terça-feira, 24 de julho de 2012

Em BH, Lacerda busca sindicalistas

Candidato à reeleição, prefeito se reúne com entidades de trabalhadores e diz que CUT perdeu importância ao passar a ocupar cargos no governo federal

Leonardo Augusto

O prefeito Marcio Lacerda (PSB), candidato à reeleição, se encontrou ontem com representantes de sindicatos e aproveitou a reunião para tentar minimizar a influência do PT, partido de seu principal adversário, o ex-ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome Patrus Ananias, sobre o setor. A Central Única dos Trabalhadores (CUT), uma das maiores organizações sindicalistas da América Latina, mantém desde a sua fundação, em 1983, ligações estreitas com o PT.

Ao encontro de ontem compareceram integrantes da Força Sindical, da Nova Central Sindical dos Trabalhadores de Minas Gerais, da Associação Atlética dos Ex-funcionários do Banco do Estado de Minas Gerais (Bemge) e do Sindicato da Construção Civil de Contagem e Região, entre outros. Segundo Lacerda, os representantes das entidades, que segundo o prefeito apoiam sua gestão "já há algum tempo", respondem por um "grande número de associados". "É um apoio muito bem-vindo, um reconhecimento ao nosso trabalho", disse.

A reunião com os representantes de sindicatos foi realizada no comitê de Lacerda entre 10h e 11h. Segundo a assessoria do prefeito, a legislação dá ao ocupante de cargo público em campanha eleitoral a prerrogativa de escolha do horário das atividades de campanha.

Na referência às relações do PT com a CUT, Lacerda afirmou que partido nenhum tem o monopólio sobre o sindicalismo. "Todas as legendas que têm alguma luta no campo social têm sua vinculação a uma central sindical", disse. Para o prefeito, a CUT perdeu importância porque seus membros "passaram a ocupar cargos no governo federal".

Mesmo com as menções às relações do PT com o sindicalismo, Lacerda negou que o encontro de ontem fosse uma tentativa de se contrapor à influência do partido rival no setor. "A sociedade se mobiliza e define suas preferências eleitorais de acordo com a liberdade de cada um", argumentou.

Autoretrato

Lacerda fez ontem uma dissecação de seu comportamento como prefeito e candidato. "As pessoas às vezes dizem que não apareço muito. Mas ser introvertido às vezes é melhor do que os políticos dos tapinhas nas costas, que prometem o que não podem cumprir", afirmou.

O prefeito fez menção também ao seu estilo de governar. "Um ex-prefeito do meu partido, que foi para o outro lado, disse que eu tratava a prefeitura como uma empresa. Eu o exonerei porque ele era funcionário da prefeitura, mas não trabalhava, só recebia o salário", disse Lacerda, sem citar nomes. "Não vou dizer quem é, porque é um desconhecido", afirmou.

Depois das críticas, Lacerda disse que pretende fazer uma campanha sem jogar pedra em ninguém. "Não somos uma candidatura para unir um partido, mas para juntar pessoas por Belo Horizonte", declarou, se referindo mais uma vez ao PT. O partido, depois da aliança com o PSDB e o PSB para eleição do prefeito em 2008, se dividiu entre os que queriam a ruptura com Lacerda e os que defendiam o acordo. O lançamento de Patrus para prefeito reaproximou as duas alas.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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