sábado, 13 de abril de 2013

OPINIÃO DO DIA – José Serra: ampliar forças

"O Estado brasileiro foi capturado por um grupo em seu benefício. Esta força política, o PT não hesita, e não hesitará ,em enfraquecer a democracia brasileira para se fortalecer. É um grupo que se apropriou do poder no Brasil. Esta é a única lógica para entender o que acontece.

Esse grupo não aceita a independência entre os poderes, não aceita a imprensa livre e mais ainda: não aceita a hipótese de alternância de poder.

A herança dos governos do PT será a mesma deixada pela ditadura. Imagine mais uma reeleição?

A nossa responsabilidade é grande aqui. Juntos, precisamos encontrar alternativa. Como disse o Roberto (Freire) antes e, ao meu ver ele está certo, não sei se unindo tudo em torno de uma única candidatura ou se tendo várias candidaturas. Acho até que a segunda hipótese é a melhor.

Precisamos trazer gente que está do outro lado. Isto é essencial. Aprendi isso desde a época da União Estadual dos Estudantes (UEE). Se você quer administrar, você tem que ganhar gente de boa fé.

No ano que vem podemos ganhar. Vai depender em grande medida da gente, da capacidade de ampliarmos estas forças.

José Serra, ex-prefeito e ex-governador de S. Paulo,, ontem na Conferência do PPS: A Esquerda Democrática pensa o Brasil

Manchetes de alguns dos principais jornais do País

O GLOBO
Fora dos trilhos: Acidente expõe caos no transporte de trem no Rio
Pacificação cabeça: Psicólogos com PMs em UPPs
Contas públicas: ‘Jeitinho’ na meta fiscal perto do fim

FOLHA DE S. PAULO
'Expectativas se resolvem com juros', diz Mantega
Na antiga Febem, 1,5% está detido por assassinatos
Feliciano quer tirar proveito, afirma líder da igreja dele
Ministro Fux cancela festa que seria paga por advogado
Senado da França aprova projeto de casamento gay

O ESTADO DE S. PAULO
Governo indica alta de juro apesar do recuo da economia
Mercado já aposta em alta
Ministros pedem análise de recursos do mensalão
Bancadas na Câmara
Governo rejeita redução da maioridade penal

ESTADO DE MINAS
Conta de água vai aumentar 5,25%
Prévia do PIB de fevereiro aponta um recuo de 0,52%
A vantagem de ficar mais 1 ano na escola

O TEMPO (MG)
Do cinema ao motel, inflação atinge bem mais que alimentos
Economia brasileira se retrai em fevereiro, diz BC
Após apoio de Aécio ao PP em MG, tucanos exigem retribuição
PF abre inquérito sobre Lula

CORREIO BRAZILIENSE
Inflação põe governo em alerta. Juros vão subir
Brasileiro está entre as feras do ensino nos EUA

GAZETA DO POVO (PR)
Setores driblam estagnação e crescem em ritmo acelerado
Três propostas buscam reduzir maioridade penal
Ex-presidente do Supremo apoia TRFs
Atos defendem o Ministério Público no país
Maduro e Capriles na era pós-Chávez

ZERO HORA (RS)
Dilma anuncia R$2,4 bi para estradas gaúchas
Aumenta o dilema do BC sobre juro
Polícia indicia 97 suspeitos por atentados

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Racionamento deve piorar
Mantega admite aumentar juros

Contas públicas: ‘Jeitinho’ na meta fiscal perto do fim

Criticado por especialistas por só conseguir cumprir a meta fiscal graças a diversas manobras, o governo agora quer "assumir" um compromisso que possa cumprir. Para este ano, por exemplo, precisa fazer economia de 3,1% do PIB para pagar juros, mas só deve conseguir 2%.

Jogando a toalha

Com política fiscal desacreditada, governo estuda admitir que não cumprirá meta de superávit primário

Martha Beck

BRASÍLIA - Preocupado com a crise de confiança e os sucessivos ruídos na comunicação com o mercado financeiro, o governo já discute uma nova estratégia em relação à política fiscal. Na última reunião da Junta Orçamentária, realizada esta semana, no Palácio do Planalto, a equipe econômica e a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, discutiram a possibilidade de o governo assumir publicamente que o esforço fiscal previsto para o ano não contempla o cumprimento da meta cheia de superávit primário, equivalente a 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB). Ou seja, deixaria explícito que pretende abater da meta despesas com o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e com as desonerações, de forma a tornar mais transparente a relação com os agentes econômicos.

A equipe econômica já deu sinais de que adotará uma política fiscal expansionista este ano, que tem como objetivo incentivar a retomada da economia, após o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto, conjunto de bens e serviços produzidos no país) de 0,9% no ano passado. Além de ter incluído na Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) a possibilidade de abater R$ 45,2 bilhões em investimentos do PAC, conseguiu que o Congresso aprovasse uma mudança no texto pela qual outros R$ 20 bilhões com desonerações também poderão ser descontados da meta. Assim, pela lei, o abatimento poderia chegar a R$ 65,2 bilhões, se essas despesas fossem executadas, fazendo o primário cair para 1,8% do PIB.

Técnicos consideram meta de 2% do PIB

Nos bastidores, os técnicos avaliam que o país teria condições de manter uma situação fiscal equilibrada - mantendo a trajetória declinante da relação dívida pública, que fechou 2012 em 35,1% do PIB - fazendo um superávit primário efetivo em torno de 2% do PIB. Caso o abatimento da meta em 2013 seja de R$ 45,2 bilhões, por exemplo, o primário fecharia o ano em 2,2% do PIB.

Fontes do governo admitem que a política fiscal ficou particularmente desacreditada depois das manobras realizadas para o fechamento das contas no final do ano passado. Mesmo precisando estimular a economia em 2012, a equipe econômica manteve a meta fiscal em 3,1% do PIB. No entanto, o resultado oficial foi de apenas 2,4% do PIB, sendo que isso só foi possível porque o Tesouro Nacional antecipou dividendos de estatais (R$ 7 bilhões), resgatou dinheiro do Fundo Soberano (R$ 12,4 bilhões) e ainda manipulou as despesas do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para que a execução das despesas crescesse.

Com isso, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e sua equipe foram acusados de falta de transparência. O jornal "Financial Times" chegou a publicar um artigo chamando Mantega e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, de profissionais do chamado "jeitinho brasileiro". Na avaliação de analistas do mercado, a fixação de uma meta menor teria tido uma repercussão menos negativa.

