feito ainda hoje. Deputado Miguel Corrêa Jr. é o favorito

Juliana Cipriani

O prefeito de Belo Horizonte, Marcio Lacerda (PSB), vai conhecer hoje o nome do vice-prefeito que pode acompanhá-lo por mais quatro anos de mandato, caso consiga viabilizar a reeleição da chapa PSB-PT em outubro. Depois de muita especulação, a corrida pela vaga começa com desfalques, já que quatro dos sete inscritos na quarta-feira não devem nem dar a largada na competição. As conversas avançaram pela madrugada de hoje para fechar em três nomes a votação no encontro do PT que acontece hoje: do ex-procurador do município Marco Antônio de Rezende Teixeira, do deputado federal Miguel Corrêa Jr. e do ex-superintendente da Fundação Municipal de Parques e Jardins Luiz Gustavo Fortini.

Apesar da indefinição nas últimas semanas, há possibilidade de a votação ser decidida em apenas um turno. Caso isso não ocorra, uma segunda votação será feita ainda hoje, conforme o prazo estabelecido pela legenda e o desejo das principais lideranças. O deputado federal Miguel Corrêa Jr. é apontado como o favorito. Se não houver traição, ele tem maioria numérica dos delegados e pode chegar aos 270 votos, o que lhe daria uma vitória em primeiro turno. Indo para uma segunda etapa, ele pode ter a simpatia dos contrários a um nome vinculado ao governo Lacerda, o que também lhe tornaria favorito. Nos bastidores, é o único que estaria disposto a levar a disputa até o fim.

Tanto empenho encontra respaldo nos planos políticos do parlamentar. Trabalhando para concorrer à prefeitura em 2016, Miguel Corrêa poderia antecipar sua trajetória, caso se confirme uma candidatura de Marcio Lacerda ao governo do estado em 2014. Também é o preferido dos tucanos por ter um perfil mais conciliador. O prefeito Marcio Lacerda, no entanto, trabalha nos bastidores para emplacar Marco Antônio de Rezende, que foi seu procurador e do governo do petista Fernando Pimentel.

O grupo dos candidatos colocados como técnicos se reuniu ontem mais uma vez para tentar chegar a um nome de consenso. Na quarta-feira, conforme informou o Estado de Minas, Marco Antônio, os ex-secretários de Políticas Sociais Jorge Nahas e de Obras Murilo Valadares o deputado estadual Paulo Lamac, o líder do governo Tarcísio Caixeta e o presidente da Prodabel ,Paulo Moura, se encontraram numa cervejaria para tentar um acordo no qual o ex-procurador seria o nome ideal. Mas, apesar do apelo por Marco Antônio, até a noite de ontem o deputado federal Virgílio Guimarães insistia em colocar o seu candidato, o ex-secretário de Obras Murilo Valadares, como o candidato único. Já eram dados como certos que abririam mão Nahas e Lamac. Na plenária, devem entrar os candidatos Miguel, Fortini e Marco Antônio, mas alguns dos articuladores acreditam que Fortini possa retirar seu nome no decorrer do encontro.

Até ontem, os candidatos não confirmavam um acordo, mas mantinham o discurso pela unidade. "Continuamos achando ideal o consenso e que, se houver disputa, que ela seja a menor possível. Meu nome está colocado, mas o principal é a unidade do PT", disse o deputado estadual André Quintão, que, caso faça um acordo, considera mais possível a união com o campo dos que defenderam a aliança com Lacerda (onde estão Nahas, Murilo, Marco Antônio e Paulo Lamac).

Miguel Corrêa Jr. também acredita no consenso, mas evita falar em desistência. "Estou construindo dia a dia a possibilidade de ter o apoio de grupos políticos do meu partido, meu trabalho é de formiguinha operária", disse.

O vice-prefeito Roberto Carvalho, rompido politicamente com o prefeito Lacerda, também acredita no afunilamento das candidaturas e admite que o nome que indicou, Fortini, pode abandonar a briga. "Nós decidimos manter o Fortini e avaliar durante o encontro se permanece ou não. Uma questão essencial para nós é cumprir o acordo para a chapa de vereadores (aliança na eleição proporcional entre PT e PSB)", disse Carvalho. Qualquer que seja o resultado, o PT tem uma carta na manga. Marcou a convenção partidária, soberana para fechar as alianças eleitorais, para a noite de 30 de junho, no último momento para oficializar as decisões.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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