sexta-feira, 12 de outubro de 2012

'Se um réu resolve politizar julgamento, problema dele'


Barbosa e Ayres Britto evitam polemizar com petistas que criticaram resultado

BRASÍLIA - O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Carlos Ayres Britto, evitou polemizar com dirigentes do PT, que acusam a Corte de condenar réus do mensalão por pressão da imprensa. No intervalo da sessão de ontem do julgamento, que tratou de lavagem de dinheiro e envolveu mais petistas, Britto minimizou a questão:

- Não nos cabe opinar sobre isso. Faz parte da liberdade de expressão.

Na terça-feira, após ser condenado pela maioria do STF, o ex-ministro José Dirceu divulgou carta em que se dizia injustiçado e vítima de uma "ação orquestrada e dirigida pelos que se opõem ao PT e seu governo". "Hoje, a Suprema Corte do meu país, sob forte pressão da imprensa, me condena como corruptor, contrário ao que dizem os autos, que clamam por justiça e registram, para sempre, a ausência de provas e a minha inocência", afirmou o ex-ministro.

José Genoino, ex-presidente do PT e condenado por corrupção ativa, também redigiu uma carta, na qual afirmou que o julgamento do mensalão resulta na "criminalização da política". "Como esperar um julgamento sereno no momento em que os juízes são pautados por comentaristas políticos?", questionou Genoino.

Na sessão de quarta-feira do julgamento, o relator Joaquim Barbosa também evitou responder às críticas de Dirceu. Ao ser questionado, o ministro disse apenas que trata "réu como réu":

- Eu não costumo comentar afirmações de políticos. Esse não é meu papel. Réu eu trato como réu. Só isso. Agora, se um determinado réu resolve politizar o julgamento, isso é problema dele.

Fonte: O Globo

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