- O mercado prefere que a gente diga que vai fazer um primário menor do que manipular o resultado mantendo a meta em 3,1% do PIB. Isso ajuda a resgatar a imagem da política fiscal - disse um técnico.

Fazenda e tesouro são contra a proposta

Por isso, o que se avalia agora é que a equipe diga com todas as letras que a meta de superávit primário de 2013 cheia, de R$ 155,9 bilhões, não será integralmente cumprida, porque o governo pretende abater as despesas autorizadas pela Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Embora a lei contemple a possibilidade de abatimento de despesas com investimentos e desonerações da meta, o governo nunca deixa claro qual é exatamente a economia para o pagamento de juros que pretende fazer.

Segundo fontes, ainda não há consenso sobre essa ideia. Mantega e o secretário do Tesouro, Arno Augustin, resistem, mas outras autoridades do governo estão convencidas de que o melhor caminho é deixar a estratégia fiscal clara para os agentes econômicos.

Fonte: O Globo

Governo indica alta de juro apesar do recuo da economia

IBC-Br cai 0,52% em fevereiro e Mantega fala em "tomar medidas não populares" contra a inflação.

O ministro Guido Mantega (Fazenda) e o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, sinalizaram ontem que o Copom pode elevar em breve a taxa de juros, hoje em 7,25% ao ano, para frear a inflação. O índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), divulgado anteontem, chegou a 6,59% no acumulado de 12 meses em março, acima do teto da meta (6,5%). "Vamos tomar medidas, mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros", disse Mantega. Tombini foi na mesma linha, afirmando que "não há nem haverá tolerância" com a alta dos preços. Eles falaram no mesmo dia em que foi divulgado o recuo de 0,52% em fevereiro, em relação a janeiro, do índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), indicador que serve como termômetro da economia. Apesar do resultado, a expectativa é de que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) fique próximo de 1% no primeiro trimestre, na comparação com o quarto trimestre do ano passado. No Rio Grande do Sul, a presidente Dilma Rousseff reagiu às críticas à política econômica.

Economia recua em fevereiro e governo sinaliza alta dos juros contra a inflação

Eduardo Cucolo

BRASÍLIA - No mesmo dia em que o Banco Central (BC) divulgou um indicador mostrando que a atividade econômica apresentou em fevereiro a maior queda desde 2005, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do BC, Alexandre Tombini, indicaram ontem que o Comitê de Política Monetária (Copom) poderá elevar em breve os juros para frear a inflação, que em março superou a meta oficial.

Considerado pelo mercado como um termômetro do ritmo da economia, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-BR) recuou 0,52% em fevereiro em relação a janeiro, quando o indicador apontou alta de 1,43%, também na comparação mensal. Em conjunto, os números indicam que a economia brasileira acelerou no início de 2013.

No mês passado, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) bateu em 6,59% no acumulado de 12 meses, acima do teto (6,5%). Em São Paulo, Mantega avaliou que a pressão inflacionária é passageira, por causa dos alimentos, mas prometeu medidas para controlar os preços. "O governo tem dado atenção ao combate da inflação e posso assegurar que em 2013 não será diferente. Vamos tomar medidas, mesmo que não populares, como o ajuste na taxa de juros." Já o presidente do BC declarou, no Rio, que "não há nem haverá tolerância com a inflação". "Estamos monitorando atentamente todos os indicadores e, obviamente, no futuro, vamos tomar decisões sobre o melhor curso para a política monetária."

Ímdice. O mercado entendeu as declarações como um sinal de que os juros podem subir em breve, Pesou nesse cálculo o fato de o IBC-BR cair menos que o esperado por analistas. No acumulado em 12 meses até fevereiro, o dado indica expansão de 0,87%. A expectativa do governo e de analistas do setor privado é fechar este ano em 3%.

Os números do bimestre e dados preliminares de março levaram vários economistas a prever alta do Produto Interno Bruto (PIB) próxima de 1% nos três primeiros meses do ano em relação ao último trimestre de 2012, quando a expansão ficou em 0,6%. Para os três meses seguintes, porém, a expectativa é de desaceleração.

Juros. O IBC-BR contribuiu para aumentar as apostas de alta de juros em abril, embora o mercado continue dividido em relação às expectativas para o próximo Copom. O encontro seguinte do comitê será em 29 de maio, mesma data da divulgação dos dados do PIB do primeiro trimestre.

Para Eduardo Velho, economista-chefe da INVX Global Partners, o índice do BC reforça a avaliação de crescimento anualizado acima de 4% no trimestre passado e a necessidade de alta dos juros em abril.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PF abre inquérito e apura relação de Lula com mensalão

Marcos Valério acusa ex-presidente de negociar US$ 7 milhões para o PT

BRASÍLIA - A Polícia Federal abriu ontem inquérito criminal para apurar envolvimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no mensalão. É a primeira investigação que tem Lula como um dos alvos no episódio do mensalão. O Supremo Tribunal Federal já julgou as acusações contra 39 réus, mas Lula era apenas testemunha no processo. A nova investigação foi aberta por determinação do Ministério Público Federal do Distrito Federal, a partir do depoimento prestado por Marcos Valério, condenado a mais de 40 anos de prisão por ser o operador do mensalão.

Em depoimento à Procuradoria Geral da República, em setembro de 2012, Valério disse que Lula negociou pessoalmente com Miguel Horta, então presidente da Portugal Telecom, repasse de recursos para o PT. O inquérito deriva de um dos seis procedimentos preliminares abertos pela Procuradoria para apurar as novas denúncias de Marcos Valério.

Segundo Valério, o ex-presidente e o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci teriam participado de reunião em que supostamente foi combinada com Horta a transferência de US$ 7 milhões de uma fornecedora da Portugal Telecom, em Macau, para o PT. O dinheiro teria entrado pelas contas no exterior de publicitários que prestavam serviço ao partido. Na época, a Portugal Telecom tinha interesse em obter negócios com o governo.

Quando prestou depoimento à Procuradoria, Valério tentou obter redução de pena no processo no STF, por delação premiada. No entanto, o procurador-geral, Roberto Gurgel, entendeu que o processo do mensalão já estava em fase adiantada. A eventual inclusão das declarações no processo faria com que os prazos para a defesa fossem reabertos, adiando o resultado final do processo contra os 39 réus em julgamento. Para Gurgel, o novo depoimento também não interferia no processo do mensalão no STF.

