segunda-feira, 21 de outubro de 2013

"O PDT já se entregou a Dilma para 2014", diz Cristovam

Por Fábio Brandt

BRASÍLIA - O senador Cristovam Buarque (PDT-DF), cotado como possível candidato de seu partido na eleição presidencial de 2014, afirmou em entrevista ao Valor que a sigla já está entregue à presidente Dilma Rousseff (PT) e não lançará candidatura própria.

O responsável por essa situação, disse, é o presidente nacional do partido, Carlos Lupi, que, desde 2010, preferiu manter um ministério (Trabalho) nas mãos do partido a ter um candidato a presidente. O ex-ministro tem falado que poderia vir a se lançar candidato, mas Cristovam descrê dessa possibilidade.

Cristovam disse ainda que não entrará em uma disputa interna para conseguir a candidatura. "Vai parecer que estou aí na busca da Presidência [da República] a qualquer custo".

O senador pelo Distrito Federal também parece descrente da possibilidade de seu colega de Senado, Pedro Taques (MT), trocar uma candidatura ao governo de seu Estado pela disputa presidencial. "O PDT não vai ter candidato", resume.

Apesar de insatisfeito com os rumos do seu partido, Cristovam Buarque optou por não seguir correligionários como o deputado federal Miro Teixeira (RJ), que trocou o PDT pelo Pros e pode vir a ser candidato ao governo do Rio pela nova legenda.

"Não estou insatisfeito com meu partido, mas com o momento em que ele vive", justifica, dizendo-se descrente dos propósitos das novas legendas: "Não sei o que é esse Pros. A gente não sabe o que é nenhum partido, os novos e os velhos. Eu propus um dia desses, e apanhei muito por isso, que estava na hora de todos os partidos serem suspensos e serem criados novos, com unidade ideológica e moral, que hoje nenhum tem. Continuo mantendo isso. Precisava ter uma moratória de seis meses... Agora não, porque está perto da eleição".

Questionado sobre a chance de apoiar outro colega da legenda para disputar o Palácio do Planalto, ele demonstrou ceticismo. Além do PT, com a presidente Dilma Rousseff, do PSDB, com o senador Aécio Neves (MG), e do PSB, com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, o PDT é um dos partidos que cogitam ter um concorrente ao Planalto. Mas, até agora, houve apenas especulações e Carlos Lupi já sinalizou que aceita trocar a candidatura própria pela entrada em alguma aliança.

O PSC, do deputado Marco Feliciano (SP), já lançou a candidatura do Pastor Everaldo, e o PSOL também deve ter candidato - possivelmente o senador Randolfe Rodrigues (AP). PSTU, PCO, PSDC e PRTB são outros partidos pequenos que podem entrar na disputa.

O senador pelo Distrito Federal se mostrou otimista com a aliança entre o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, (PSB) e a ex-ministra Marina Silva (PSB) para a disputa presidencial de 2014: "Melhora muito o debate. Espero que eles consigam construir uma proposta. Tenho muita simpatia [pela aliança deles]".

Para Cristovam, Marina deveria ser uma "líder moral" no Brasil. "Não temos nenhum líder moral agora. Sempre tivemos, agora não temos. Líderes que iam para a frente das passeatas. Mas como ela mesma disse que não queria ser a Madre Teresa da politica, ela foi para o partido certo [o PSB].

Fonte: Valor Econômico

Nenhum comentário:

Postar um comentário