Na briga pela reeleição, vereadores do PMDB querem que PT injete recursos em suas campanhas para continuar ao lado do candidato Patrus Ananias
Leonardo Augusto
Vereadores do PMDB querem que o PT dê dinheiro para suas campanhas pela reeleição. A injeção de recursos funcionaria como uma contrapartida ao que os parlamentares do partido classificam como bondade excessiva para com os aliados. O PMDB, argumentam, abriu mão da disputa pela prefeitura para apoiar Patrus Ananias (PT), ficando apenas com a vaga de vice, e aceitou a coligação com os petistas por cadeiras na Câmara Municipal, união que pode reduzir pela metade a bancada da legenda na Casa.
A queda no número de parlamentares ocorreria porque os candidatos do PT que disputam a reeleição têm votação mais expressiva que os do PMDB. "Nosso candidato mais bem posicionado em 2008 teve o mesmo número de votos que o menos votado do PT", diz o vereador Cabo Júlio.
A discussão sobre o relacionamento com o partido aliado durante reunião do diretório municipal do PMDB por pouco não terminou em bate-boca. O presidente do partido em Belo Horizonte, deputado federal Leonardo Quintão, que seria o candidato do partido a prefeito, prometeu conversar com o coordenador-geral da campanha, o vice-prefeito Roberto Carvalho (PT), para tentar um entendimento financeiro. A outra saída, que seria o pedido de recursos ao PMDB nacional, está fora de cogitação. "Quando a gente fala em dinheiro é uma choradeira só", diz o presidente estadual do PMDB, Antonio Andrade, também deputado federal.
Além de Cabo Júlio, dois vereadores do PMDB, Iran Barbosa e Preto do Sacolão, participaram do encontro. Apenas Geraldo Félix não compareceu à reunião. Os três reclamam que, apesar de a campanha ser dos dois partidos, apenas os candidatos do PT estão recebendo recursos. "Vamos morrer abraçados a quem está nos matando", afirmou Preto do Sacolão.
Segundo Iran Barbosa, o discurso dos comandos nacionais tanto do PT quanto do PMDB é de que a união para a disputa em Belo Horizonte faz parte de um projeto para o país. "Então porque não foi feita a mesma parceria em cidades como Porto Alegre, Florianópolis, Recife e Fortaleza?", contrapõe o parlamentar.
Durante a reunião do diretório municipal, os vereadores chegaram a afirmar que, caso o tratamento financeiro não seja modificado, poderiam não participar da campanha de Patrus Ananias. "Nunca pedirei votos para o prefeito Marcio Lacerda, mas posso não defender o nome do candidato da coligação fechada pelo PMDB", disse Iran Barbosa. Ao fim do encontro, porém, todos concordaram que o partido emitisse nota reafirmando o apoio da bancada a Patrus Ananias. A reportagem tentou falar com Roberto Carvalho, mas não obteve retorno.
FONTE: ESTADO DE MINAS
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