PF tem 30 dias para investigar

Após o fim do julgamento, Gurgel repassou o depoimento para o Ministério Público de Minas Gerais. Ao analisar o conteúdo das declarações, os procuradores de Minas entenderam que o caso era da competência dos colegas em Brasília, que abriram seis novas frentes de investigação. Um dos casos já foi transferido para a esfera da Justiça local. Essa apuração tem relação com crime eleitoral e os procuradores entenderam que a apuração deveria ser conduzida pelo Ministério Público local do DF, que atua na primeira instância da Justiça Eleitoral.

Após a divulgação do teor do depoimento, Lula classificou as declarações como mentirosas. Na mesma época, Palocci disse, por meio de sua assessoria, que os fatos relatados por Valério "jamais existiram". Miguel Horta declarou, em nota, que não teve "qualquer ligação" com o processo do mensalão.

Conforme informou a PF, o pedido de investigação foi feito pelo Ministério Público Federal, para onde a PGR enviou o caso, com base no depoimento de Valério em setembro. O caso ficará sob responsabilidade da Delegacia de Combate a Crimes Financeiros. A PF tem 30 dias, prorrogáveis por mais 30, para finalizar a investigação.

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse que a PF tem autonomia para investigar o ex-presidente no caso do mensalão. Segundo ele, a PF é "republicana" e não está submetida a "nenhum tipo de interferência, de qualquer natureza".

- A PF está apta a investigar quaisquer dos crimes que estão na sua competência - afirmou, antes de participar de um debate sobre Segurança Pública na Assembleia Legislativa de São Paulo.

Fonte: O Globo

Mensalão - Condenados recorrem mais uma vez para ter acesso a votos

Advogados tentam vencer oposição de Barbosa

Carolina Brígido

BRASÍLIA Réus do mensalão recorreram mais uma vez ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir acesso aos votos escritos dos ministros antes da publicação do acórdão do julgamento. Eles argumentam que não haverá tempo hábil para ler todo o documento - que, estima-se, terá dez mil páginas - a fim de apresentar os recursos no prazo legal de cinco dias. O presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, já negou o pedido diversas vezes. E ainda não levou a petição ao plenário da Corte, como pediram os condenados. No recurso, os advogados criticaram Barbosa por "abuso e descontrole".

"Os recursos regimentais cabíveis não podem ser sonegados ao conhecimento do plenário, como têm sido neste caso. A autoridade recorrida não deve dar causa ao descontrole de suas próprias decisões. Não pode prejudicar a atuação, em tempo oportuno, do órgão originariamente competente para conhecer de agravos regimentais e medidas cautelares - o plenário do Supremo Tribunal Federal, instância que expressa a soberania do órgão de cúpula do Poder Judiciário brasileiro", escreveu a defesa. "Requeremos condições materiais para exercer plenamente a defesa técnica, contra abuso que nega todos os meios e recursos a ela inerentes".

A nova tentativa foi feita pela defesa de sete réus: José Roberto Salgado, Kátia Rabello e Vinícius Samarane, ex-dirigentes do Banco Rural, o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares, o ex-presidente do PT José Genoino, o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e o deputado João Paulo Cunha (PT-SP).

"Suprimir deliberadamente tempo útil de defesa é uma perversão do conteúdo substantivo do devido processo legal. Ninguém pode ser condenado sem um processo justo. Não é justo um processo que restringe a plenitude do direito de ampla defesa", escreveram os advogados. "A reconsideração da decisão agravada manifestaria grandeza. Por meio dela, o processo não ostentaria uma mancha historicamente indelével".

Defesa alega prazo curto

Em uma das negativas de Barbosa, ele argumentou que a defesa poderia consultar as imagens da TV Justiça para começar a redigir os recursos, sem a necessidade de ler integralmente o acórdão. Os advogados discordam. "O acórdão é um ato judicial revestido da forma escrita. Não pode ser substituído por vídeos das sessões de julgamento. Primeiro porque tal substituição é praticamente inviável. Poucos ministros leram integralmente o seu voto. Muitos apenas o resumiram. Alguns se comprometeram a liberá-lo com antecedência razoável. Isso apenas basta para demonstrar a plausibilidade da petição sumariamente indeferida", afirmou a defesa.

No documento, os advogados reforçam que não haverá tempo suficiente para apresentar os recursos. O acórdão é o resumo da decisão tomada ao longo dos quatro meses e meio do julgamento. O documento deve ser publicado no Diário de Justiça na próxima semana. Em seguida, a defesa terá cinco dias para recorrer. Só depois do julgamento dos recursos os réus condenados começarão a cumprir pena. Dos 37 réus, 25 foram condenados.

Fonte: O Globo

Eduardo Campos: novas críticas e cenas de campanha

No Pajeú, governador mantém Dilma como alvo

CARNAÍBA e AFOGADOS DA INGAZEIRA - Sentado diante de uma máquina de costura, em uma fábrica de confecções em Afogados da Ingazeira, o governador e presidenciável Eduardo Campos (PSB) protagonizou sua mais nova cena de campanha. Ontem, durante um périplo pelo Sertão do Pajeú, o socialista voltou a criticar a condução da economia pela presidente Dilma Rousseff (PT) - que lidera as intenções de voto no Recife (36%), conforme apontou a pesquisa do Instituto Maurício de Nassau publicada pelo JC. O governador apresenta 34% da preferência do eleitorado.

"Crescimento não é apenas medido pela estatística, pelos números. O crescimento econômico é identificado no sorriso das pessoas e na harmonia de uma família", disse Eduardo, durante a inauguração da fábrica Cimento Pajeú, instalada no município de Carnaíba. O empreendimento ganhou isenção de 95% no Imposto sobre Mercadorias e Serviços (ICMS) do Estado.

Disponível para fotos, sorridente e fazendo piadas, Eduardo Campos desembarcou no Sertão com o núcleo forte de seu governo, do qual fazem parte os secretários Antônio Figueira (Saúde), Danilo Cabral (Cidades), Ranilson Ramos (Agricultura) e Marcio Stefanni (Desenvolvimento Econômico). A passagem do governador pela região acontece pouco mais de um mês depois da presidente Dilma anunciar em Serra Talhada, também no Pajeú, R$ 3,1 bilhões em investimentos para amenizar os efeitos da seca.

A pauta do governador envolveu o mesmo tema: a água. Ao lado do ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), Campos anunciou a ampliação da parceria com o governo federal para construção de barragens, sem citar diretamente a presidente. Eduardo pronunciou uma única vez o nome de Dilma. Inicialmente, o contrato previa a instalação de quatro barragens para cada cidade da região, o que resultaria em 440 unidades. Diante da obra de terraplanagem para a Adutora Pedra d"Água, em Carnaíba, ficou oficializado que o ministério ampliará para dez o número de barragens por município.

