domingo, 9 de dezembro de 2012

Rosemary é indiciada também por formação de quadrilha


PF já havia apontado crimes de corrupção e tráfico de influência

-SÃO PAULO- A ex-secretária da Presidência da República em São Paulo, Rosemary Noronha, foi indiciada por formação de quadrilha. A informação é da Polícia Federal (PF), que encaminhou o relatório do inquérito policial da Operação Porto Seguro à 5ª Vara da Justiça Federal de São Paulo na noite de sexta-feira. Rose já havia sido indiciada no último dia 23, por tráfico de influência e corrupção passiva, quando foi levada à sede da PF sob mandado de condução coercitiva e liberada em seguida. Também foi indiciado ao término do inquérito, por corrupção passiva, Tiago Pereira Lima, ex-diretor geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq). Ele pediu exoneração do cargo na sexta-feira e não estava entre os indiciados originalmente.

Até então, a PF e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmavam que não havia motivos para indiciar Rose também por quadrilha porque ela não participava da estrutura da organização.

Com a inclusão do diretor da Antaq, sobe para 23 o número de indiciados por suspeita de envolvimento na venda de pareceres técnicos fraudulentos em órgãos públicos e agências reguladoras para beneficiar interesses privados. O relatório entregue à Justiça inclui informações adicionais em depoimentos e análise de documentos apreendidos durante o cumprimento de 43 mandados de busca e apreensão em São Paulo e Brasília.

A Justiça deverá encaminhar os autos ao Ministério Público Federal, que poderá oferecer denúncia, requerer a volta dos autos à Polícia Federal para outras diligências ou, ainda, pedir o arquivamento do inquérito. A PF informou que discos rígidos apreendidos, que ainda estão sendo periciados, serão encaminhados à Justiça Federal em 90 dias.

PT tenta blindar rose

Desde que a operação Porto Seguro foi deflagrada, o PT tenta blindar Rose. Em reunião no Instituto Lula, dias depois da operação da Polícia Federal (PF) que trouxe à tona as denúncias contra Rosemary, o ex-presidente e o ex-ministro José Dirceu expressaram preocupação com o caso.

O presidente do instituto e amigo de Lula há décadas, Paulo Okamotto, foi quem ganhou a missão de acompanhar o "caso Rose" de perto. Outro nome que, segundo petistas, tem contornado o incêndio é o ministro da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

Considerada no PT como uma pessoa "fora de controle" e "sem limites", Rosemary Noronha tem sido monitorada de perto por lideranças ligadas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Os petistas criticam todas as iniciativas tomadas por Rose, principalmente a de ter ligado para o ministro da Justiça e para José Dirceu, recém-condenado à prisão, tão logo a Polícia Federal entrou em seu apartamento para deflagrar a operação Porto Seguro. Para o trabalho de "redução de danos" foi chamado o advogado Luiz Bueno de Aguiar, ligado ao PT.

A preocupação dos petistas se justifica pela proximidade de Rose com Lula e Dirceu. Em sua edição desta semana, a revista "Veja" publicou que, uma semana antes da operação, Rose passou o feriado de 15 de novembro com o ex-ministro José Dirceu e a namorada dele, Evanise Santos, numa casa em frente ao mar na praia de Camaçari, na Bahia.

Fonte: O Globo

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