quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Superação no varejo - Míriam Leitão

O crescimento da economia será fraco este ano, mas, para o varejo, 2012 será novamente forte, com um Natal bom. O aumento da inadimplência atrapalhou, mas a redução de impostos da linha branca e a queda dos juros turbinaram a venda de eletrodomésticos e garantiram as compras parceladas. A CNC prevê alta de 7,5% das vendas de Natal, pouco abaixo dos 8,2% de 2011.

A visão dos executivos é de que o ano foi de superação. O maior endividamento das famílias e o aumento da inadimplência criaram desafios novos para as empresas de varejo. Por isso, o presidente da Máquina de Vendas - holding que controla cinco redes, entre elas, a Ricardo Eletro -, Ricardo Nunes, avalia que 2012 não foi fácil nem será lembrado como um período de explosão de consumo. Ainda assim, não se pode dizer que os números da rede são ruins. O grupo deve ter crescimento de vendas entre 4% e 5% este ano.

- Foi um ano que tivemos que lutar, suar muito. A inadimplência estava alta, e os consumidores, mais endividados. A partir de julho, a situação começou a melhorar. A queda dos juros foi fundamental, assim como a redução do IPI - disse.

Nunes prevê que, em dezembro, mês forte para o varejo por causa do Natal, as vendas devem crescer entre 7% e 8% em relação ao mesmo mês do ano passado. Na lista dos produtos mais vendidos estão bens de consumo duráveis: celulares, tablets e os da linha branca - esses itens, normalmente, representam 28% das vendas; mas, com a redução do imposto, cresceram para 35%. Segundo ele, 80% dos consumidores preferem dividir a compra entre quatro e 12 vezes.

A CNC também avalia que a alta da inadimplência dos consumidores foi um desafio. Há quatro meses ela está estabilizada em 7,9%, uma taxa considerada alta. A média histórica é de 7,1%.

- Só no segundo semestre do ano que vem a taxa deve recuar para os níveis considerados normais - projetou o economista Fábio Bentes, da CNC.

Ricardo Nunes acredita que 2013 será melhor, não só por isso, mas pela continuidade dos juros baixos. Será a vez de focar na operação das lojas, com menos espaço para aquisições.

Fonte: O Globo

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