Também foi pactuado que as obras da segunda etapa da Adutora do Pajeú - a primeira foi inaugurada pela presidente - serão aceleradas e entregues até 1º de julho, quando Afogados da Ingazeira comemora sua emancipação. O total dos investimentos anunciados ontem pelo Estado para o Pajeú somam R$ 26,8 milhões somente em abastecimento de água.

Sobre as inserções do PSB veiculadas no rádio e na TV, onde aparece como protagonista, o governador negou que estivesse potencializando sua imagem e afirmou que o partido tem o direito de manifestar suas convicções sobre melhorias para o Brasil. "O que nós estamos fazendo é difundir as ideias do PSB em áreas estratégicas, como a educação e a segurança pública. Este foi o objetivo", destacou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Bombardeio intenso de Eduardo Campos em Dilma

Na passagem pelo Sertão do Pajeú, governador fecha uma semana de muitas críticas à gestão do PT, em entrevistas e nas inserções do PSB no rádio e na televisão

Bruna Serra

As críticas do governador Eduardo Campos (PSB) ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT) se intensificaram nesta semana, com um intenso bombardeio que terminou ontem, durante sua passagem pelo Sertão do Pajeú, com a afirmação de que "crescimento não é só estatística, número. É o sorriso do povo e a harmonia da família".

Logo no início da semana, durante evento com a Força Sindical em São Paulo, Eduardo Campos criticou a novamente a política de desonerações do governo federal, afirmando que o Brasil piorou nos dois primeiros anos da gestão Dilma Rousseff.

Mais tarde, em entrevista a um jornal de Porto Alegre, disse que o PSB não pode renunciar à possibilidade de "crescer e discutir o futuro do Brasil".

Outra disparada veio após um encontro com o pastor Silas Malafaia, onde Campos teria dito que sua candidatura à Presidência da República é "irreversível" e que o PSB "não é voto de cabresto" nem "legenda de aluguel" do PT.

Já na quinta-feira (11), em Washington, durante entrevista no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o governador pernambucano voltou a mandar recados para o governo Dilma Rousseff, ao dizer que o cenário de divergência entre crescimento econômico e inflação é preocupante. Reforçou queixas dizendo que as desonerações já não tem mais eficácia e que podem "comprometer" a economia em 2013 e 2014. Também na quinta, o presidente foi a estrela das inserções de seu partido, onde rememorou a frase que marcou o início de suas críticas mais fortes ao governo: "Dá para fazer mais".

Mas ontem, não apenas a presidente foi alvo do socialista. Mesmo demonstrando pouco interesse em rebater as declarações do pré-candidato do PSDB ao Planalto, senador Aécio Neves (MG), que insistiu esta semana que o PSB estaria "no divã" - sem saber se é governo ou oposição -, Campos garantiu que seu partido não mudou de lado. "Não tem divã nenhum. O PSB está onde sempre esteve, ao lado das lutas do povo. Aliás, o PSB está cada vez mais na cabeça e no coração das pessoas", fustigou.

Programa

Após as inserções desta semana, as expectativas agora ficam por conta do programa partidário que o PSB exibirá, também em cadeia nacional de rádio e televisão. O programa está sendo produzido para exibição no próximo dia 25. Mais uma vez, a economia nacional estará no foco.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Após apoio de Aécio ao PP em MG, tucanos exigem retribuição

Pepistas estão se mobilizando para garantir adesões ao projeto tucano

Larissa Arantes

Os elogios feitos pelo senador mineiro Aécio Neves (PSDB) ao PP, anteontem, desencadeou duas movimentações distintas dentro de seu partido e também na sigla aliada em Minas Gerais. As declarações de Aécio foram entendidas por lideranças mineiras como uma sinalização de sua preferência pelo nome do vice-governador do PP, Alberto Pinto Coelho, para o pleito estadual do ano que vem.

De um lado, tucanos cobram uma manifestação clara do PP sobre o apoio à candidatura de Aécio para a disputa presidencial de 2014, para somente depois dar como certo o nome do vice-governador para disputar o governo de Minas. Do outro, representantes estaduais pepistas que já estão ao lado do senador dão início a um processo de agregação de outros Estados.

"Queremos o apoio do PP ao Aécio. O PP é um aliado de primeira hora, mas se ficar ao lado do PT como vai ser?", enfatizou o deputado estadual e presidente municipal do PSDB, João Leite. O deputado federal e presidente da legenda em Minas, Marcus Pestana, seguiu a mesma linha. "Não está claro se o PP vai nos apoiar na candidatura do Aécio. Nós temos solidariedade de algumas seções do PP, de outras, não", concluiu Pestana.

O deputado federal Paulo Abi-Ackel (PSDB) evitou polemizar sobre a sinalização dada por Aécio anteontem. "É um indicativo apenas para a união dos partidos. O grupo deve ficar unido", disse.

O deputado estadual Luiz Humberto Carneiro (PSDB), no entanto, foi enfático. "Um recado do Aécio é sempre um recado, um caminho a ser seguido", comentou.

Enquanto o PSDB cobra um posicionamento mais firme do PP em relação a 2014, lideranças pepistas de Minas já falam em garantir novas adesões da legenda ao projeto de Aécio Neves. "Os Estados que já estão ao lado de Aécio vão convencer os demais a estarem ao lado dele também", explicou o secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira, do PP.

O deputado federal Luiz Fernando Faria (PP) defendeu que o posicionamento do partido não seja feito de maneira impositiva. Mas ressaltou que os adversários do PP estão definidos". "Todos os sete pré-candidatos do PP têm como opositor nomes do PT", afirmou o parlamentar. (Com Gustavo Prado)

Fonte: O Tempo (MG)

Aécio busca aliados no PSDB paulista

Senador não passa uma semana sem telefonar para tucanos no estado

Silvia Amorim

SÃO PAULO - Logo após ter conseguido o apoio de lideranças do PSDB de São Paulo à sua candidatura a presidente nacional do partido, o senador Aécio Neves iniciou um movimento no estado para conquistar aliados dentro da legenda ao seu projeto de concorrer à Presidência da República em 2014. O mineiro, que nunca teve um relacionamento próximo com o núcleo paulista da legenda, agora está empenhado na construção de uma linha direta com pessoas que considera estratégicas para fortalecer o seu nome em São Paulo.

Desde o mês passado, Aécio não passa uma semana sem telefonar para o presidente estadual do PSDB, Pedro Tobias. Ainda este mês, ele voltará à capital paulista especialmente para uma reunião com a bancada de deputados estaduais de São Paulo. O encontro foi um pedido do próprio Aécio para se aproximar das bases do partido, uma vez que já garantiu o apoio do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e do governador Geraldo Alckmin.

