SÃO PAULO - Marcos Valério prestou depoimento em setembro ao
procurador-geral da República, Roberto Gurgel, em que incrimina pessoas que não
estão incluídas na ação do mensalão. O conteúdo do depoimento está sob sigilo.
Segundo o jornal "O Estado de S. Paulo", ele citou o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-ministro Antonio Palocci e relatou outras
remessas de dinheiro para o exterior. Também falou sobre o assassinato do
prefeito de Santo André Celso Daniel. Para escapar da cadeia, Valério pediu
para ser incluído no programa de proteção a testemunhas. Prometeu dar mais
detalhes dos casos se o pedido fosse atendido, o que poderia livrá-lo da pena
de 40 anos a que já foi condenado pelo STF.
No fim de setembro, o operador do mensalão enviou fax ao Supremo para ser
incluído no programa de proteção a testemunha. Em seguida se ofereceu para
prestar o novo depoimento. De acordo com o procurador Roberto Gurgel, novas
informações dadas por Valério não podem ser incluídas no processo do mensalão.
Segundo ele, seria necessário abrir novos inquéritos para apurar o que for
relatado por Valério. No STF, a possibilidade de Valério escapar da pena a que
foi condenado é vista com cautela. Um ministro diz que isso significaria que
ele cumpriria a pena fora da cadeia. Já o ministro Marco Aurélio Mello afirmou
que, como os fatos do processo do mensalão já estão sendo julgados, não haveria
motivação para uma delação. A colaboração de Valério em outros processos não
poderia interferir na pena de um processo anterior.
Fonte: O Globo
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