Em Santo André, ex-presidente diz que País não seria "alegre" e
"orgulhoso" sem o partido e lembra a morte de Celso Daniel
José Maria Tomazela
Numa clara defesa do PT, cujos membros estão sendo julgados no processo do
mensalão - o tema virou arma eleitoral da oposição -, o ex-presidente Luiz
Inácio Lula da Silva disse ontem que o Brasil não seria o mesmo sem o partido.
"Quando fazem críticas ao PT, a gente tem de fechar os olhos e imaginar o
País sem o PT. Sem o PT, o Brasil não seria esse país alegre nem esse país
orgulhoso", afirmou em comício em Santo André, no ABC paulista, em apoio
ao candidato petista Carlos Grana, que está em segundo lugar nas pesquisas.
Após lembrar as greves que liderou na região em 1978, Lula disse que a
criação do partido, em 1980, "foi praticamente o começo da conquista da
democracia no País". Dirigindo-se à plateia de 1.200 pessoas que ocupavam
a Avenida Firestone, fez um apelo. "Quero pedir a vocês para não dar
trégua e não ter raiva de ninguém, nem aceitar provocação. Quem tem o partido e
os candidatos que temos não precisa ter raiva de ninguém."
A defesa de Lula ocorre em um momento que o partido é atacado em diversos
Estados. Segundo mostrou reportagem do Estado ontem, o tema mensalão já está
presente em pelo menos metade das disputas das capitais e tende a se alastrar
com o julgamento do ex-ministro da Casa Civil José Dirceu às vésperas do 1.º
turno. O embate que opõe petistas e aliados de Lula aos partidos de oposição
capitaneados pelo PSDB já apareceu, na TV ou em discursos públicos de campanha,
em 13 capitais.
O comício teve a participação da ministra Miriam Belchior (Planejamento),
que foi secretária na cidade na gestão do ex-prefeito Celso Daniel (PT).
"Os conservadores chegaram a dizer que o PT tinha alguma coisa com a morte
do Celso Daniel. Possivelmente para apagar a memória daquele que foi o melhor
prefeito que esta cidade já teve", afirmou Lula.
À noite, em comício em Diadema, Lula falou de sua luta contra o câncer para
motivar a militância. "Estou feliz porque o câncer está derrotado, como
estarão derrotados nossos adversários no dia 7 de outubro." Em seu
terceiro comício na região do ABC nesta campanha, ele voltou a defender seu
governo. Depois de elogiar a administração do petista Mário Reali, candidato à
reeleição em Diadema, comparou a mudança na cidade ao seu governo.
"Fizemos em oito anos no Brasil o que aqueles que vieram antes de nós não
fizeram e 30, 40, 50 anos."
FONTE: O ESTADO DE S. PAULO
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