A partir de maio estão previstas oito visitas do senador ao interior de São Paulo para encontros com prefeitos e vereadores. Aécio pediu que fossem convidados também prefeitos de cidades menores, de até mil habitantes, o que não costuma ser praxe nessas visitas.

- Ele deixou bem claro que quer falar para todos, de cidades grandes e pequenas. O PSDB tem o maior número de prefeitos do estado, e essa é uma força política que não podemos desprezar. Estamos convivendo há pouco tempo, mas parece que somos amigos de longa data. Ele está muito entusiasmado. Falamos de duas a três vezes por semana - afirmou Pedro Tobias.

Contato com Matarazzo

Outro canal de interlocução que Aécio está tentando abrir é com o vereador Andrea Matarazzo, o mais votado do PSDB na capital paulista e amigo pessoal do ex-governador José Serra. Matarazzo integrou no mês passado a força-tarefa para convencer Serra a aceitar a indicação do mineiro para o comando do partido. De lá para cá, ele recebeu alguns telefonemas do senador. Primeiro para pedir que fosse ao seminário do PSDB, do qual Aécio participou em março; depois para agradecer a presença no encontro. Em um desses contatos, Aécio chegou a dizer que via com bons olhos a candidatura de Matarazzo a presidente do diretório do PSDB na capital paulista. A eleição será no próximo domingo.

É em São Paulo, berço político da sigla, onde o PSDB tem a estrutura mais organizada do país. Por isso, a ofensiva de Aécio. Aliados do mineiro explicam que o engajamento do núcleo paulista é indispensável para qualquer projeto presidencial.

Além de se aproximar das bases partidárias, também está na estratégia de Aécio colar sua imagem à do governador Alckmin.

Fonte: O Globo

Serra não declara apoio, mas quer união

Em evento do PPS, ex-governador afirma que oposição deve se unir e diz considerar Aécio um "bom nome" para a disputa eleitoral. Logo depois, entretanto, nega ter feito o comentário

Juliana Braga

No dia seguinte à participação do presidenciável Aécio Neves (PSDB-MG) em encontro do PPS no Congresso, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) rompeu o isolamento para prestigiar o evento, em que pregou a união das forças de oposição. No entanto, Serra deu declarações dúbias quanto o apoio ao correligionário mineiro na corrida eleitoral de 2014.

Após quarenta minutos de discurso no seminário “A esquerda democrática pensa o Brasil”, José Serra foi indagado se apoiará o nome de Aécio Neves para a presidência do partido, em maio. “Claro que apoiarei”, respondeu. Em seguida, ao ser interpelado se o senador mineiro representa um bom concorrente à Presidência da República, o ex-governador de São Paulo foi menos enfático: “É um bom nome”, limitou-se a responder. Já na saída do Congresso, enquanto aguardava o carro, foi perguntado novamente sobre o assunto, mas se recusou a comentar o assunto e negou que a pergunta anterior tivesse sido feita.

Serra se limitou a dizer que, na política, era necessário ser racional e deixar as “paixões no passado”, mas, novamente, se esquivou de responder se a afirmação poderia ser interpretada como um apoio ao senador mineiro. “Eu sou passional, mas não levo paixão para as grandes decisões políticas. Sou racional demais para isso, é perda de tempo. Não posso deixar paixões do passado influírem nas decisões para o futuro”, afirmou.

O tucano, que tem sido cortejado pelo PPS, disse ser necessário aglutinar a oposição e se mostrou otimista em relação a 2014. “Eu me proponho a trabalhar pela união de todas as forças. Para que o movimento seja vitorioso, nós temos que somar, trazer gente que está do outro lado, de boa-fé, para o lado de cá”, sustentou. Mais uma vez, negou que a afirmação significasse uma eventual candidatura própria. “Eu disse que estou à disposição para o trabalho de união, e acho que tenho credencial para isso, pela melhor fórmula possível. Pode ser por meio de várias candidaturas ou de uma só. Mas isso não significa que eu esteja me colocando.” Ele ainda teceu duras críticas aos petistas e disse que as heranças das gestões de Luiz Inácio Lula da Silva e de Dilma Rousseff serão “piores que as da ditadura e do ex-presidente Fernando Collor de Mello”.

Filiação

Desde a derrota na eleição do ano passado, quando concorreu à prefeitura de São Paulo, José Serra tem perdido espaço dentro do PSDB enquanto tenta frear o crescimento da influência do ex-governador de Minas Gerais Aécio Neves na legenda. Desde então, tem crescido o desejo do PPS de atraí-lo para a sigla e lançá-lo candidato à Presidência da República em 2014. “Quem não gostaria de ter o Serra em seu quadro? É um grande nome e ajuda a incorpar a oposição”, afirmou o líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR). Tanto Serra quanto Bueno, entretanto, negaram ter tratado do assunto na reunião que tiveram a portas fechadas, com o presidente do partido, Roberto Freire, após a palestra.

Hoje, o Diretório Nacional da legenda se reúne para tratar sobre a possibilidade de fusão com outras legendas da oposição. A ideia é ter um grupo maior, inclusive para seduzir José Serra. Um dos partidos com quem o PPS tem conversado é o PMN.

Fonte: Correio Braziliense

Serra promete empenho pela união das oposições

Tucano defende deixar passado de lado, mas evita menção a Aécio

Maria Lima

BRASÍLIA - Com o problema de coluna da véspera aparentemente resolvido, o ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) disse ontem que está trabalhando para administrar o seu pavio curto e passionalidade, em referência aos conflitos internos do PSDB, e afirmou que se empenhará em trabalhar pela união de todas as forças de oposição, que, acredita, tem chance de vencer o PT no ano que vem. Sem citar o senador Aécio Neves (MG), potencial candidato do partido à Presidência em 2014, Serra mostrou bom humor ao sinalizar que deixará para trás as mágoas do passado em relação ao comportamento do mineiro em suas campanhas.

Em discurso no seminário "Esquerda democrática pensa o Brasil", organizado pelo PPS, Serra fez severas críticas ao governo Dilma e disse ser importante somar forças e trazer para o lado da oposição "pessoas de boa-fé da base do governo", sem citar o nome do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), que também tem criticado a política econômica do governo. Mas alertou que é necessário mais do que só o discurso do novo: é preciso casar o discurso do fazer mais com a realidade econômica do momento.

