sábado, 6 de outubro de 2012

Lula elogia voto de Lewandowski que livrou Dirceu e se surpreende com Rosa Weber e Fux


Ex-presidente pretende se manifestar ao fim da atual fase do julgamento no STF

Gustavo Uribe

SÃO PAULO Em conversas com amigos, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva elogiou o voto do ministro Ricardo Lewandowski que absolveu o ex-ministro José Dirceu. Para Lula, o revisor foi claro e abordou "questões centrais" durante a sua exposição no STF.

O ex-presidente, que acompanhou pela televisão o julgamento de Dirceu anteontem, tem defendido que, nos autos do processo, não há provas contra o ex-ministro. Ele pretende se manifestar publicamente sobre o julgamento do escândalo político apenas após o fim da atual fase do processo. Lula, segundo dirigentes petistas, ficou surpreso com os votos dos ministros Rosa Weber e Luiz Fux, que acompanharam o relator Joaquim Barbosa e condenaram Dirceu.

Ontem, em evento do candidato Fernando Haddad (PT) na capital paulista, Lula não quis responder ao ser perguntado sobre o voto de Barbosa. Paulo Vannuchi, ex-ministro da Secretaria de Direitos Humanos, que assistiu a parte do julgamento anteontem com Lula, avaliou como impecável o voto de Lewandowski e afirmou que, caso os réus sejam condenados, deve-se "utilizar todos os recursos judiciais que restarem, em um processo inesgotável".

- A nossa avaliação, com todo o respeito à Suprema Corte e em relação aos seus integrantes individualmente, é de inconformismo e cabal discordância (com a condenação). E sustentação da tese de que, até agora, houve condenação sem provas - afirmou Vannuchi.

O ex-ministro disse achar que houve ministros do STF que votaram "baseados em indícios", e não em provas, o que cria "precedente perigosíssimo". Vannuchi criticou ainda o procurador-geral da República, Roberto Gurgel:

- O procurador-geral afirmou que quer que o julgamento intervenha no processo eleitoral. É a confissão do problema. Um Judiciário que não passa pelas urnas começa a decidir para influir nas urnas, justificando incompetência. São sete anos; ele poderia ter julgado um ano atrás ou deixado para novembro.

Fonte: O Globo

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