quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Piada do dia 3: Lula iguala Sarney a Ulysses na Constituinte

Petista exalta atuação de ex-presidente no processo que resultou em Carta Magna de 88

BRASÍLIA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o também ex-presidente José Sarney (PMDB-AP) teve papel tão importante quanto o de Ulysses Guimarães (1916-1992) no processo que resultou na Constituição de 1988.

Durante evento ontem em comemoração aos 25 anos da promulgação da Carta Magna, Lula fez homenagem a Sarney, a quem já chegou a se referir indiretamente, nos anos 80, como o "maior ladrão" da Nova República.

"Quero colocar a sua presença na Presidência no período da Constituinte em igualdade de condições com Ulysses Guimarães", discursou Lula no Senado.

Em 1988, Sarney era o presidente da República. Ulysses presidia a Câmara e foi o principal líder político na condução do processo constituinte. Lula era líder da bancada do PT na Câmara, na época oposição ao governo e ao projeto aprovado.

Para Lula, o mérito de Sarney foi permitir a crítica. "Merece a minha homenagem pelo comportamento digno como presidente, de permitir que disséssemos todos os desaforos que achávamos que tínhamos o direito de falar."

O ex-presidente disse que a juventude deveria ler a biografia de "Getúlio, Juscelino e outras". "Possivelmente as pessoas não iriam desprezar a política e muito menos a imprensa não ia avacalhar a política como avacalha hoje."

Eventos
Os ex-presidentes vivos foram convidados. Fernando Henrique Cardoso não foi, segundo assessores, devido a uma inflamação no intestino. Fernando Collor, hoje senador, também não. À tarde, ele afirmou no Senado que seu impeachment serviu para "consolidar a Constituição".

Depois, Lula recebeu uma segunda homenagem, a medalha "Suprema Distinção", da Câmara. Em nova fala, ele disse que a Constituinte foi importante para o PT aprender que é difícil governar o país isoladamente e que o povo foi às ruas exigir "mais Estado", já que "não quer mais comer acém, quer comer contrafilé."

"O mandato na Câmara e na Constituinte nos proporcionou aprendizado inestimável. Compreendemos que o Brasil é país pleno e complexo demais para ser governado por forças políticas isoladas."

As referências que Lula fez sobre a negação da política e sobre a forma de governar têm, como alvo, os protestos contrário a partidos e o discurso defendido pela ex-senadora Marina Silva, para quem é preciso acabar com o atual modo de se fazer política no país.

A passagem de Lula pela Câmara terminou com uma briga entre seguranças da Casa e jornalistas. A confusão começou quando a Polícia Legislativa preparava sua saída. Enquanto seguranças tentavam afastar a imprensa, Ed Ferreira, do jornal "O Estado de S. Paulo", tentou fotografar o policial identificado como Fernando Araújo, que discutia com jornalistas no local.

Eles começaram a discutir e Araújo deu um soco em Ferreira, que revidou com sua máquina. O policial foi levado ao departamento médico e o fotógrafo prestou depoimento à Polícia Legislativa.

Fonte: Folha de S. Paulo

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