- Nossa responsabilidade é grande. É importante estarmos juntos, agrupar, juntar todas as forças que possam convergir. Isso supõe equilíbrio, frieza, para deixar paixões e o passado de lado. Sou passional. Mas não levo a paixão para as grandes decisões políticas. Sou racional demais para isso - disse Serra.

O tempo todo ele fugiu das perguntas diretas sobre o apoio a Aécio. Disse que, se o mineiro for o candidato a presidente do partido, é lógico que terá seu apoio. Perguntado se Aécio era um bom nome para 2014, ele respondeu, primeiro, que sim. Mas, depois, disse que a pergunta era uma pegadinha. Na saída, perguntado especificamente sobre se os problemas do passado com o senador mineiro estavam resolvidos, afirmou:

- Para mim, está sempre zerado. Vocês sabem que eu sou esquentado, mas está zerado.

Segundo Serra, ter vários candidatos em 2014 é uma boa estratégia, mas ressalvou:

- Isso não significa que eu esteja me colocando (como candidato).

No discurso, Serra criticou a política econômica de Dilma e o patrimonialismo sindical dos dez anos do PT no governo:

- A herança do governo Dilma será do padrão da deixada pela ditadura. Quem suceder ao PT vai encontrar o país no chão. Imagina se tem reeleição. Aí vai ser abaixo do chão.

Otimista em relação a 2014, Serra disse que "é difícil, mas não é impossível" vencer. Avaliou que em 2010 as condições do governo eram muito melhores, e que, mesmo assim, por muito pouco não venceu a eleição.

- Com tudo contra, tivemos 44%. Agora, pode ser tudo diferente. Nada é irremovível. Não há razão para derrotismo - disse, ao final do evento.

Fonte: O Globo

Serra agora fala em união, mas não cita Aécio em discurso

Ex-governador diz problemas do passado estão "zerados" e afirma que apoiará o mineiro se ele for o escolhido para presidir o PSDB

João Domingos e Ricardo Brito

BRASÍLIA - Sem citar o nome do pré-candidato tucano à Presidência Aécio Neves, o ex-governador paulista José Serra anunciou ontem sua renúncia à "passionalidade" para contribuir com o partido nas eleições de 2014. Ao ser questionado ao fim do evento se apoia o colega no comando do partido, Serra disse: "Se (Aécio) for o candidato do PSDB, claro que eu apoiarei". Já sobre a pré-candidatura do senador ao Planalto, Serra foi breve: "É um bom nome".

O ex-governador paulista não tem boas relações com o senador mineiro dentro do PSDB. Ele não compareceu anteontem, quando Aécio estava presente, ao seminário que o PPS realiza em Brasília. Deixou para discursar hoje. Serra considera que Aécio não se empenhou em sua segunda tentativa de chegar ao Planalto, em 2010. Sua votação em Minas, por exemplo, ficou bem abaixo do es-
perado. Ontem, ao falar aos aliados de oposição, Serra afirmou: "Na política, você não pode carregar paixões de passado para um momento presente. Você tem que se desfazer delas, até porque você precisa de energia para somar para o futuro".

Sem mencionar o nome de Aécio, disse que assume a missão de trabalhar pela união interna do partido, de forma a agrupar forças de oposição que podem convergir e vencer a eleição de 2014.

Disse que qualquer problema que tenha tido no passado não existe mais. Para mim, está zerado. Eu sou esquentado, mas está zerado", afirmou. "Eu me propo-nho as trabalhar pela união de todas as forças", disse. "Para que o movimento seja vitorioso, temos que somar, trazer gente que está do outro lado, de boa-fé, para o lado de cá." Lembrou que muitos partidos que estão no governo Dilma podem mudar de lado. Indagado se fazia referência ao PSB, disse: "Não só ao PSB, mas a todos os outros que quiserem vir".

Serra afirmou que a oposição tem grande responsabilidade neste momento, pois precisa vencer a eleição, visto que "o PT renunciou a um projeto de Brasil moderno e justo para se fixar apenas no projeto de poder".

"A herança do atual governo do PT, que recebeu uma herança já muito ruim do governo Lula, deixará para o próximo dirigente uma herança próxima à da deixada pela ditadura de Figueiredo (o ex-presidente João Figueiredo) para Tancredo Neves e José Sarney, do mesmo padrão da herança de Fernando Collor para Itamar Franco. É desse nível a herança que eles vão deixar", discursou Serra em seminário promovido pelo PPS, sigla que tende a seguir com o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), caso este saia candidato em 2014.

Para Serra, o Estado brasileiro foi capturado por um grupo. "O PT não hesitará em enfraquecer a democracia brasileira para se fortalecer. Esse grupo não aceita a independência dos poderes, a imprensa livre e a alternância de poder. Não aceita a liberdade de imprensa. O Estado brasileiro passou a virar propriedade privada, patrimonialismo sindicalista, patrimonialismo partidário."

Fonte: O Estado de S. Paulo

Serra defende união contra a presidente

BRASÍLIA - O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) defendeu ontem a união das forças de oposição ao governo Dilma Rousseff e declarou que trabalhará por essa unidade na disputa presidencial de 2014. "Eu vou trabalhar para que essas forças estejam agrupadas", disse. "Se será em torno de um ou mais candidatos, é uma decisão para depois", referindo-se a uma possível candidatura do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), além de Aécio Neves (PSDB).Serra afirmou que vai apoiar a candidatura de Aécio à presidência do PSDB. "Claro que apoiarei", afirmou o tucano, que participou de seminário do PPS, em Brasília. Inicialmente, a participação de Serra no evento estava prevista para anteontem, ao lado de Aécio. Sobre a candidatura do mineiro para a Presidência da República, entretanto, o ex-governador disse apenas que era um bom nome.

No discurso, o ex-governador de São Paulo disse que não leva a paixão para grandes decisões política. "A gente tem que ter o mínimo de racionalidade, equilíbrio, olhar para frente, deixar as coisas que nos apaixonaram, por um lado ou por outro, para trás. E olhar para adiante e trabalhar com muita competência", disse o tucano.

O PPS não descarta oferecer um espaço a Serra para disputar a eleição em 2014. Questionado se poderá voltar a concorrer em 2014, o tucano negou a possibilidade. "Não disse isso. Disse que estou à disposição para o trabalho de união e acho que tenho credencial para isso", disse Serra, que foi derrotado na eleição passada para presidente pela petista Dilma Rousseff.

