domingo, 8 de julho de 2012

PSB acusa PT de quebrar aliança em BH

Socialistas mostram carta em que afirmam que a coligação proporcional dependeria de algumas condições. Na abertura da campanha petista ontem, Patrus Ananias não compareceu e o atual vice-prefeito, Roberto Carvalho, fez as vezes de candidato.

PSB culpa PT pelo fim da aliança

Acusados pelos petistas de descumprirem acordo eleitoral, socialistas reagem mostrando carta em que afirmam que a coligação proporcional só seria feita mediante condições

Bertha Maakaroun

Os socialistas reagiram ontem às críticas do PT de que teriam quebrado um acordo por escrito entre as duas legendas para a coligação proporcional do PSB com o PT para a Câmara Municipal de Belo Horizonte, o que motivou a ruptura da aliança. Segundo o presidente municipal do PSB, João Marcos Lobo, foi feito um grande esforço para a reedição da aliança que tinha como partidos nucleares o PSB, o PT e o PSDB. No entanto, o socialista enumerou os pontos que motivaram o PSB a não formalizar a chapa para a Câmara Municipal com os petistas. "Na carta que enviamos ao PT, em 9 de abril, reiteramos o acordo em torno da chapa majoritária com o vice do PT e, em relação à coligação proporcional, manifestamos aceitação em fazê-la com o PT e outros partidos aliados, a partir de condições que seriam definidas após a indicação do vice", disse João Marcos Lobo.

Embora não tenham sido indicadas na carta, as "condições" foram explicitadas na negociação, segundo João Marcos Lobo. "Pedimos ao PT que enviasse os candidatos de sua chapa proporcional. Sinalizamos também com a questão da governabilidade de um eventual futuro governo, já que havia na Câmara Municipal vereadores do PT fazendo oposição ao prefeito Marcio Lacerda. Além disso queríamos um compromisso de apoio expresso dos pré-candidatos a vereador do PT durante a campanha", explica ele. Em entrevista ao lado dos vereadores Daniel Nepomuceno, Alexandre Gomes e Fábio Caldeira, João Marcos Lobo sustentou: "Nenhuma dessas condições foi cumprida".

O vereador Fábio Caldeira disparou: "O PT enxergou o poder como fim, queria conquistar mais cadeiras. Se fosse um rompimento programático, a população poderia compreender". O vereador Alexandre Gomes disparou: houve arrogância do PT. Fomos desrespeitados com essa exigência de chapa proporcional".

Admitindo ter havido uma reunião na casa de Walfrido Mares Guia, na sexta-feira, 29 de junho, véspera das convenções, da qual participaram Marcio Lacerda e Miguel Corrêa Júnior (PT), João Marcos Lobo afirma que nem naquele encontro a chapa petista foi aberta. Algumas estimativas de vereadores eleitos de cada partido, com ou sem a coligação, teriam sido projetadas, segundo ele, mas sem muito precisão, uma vez que a chapa do não teria sido explicitada.

Às "condições" não cumpridas pelo PT, somavam-se outros problemas, afirma João Marcos Lobo. "O PSDB e todos os outros partidos da aliança questionavam por que o PT teria o privilégio de indicar o vice e ainda ter a coligação proporcional", disseram.

Além da resistência dos aliados, entre vereadores do PSB e candidatos da legenda à Câmara Municipal, o descontentamento era enorme diante da possibilidade da coligação proporcional com o PT. Em maio, ameaçaram a renúncia coletiva da chapa proporcional caso a coligação com o PT se confirmasse para a Câmara Municipal de Belo Horizonte. A questão era puramente matemática: com uma bancada hoje de três vereadores, os candidatos socialistas contavam com os votos de legenda alavancados por Lacerda para eleger mais dois ou três parlamentares. Se o PT se coligasse, levaria boa parte dessas cadeiras.

Dentro deste contexto, a direção municipal do PSB, deliberou, em 30 de junho, por não se coligar proporcionalmente com o PT. "Fizemos esforços em todos os sentidos para chegarmos a um acordo e reeditarmos a aliança. Apesar da diversidade ideológica, a aliança deu resultados e o governo funcionou muito bem", afirma João Marcos Lobo.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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