sábado, 3 de novembro de 2012

Colaboração em troca de perdão para penas

Sergio Roxo

SÃO PAULO - Marcos Valério prestou depoimento em setembro ao procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em que incrimina pessoas que não estão incluídas na ação do mensalão. O conteúdo do depoimento está sob sigilo. Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", ele citou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antonio Palocci e relatou outras remessas de dinheiro para o exterior. Também falou sobre o assassinato do prefeito de Santo André Celso Daniel. Para escapar da cadeia, Valério pediu para ser incluído no programa de proteção a testemunhas. Prometeu dar mais detalhes dos casos se o pedido fosse atendido, o que poderia livrá-lo da pena de 40 anos a que já foi condenado pelo STF.

No fim de setembro, o operador do mensalão enviou fax ao Supremo para ser incluído no programa de proteção a testemunha. Em seguida se ofereceu para prestar o novo depoimento. De acordo com o procurador Roberto Gurgel, novas informações dadas por Valério não podem ser incluídas no processo do mensalão. Segundo ele, seria necessário abrir novos inquéritos para apurar o que for relatado por Valério. No STF, a possibilidade de Valério escapar da pena a que foi condenado é vista com cautela. Um ministro diz que isso significaria que ele cumpriria a pena fora da cadeia. Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou que, como os fatos do processo do mensalão já estão sendo julgados, não haveria motivação para uma delação. A colaboração de Valério em outros processos não poderia interferir na pena de um processo anterior.

Fonte: O Globo

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