Em uma referência velada ao governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, Serra considerou que uma das melhores estratégias da oposição para vencer Dilma no próximo ano é atrair integrantes da base aliada. "(Para) ganhar eleição, somar, ter um movimento vitorioso, nós precisamos trazer gente que está no outro lado. Isso é essencial", afirmou o tucano.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Ausências e presenças - Merval Pereira

Temos visto nos últimos dias a ausência notável do Planalto em questões cruciais para o equilíbrio do pacto federativo, e a presença também notável do mesmo governo central em outros temas que deveriam ser deixados a critério do próprio Congresso, como, por exemplo, a questão da criação dos novos partidos. Ao mesmo tempo em que Dilma não interferiu na discussão dos novos critérios de distribuição do Fundo de Participação dos Estados e Municípios, o que fez com que o senador Pedro Simon lamentasse da tribuna que o governo "lave as mãos" em assunto tão importante para o pacto federativo, o ex-prefeito Gilberto Kassab foi ao Planalto pedir a ação do governo para aprovar a lei que tira dos novos partidos a serem criados o tempo de televisão e a participação do Fundo Partidário.

A intenção nem tão velada assim do novo projeto é prejudicar a senadora Marina Silva, que pretende criar um novo partido para disputar mais uma vez a Presidência. Kassab, que se beneficiou da interpretação do Tribunal Superior Eleitoral para obter o tempo de televisão e o dinheiro do Fundo Partidário para o seu PSD, agora quer fechar a porteira.

Na verdade, o temor dele e do Planalto é que muitos políticos que hoje estão em siglas governistas como o próprio PSD possam trocar de legenda aproveitando-se da "janela" que a atual legislação abre nos casos de fusões de partidos ou criação de novas legendas.

Num outro assunto que diz respeito só a eles, como a reforma política, também os congressistas não conseguiram chegar a acordo, deixando explícitos os interesses corporativos que impedem discussão mais aprofundada. Os partidos mais fortes buscavam aumentar o poder de suas direções, e queriam o voto em lista. E os de oposição, além de alguns pequenos e médios da bancada governista, temendo a hegemonia de PT e PMDB, uniram-se para não deixar aprovar a reforma.

Esse assunto deve continuar na agenda do Congresso e por enquanto não tem perspectiva de parar no STF, onde param todas as questões que o Congresso não tem conseguido decidir a tempo e hora, como a divisão dos royalties do petróleo ou a nova distribuição do Fundo de Participação dos Estados e Municípios.

No primeiro caso, o Congresso até encontrou um caminho rápido, num caso raro de consenso. Mas a decisão majoritária foi tão escandalosamente injusta e, sobretudo, inconstitucional em diversos aspectos, que os estados produtores de petróleo tiveram condições de buscar no Supremo seus direitos, atropelados pela maioria formada não por um projeto político, mas por uma ganância que não leva em conta compromissos já assumidos, inclusive na Constituição de 1988, nem necessidades distintas entre os estados.

No caso do FPEM, o Supremo foi procurado por estados que se achavam prejudicados pelo sistema de distribuição de IR e IPI baseado em dados do IBGE de 89. Mesmo com prazo elástico para encontrar forma de distribuição que correspondesse ao atual quadro federativo, o Congresso não cumpriu a determinação do STF, mas ganhou mais prazo.

Saiu-se com uma decisão que tem lá sua lógica, para não desorganizar as finanças estaduais mais ainda: tudo fica como está até 2015, quando novos critérios com base na renda per capita de cada estado definirão a nova distribuição. O Congresso fica paralisado em muitos casos porque é mesmo difícil chegar a um consenso quando alguém tem de perder algo para outro ganhar.

Mas o governo "lava as mãos" na maioria dos casos quando tem interesses políticos e econômicos. Por não querer perder aliados em uma base ampla e heterogênea, deixa que os estados se digladiem, enfraquecendo a Federação. E, para não perder os impostos que arrecada de maneira centralizadora, não pode fazer a mediação entre estados, nem no caso dos royalties nem no do FPE.

Em ambos os casos, teria que abrir mão de sua parte no bolo dos impostos, o que é impossível, pois tem de manter gasto altíssimo com a máquina pública e com os programas assistenciais. Mas, quando é para impedir que sua base aliada se disperse, o Planalto usa seus poderes para manter todos no seu campo de ação.

Uma visão imediatista de governo, com um objetivo único: garantir a reeleição.

Fonte: O Globo

Os conservadores - Fernando Rodrigues

Com 21 anos de ditadura militar (1964-1985) nas costas, o Brasil desenvolveu uma aversão natural a tudo que pudesse recender a conservadorismo ou pensamento de direita. Nas eleições presidenciais diretas no atual período democrático, os candidatos mais competitivos sempre se definiram como de centro ou de esquerda.

O Brasil passou a ser uma das maiores democracias do planeta com uma aberração. Não havia ninguém relevante para ocupar de peito aberto o campo conservador de direita.

Muito disso foi só retórica. Todos os presidentes da República eleitos pós-ditadura sempre flertaram com políticas ortodoxas na economia. Não foram propriamente de esquerda. Até o ex-presidente Lula, que governou o Brasil de 2003 a 2010, adotou várias ações que poderiam ser classificadas como conservadoras --sobretudo na condução das regras de livre mercado e finanças.

Nesse ambiente, por rejeitar o seu próprio DNA, o principal partido vocacionado para o conservadorismo acabou definhando. Trata-se do PP (Partido Progressista). Essa legenda é herdeira direta da Arena (que também se chamou PDS, PPR e PPB). Foi a agremiação que sustentou a ditadura militar. Mas, exceto por alguns de seus integrantes mais exóticos, todos os demais pepistas passaram a rejeitar a classificação de "conservadores". Direita, nem pensar.

O PP foi grande até 1994, quando elegeu 86 deputados. Depois, desceu a ladeira. Tem agora meras 37 cadeiras na Câmara. Nesta semana, trocou seu presidente. Saiu Francisco Dornelles, de 78 anos, e entrou o senador Ciro Nogueira, de 44 anos.

A intenção de Nogueira é fazer do PP o principal partido conservador do Brasil. "Há um vácuo nesse campo da política. Vamos preenchê-lo", diz ele. Aliado de Dilma Rousseff, terá de demonstrar na prática essa intenção nas eleições de 2014.

O PP terá sucesso? Aí é outra história. As urnas dirão no ano que vem.

Fonte: Folha de S. Paulo

O voo do tucanão - Luiz Carlos Azedo

O ex-governador de São Paulo José Serra (PSDB) está prestes a bater asas do ninho tucano e pousar no PPS, ou melhor, no novo partido que resultará da fusão da legenda com o PMN. As conversas estão adiantadas. Serra, que disputou duas eleições presidenciais e perdeu uma para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e outra para a presidente Dilma Rousseff, chegou à conclusão de que não há mais espaço para ele no PSDB.

