quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Em nota, PPS afirma que Niemeyer materializou a generosidade sem fronteiras


Camarada Oscar Niemeyer

O Brasil acaba de perder Oscar Niemeyer. Fui seu amigo e companheiro de lutas partidárias por muitos anos. E nunca me cansei de admirar sua comovente dedicação às batalhas do povo brasileiro ao longo de muitas décadas, dedicação esta que reputo tão importante para nós quanto sua inventividade e genialidade. Alguém já disse: o homem Oscar é tão grande quanto o artista Niemeyer. A bondade era uma das características da sua rica personalidade.

Morreu o último grande nome do modernismo no mundo, o homem que se aventurou como poucos, na trajetória da Humanidade, pelos caminhos da beleza e da criação. Esta é uma hora de profunda tristeza para todos nós, seus amigos, camaradas e familiares. O nosso querido Oscar foi um símbolo daquilo que o ser humano tem de melhor. Ou seja, ele representou ou materializou uma generosidade sem fronteiras e um compromisso inabalável com os assuntos públicos. Ele amava sua gente e sua terra. Trabalhou até o fim, incansavelmente, pelo bem estar do nosso povo.

Nosso amigo Oscar será sempre lembrado como o genial construtor da Pampulha, com suas linhas suaves e sensuais. Será recordado, sobretudo, como o criador artístico de Brasília, revelando uma arquitetura que encantou o mundo. Nenhum construiu tanto quanto ele no decorrer do século XX: foram centenas de obras extraordinárias espalhadas pelo Brasil e pelo mundo, da França a Israel, da Venezuela à Argélia, passando ainda por Gana e pela Inglaterra. Dir-se-ia que Oscar tinha o internacionalismo no sangue.

Sim, morreu um brasileiro extraordinário - talvez o maior do seu tempo - e um cidadão do mundo. Preso durante a ditadura militar, por sua militância no glorioso Partido Comunista Brasileiro, Oscar nunca recuou diante do perigo e das ameaças, comportando-se, sempre, com coragem e determinação exemplares. Devo dizer que ele foi um comunista como poucos, apoiando o Partido nos momentos mais difíceis de sua história, sem nunca vacilar.

Dele guardarei sempre na memória os encontros que tivemos em seu histórico escritório no Posto Seis, em Copacabana, com o mar diante dos nossos olhos, como a nos lembrar que a vida é eterna e plena de beleza. Que a vida é sinônimo, enfim, de Oscar Niemeyer, meu - desde já - saudoso amigo.

Em meu nome pessoal, e do Diretório Nacional do PPS, transmito aos seus familiares nossas mais fraternas e sinceras condolências pela irreparável perda, com votos de muita paz de espírito para enfrentar uma ausência tão querida.

Brasília, 5 de dezembro de 2012


Deputado Roberto Freire, presidente nacional do PPS

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