sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Fora de tom e de hora - Eliane Cantanhêde


Não deixa de ser hilária uma nota de condenação às "forças conservadoras" assinada por Marcos Pereira (PRB e Iurd), Valdir Raupp (PMDB) e Carlos Lupi (PDT), afastado do Ministério do Trabalho pela presidente Dilma Rousseff.

Articulada pelo presidente do PT, Rui Falcão, a nota foi assinada ainda pelos do PC do B, Renato Rabelo, e do PSB, Eduardo Campos, que anda às turras com os petistas e com o principal alvo da manifestação de apoio -o ex-presidente Lula.

Lembrando Getúlio Vargas, de 1954, e João Goulart, de 1964, a nota de seis partidos governistas é contra os três que restaram na oposição -PSDB, PPS e DEM- e diz que as tais forças conservadoras "revelam-se dispostas a qualquer aventura", até "pressionam o STF (...) para golpear a democracia" e, de quebra, "reverter as conquistas que marcaram a gestão do presidente Lula".

Eu, hein?! A oposição, tão mirrada, está tentando promover um golpe à la Getúlio e à la Jango? É capaz de pressionar a mais alta corte de Justiça do país? O Supremo seria passível de pressões de tucanos, de demos e do PPS, se 8 dos 10 ministros foram indicados em gestões petistas? PSDB, DEM e PPS são responsáveis pela não entrevista (não citada no texto) em que Marcos Valério joga Lula na fogueira do mensalão?

Não dá para entender nada, a não ser que o julgamento do mensalão, a candidatura empacada de Fernando Haddad em São Paulo e as dificuldades em outras capitais estão subindo à cabeça não só de Lula, mas igualmente da atual cúpula do PT.

Como não deu para entender a exclusão dos partidos de parlamentares condenados no mesmo dia pelo relator do mensalão, Joaquim Barbosa: PTB, PR (antigo PL) e PP. Paulo Maluf, aliado dos governos Lula e Dilma e da campanha de Haddad, deve estar magoado pela discriminação.

Sem falar que PT e PRB assinam a nota juntos, mas quem está derrotando Haddad é Celso Russomanno.

FONTE FOLHA DE S. PAULO

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