segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Lula sai em defesa do PT em comício


Em Santo André, ex-presidente diz que País não seria "alegre" e "orgulhoso" sem o partido e lembra a morte de Celso Daniel

José Maria Tomazela

Numa clara defesa do PT, cujos membros estão sendo julgados no processo do mensalão - o tema virou arma eleitoral da oposição -, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que o Brasil não seria o mesmo sem o partido. "Quando fazem críticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o País sem o PT. Sem o PT, o Brasil não seria esse país alegre nem esse país orgulhoso", afirmou em comício em Santo André, no ABC paulista, em apoio ao candidato petista Carlos Grana, que está em segundo lugar nas pesquisas.

Após lembrar as greves que liderou na região em 1978, Lula disse que a criação do partido, em 1980, "foi praticamente o começo da conquista da democracia no País". Dirigindo-se à plateia de 1.200 pessoas que ocupavam a Avenida Firestone, fez um apelo. "Quero pedir a vocês para não dar trégua e não ter raiva de ninguém, nem aceitar provocação. Quem tem o partido e os candidatos que temos não precisa ter raiva de ninguém."

A defesa de Lula ocorre em um momento que o partido é atacado em diversos Estados. Segundo mostrou reportagem do Estado ontem, o tema mensalão já está presente em pelo menos metade das disputas das capitais e tende a se alastrar com o julgamento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu às vésperas do 1.º turno. O embate que opõe petistas e aliados de Lula aos partidos de oposição capitaneados pelo PSDB já apareceu, na TV ou em discursos públicos de campanha, em 13 capitais.

O comício teve a participação da ministra Miriam Belchior (Planejamento), que foi secretária na cidade na gestão do ex-prefeito Celso Daniel (PT). "Os conservadores chegaram a dizer que o PT tinha alguma coisa com a morte do Celso Daniel. Possivelmente para apagar a memória daquele que foi o melhor prefeito que esta cidade já teve", afirmou Lula.

À noite, em comício em Diadema, Lula falou de sua luta contra o câncer para motivar a militância. "Estou feliz porque o câncer está derrotado, como estarão derrotados nossos adversários no dia 7 de outubro." Em seu terceiro comício na região do ABC nesta campanha, ele voltou a defender seu governo. Depois de elogiar a administração do petista Mário Reali, candidato à reeleição em Diadema, comparou a mudança na cidade ao seu governo. "Fizemos em oito anos no Brasil o que aqueles que vieram antes de nós não fizeram e 30, 40, 50 anos."

FONTE: O ESTADO DE S. PAULO

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