domingo, 25 de agosto de 2013

Aécio Neves visita Barretos em clima de campanha eleitoral


Senador tucano criticou Mais Médicos: ‘importação de profissionais é tapar o sol com a peneira’
 
E emenda: “Não sou de renunciar aos cargos que ocupo”

Sérgio Roxo

BARRETOS (SP) - Apesar da disputa interna com o ex-governador José Serra, o senador Aécio Neves (MG) foi lançado neste sábado candidato a presidente da República pelo PSDB, durante a Festão do Peão de Boiadeiro em Barretos, no interior de São Paulo. Num dia típico de campanha, Aécio posou para fotos com eleitores, usou chapéu de boiadeiro e até montou num touro.

Depois de ser apresentado pelo prefeito da cidade, Guilherme Ávila (PSDB), como "futuro presidente da República", o senador afirmou, no discurso em uma reunião com cerca de 200 correligionários:

- Eu peço a cada um de vocês para iniciarmos a partir de hoje a grande caminhada rumo à Presidência da República.

A fala foi marcada por críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff e pela defesa das privatizações realizadas na gestão do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Em seguida os correligionários, inciaram o coro de "Brasil pra frente, Aécio presidente" e o locutor do evento afirmou:

- Está aí o senador Aécio Neves lançando oficialmente a sua candidatura a presidente da República aqui em Barretos.

O senador, que é presidente nacional do PSDB, tentou negar que já tenha iniciado a sua campanha:

- Estou aqui na condição de presidente nacional do PSDB. Não se trata de lançamento de candidatura porque a lei não permite isso, mas nós não vamos deixar tudo para última hora. Nós vamos construir as nossas ideias e as nossas propostas.

No evento, Aécio teve ao seu lado o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), um dos principais aliados de Serra no partido. Apesar de ter elogiado o mineiro, Aloysio, líder da legenda no Senado, disse que o nome do candidato tucano ainda não está definido:

- No momento, nós não temos candidato a presidente da República.

Deputados federais presentes, porém, afirmaram que o objetivo da atividade era justamente iniciar a campanha de Aécio.

Carlos Sampaio, líder do partido na Câmara, avalia que há poucas chances de se realizarem as prévias:

- Para haver prévia, é necessário que haja dois candidatos e que esses candidatos dividam a direção do partido. Mas os 27 diretórios estaduais são favoráveis ao Aécio.

A escolha do interior de São Paulo para o pontapé inicial da campanha foi estratégica. O estado era o que, inicialmente, mais apresentava resistência ao nome do senador. Aécio fez questão de destacar em seu discurso a liderança dos paulistas dentro da legenda. O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, não compareceu, segundo presidente estadual do PSDB, deputado federal Duarte Nogueira, porque tinha "outros compromissos".

Aécio tentou se conter para não ultrapassar os limites da legislação eleitoral e deixou a festa para os aliados. Quando chegou à reunião com os correligionários, houve uma grande queima de fogos. O ex-presidente do PSDB paulista Pedro Tobias vestia uma camiseta em que estava escrito: "Sou Aécio, sou Geraldo".

Uma equipe que trabalha para o marqueteiro Renato Pereira filmou a atividade para exibir nos próximos programas eleitorais do partido. Na Festa do Peão, além de pegar crianças no colo e abraçar visitantes, Aécio andou a cavalo e montou num touro por alguns segundos.

Antes de ir à festa, o senador conheceu o hospital do Câncer da cidade. Uma das unidades do hospital visitada por Aécio, a de atendimento pediátrico, tem o nome do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No local, ele criticou o programa Mais Médicos, do governo federal:

- A importação de médicos é tapar o sol com a peneira. Temos um governo paliativo, que promove soluções midiáticas. Não tenho preconceito quanto a origem dos médicos, o que me causa estranheza é remunerar um governo autoritário (Cuba) e não saber quanto recebem os médicos - disse.

Na sexta-feira, no município de Ribeirão Preto, Aécio se reuniu com líderes políticos da região e afirmou que não pretende renunciar à presidência do partido para disputar uma eventual prévia com Serra. A renúncia é defendida por aliados de Serra, para que Aécio não tenha privilégios na disputa.

- Não costumo deixar os cargos que ocupo - afirmou.

A viagem ao interior de São Paulo é a primeira de uma série que o senador pretende fazer pelo país nos próximos meses para articular sua candidatura à Presidência da República em 2014.

Fonte: O Globo

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