terça-feira, 7 de agosto de 2012

Em BH, dinheiro em troca do apoio

Na briga pela reeleição, vereadores do PMDB querem que PT injete recursos em suas campanhas para continuar ao lado do candidato Patrus Ananias

Leonardo Augusto

Vereadores do PMDB querem que o PT dê dinheiro para suas campanhas pela reeleição. A injeção de recursos funcionaria como uma contrapartida ao que os parlamentares do partido classificam como bondade excessiva para com os aliados. O PMDB, argumentam, abriu mão da disputa pela prefeitura para apoiar Patrus Ananias (PT), ficando apenas com a vaga de vice, e aceitou a coligação com os petistas por cadeiras na Câmara Municipal, união que pode reduzir pela metade a bancada da legenda na Casa.

A queda no número de parlamentares ocorreria porque os candidatos do PT que disputam a reeleição têm votação mais expressiva que os do PMDB. "Nosso candidato mais bem posicionado em 2008 teve o mesmo número de votos que o menos votado do PT", diz o vereador Cabo Júlio.

A discussão sobre o relacionamento com o partido aliado durante reunião do diretório municipal do PMDB por pouco não terminou em bate-boca. O presidente do partido em Belo Horizonte, deputado federal Leonardo Quintão, que seria o candidato do partido a prefeito, prometeu conversar com o coordenador-geral da campanha, o vice-prefeito Roberto Carvalho (PT), para tentar um entendimento financeiro. A outra saída, que seria o pedido de recursos ao PMDB nacional, está fora de cogitação. "Quando a gente fala em dinheiro é uma choradeira só", diz o presidente estadual do PMDB, Antonio Andrade, também deputado federal.

Além de Cabo Júlio, dois vereadores do PMDB, Iran Barbosa e Preto do Sacolão, participaram do encontro. Apenas Geraldo Félix não compareceu à reunião. Os três reclamam que, apesar de a campanha ser dos dois partidos, apenas os candidatos do PT estão recebendo recursos. "Vamos morrer abraçados a quem está nos matando", afirmou Preto do Sacolão.

Segundo Iran Barbosa, o discurso dos comandos nacionais tanto do PT quanto do PMDB é de que a união para a disputa em Belo Horizonte faz parte de um projeto para o país. "Então porque não foi feita a mesma parceria em cidades como Porto Alegre, Florianópolis, Recife e Fortaleza?", contrapõe o parlamentar.

Durante a reunião do diretório municipal, os vereadores chegaram a afirmar que, caso o tratamento financeiro não seja modificado, poderiam não participar da campanha de Patrus Ananias. "Nunca pedirei votos para o prefeito Marcio Lacerda, mas posso não defender o nome do candidato da coligação fechada pelo PMDB", disse Iran Barbosa. Ao fim do encontro, porém, todos concordaram que o partido emitisse nota reafirmando o apoio da bancada a Patrus Ananias. A reportagem tentou falar com Roberto Carvalho, mas não obteve retorno.

FONTE: ESTADO DE MINAS

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