O tucano compareceu ontem ao seminário organizado pelo PPS, depois de evitar mais uma vez um encontro, na sexta-feira, com o senador Aécio Neves(MG), pré-candidato a presidente da República pela legenda. Sem se declarar candidato, o ainda tucano destacou que está com disposição de união e tem credencial para isso.

“Podemos trabalhar pela união, pela melhor forma que seja possível. Como eu mesmo disse, pode ser por várias candidaturas ou uma só, mas isso não significa que estou me colocando”, disse. Serra dialoga com o candidato do PSB, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos, e evita Aécio Neves, o que irrita a maioria dos tucanos.

Críticas. Serra disse que o bom momento econômico do país na reta final do governo Lula foi decisivo para a vitória do PT em 2010. O tucano, entretanto, chamou a atenção dos aliados de que, atualmente, o cenário econômico seria desfavorável à presidente. Para ele, a economia está em “marcha lenta” devido à falta de investimentos públicos. Criticou as políticas federais nos transportes, o loteamento das agências reguladoras, o aumento da inflação, além de problemas nas áreas da saúde e da educação.

Relógio. O PPS convocará um congresso extraordinário com pleno poderes para operar a fusão com o PMN e reestruturar sua direção. A decisão será tomada hoje, em reunião do diretório nacional. A legenda corre contra o relógio para não perder o tempo de tevê e os recursos do fundo partidário dos parlamentares que aderirem à nova legenda.

Fonte: Correio Braziliense

O futuro do passado - Míriam Leitão

Amanhã a Venezuela contrata um futuro difícil, qualquer que seja o resultado da eleição. O mais provável é a vitória de Nicolás Maduro para um novo período presidencial chavista. É o resultado da manipulação da emoção da morte do líder Hugo Chávez ao ponto do desatino. Ele foi apresentado como divindade. A oposição não teria, se ganhasse, a capacidade de suturar o tecido social do país.

A Venezuela vive uma divisão que só aumentou depois da morte de Hugo Chávez. Vem de erros políticos históricos, mas piorou pelo estilo de liderança escolhido por Chávez. Ele não fez a revolução que prometeu, mas aprofundou a clivagem entre os pobres, que são a clientela das suas políticas sociais paternalistas, e a classe média e elite do país.

O eleito terá que enfrentar um espantoso crescimento da criminalidade do país, que faz com que a Venezuela tenha se tornado um dos campeões na estatística de homicídios por 100 mil habitantes. A leniência com que Chávez tratou essa questão foi apenas um dos sintomas da sua inabilidade para as ações administrativas. Chávez dedicava seu tempo às ações de mobilização, como se estivesse eternamente em campanha.

Além disso, terá de enfrentar uma conjuntura econômica de inflação crescente. Já era alta e ainda está sendo elevada como efeito da forte desvalorização cambial. O desabastecimento que sempre houve no governo chavista, em alguns produtos, tem incomodado mais os consumidores. Nem a inflação, nem o desabastecimento devem melhorar a curto prazo. O país perdeu o melhor do boom do preço do petróleo que ocorreu durante os 14 anos de governo Hugo Chávez.

Maduro usou tudo o que pôde usar, ao arrepio das instituições, para se eleger. A Constituição estabelece que é o presidente da Assembleia que deve governar neste período até a eleição. Mas ele é que foi empossado. Assim, ficou no lugar privilegiado para a campanha, concedendo aumentos salariais e outras benesses no meio da disputa eleitoral. A institucionalização democrática é outro desafio que a Venezuela está longe de enfrentar. Lá, vale a máxima: se a regra não favorecer o grupo chavista é desrespeitada.

Se a oposição vencer -o que não é o mais provável - dificilmente terá resposta para tudo isso e para controlar as Forças Armadas, que hoje tutelam o governo chavista e querem mantê-lo no poder. Nos últimos dias, o candidato Henrique Capriles demonstrou força política e reduziu a diferença nas intenções de voto. Mas não o suficiente.

É muito difícil que o chavismo permaneça unido sem Chávez. Ficará nos primeiros tempos. Nos próximos anos vai se fracionar nas brigas internas para testar a liderança ainda incipiente de Nicolás Maduro. Nada será como antes, Maduro não é Chávez. Passado o período inicial, da força que vem das urnas, ele terá que acomodar os vários grupos de interesse no consórcio do poder para continuar governando.

A imprensa independente foi calada ou os grupos venderam as empresas, o que torna o debate político no país empobrecido para a dimensão dos desafios que o espera a partir de segunda-feira, quando um novo presidente estará oficialmente eleito.

Durante a campanha, Nicolás Maduro disse aos eleitores que se for para fazer "a vontade do nosso comandante", os venezuelanos teriam que aprofundar as relações estratégicas com a China. O país tem emprestado muito dinheiro para a Venezuela, é natural que ele se volte para lá. O que não é natural é o Brasil continuar acreditando que haverá um bloco chamado Mercosul no qual a Venezuela entra para fortalecer. O país vizinho tem emergências que o Mercosul não consegue atender.

Fonte: O Globo

Incompetência olímpica - Cora Rónai

Ao contrário de todo mundo, acho que ter sido escolhido sede das Olimpíadas foi uma das piores coisas que podiam ter acontecido ao Rio. Junte-se a isso a famigerada Copa, e a desgraça está feita. Antes que me atirem mais pedras do que provavelmente já estarão atirando depois dessas duas primeiras frases, esclareço que não tenho nada contra as Olimpíadas nem contra a Copa como espetáculos, muito antes pelo contrário. Acho os dois eventos bonitos e simbólicos e fico fascinada com a mistura de gentes que proporcionam. Minha implicância é com a corrupção abissal que os cerca e com a sua realização no Brasil - sobretudo, no Rio de Janeiro. Não duvido que tanto Copa quanto Olimpíadas corram lindamente: somos os reis do jeitinho e, com um superfaturamento aqui e uma enganação ali, teremos (quase) tudo pronto a tempo. Se não forem assaltados, estuprados ou mortos, os turistas voltarão para casa com belas lembranças.

A questão, no entanto, não é o que os turistas dirão de nós; a questão é o que vai acontecer, e o que já está acontecendo conosco. Tanto a Copa quanto as Olimpíadas têm funcionado, até aqui, como carta branca para tudo o que é descalabro. A sensação que tenho - e peço encarecidamente que me corrijam se eu estiver errada - é que nunca se roubou tanto, e tão impunemente, neste país. Não, não tenho números. Não tenho fatos. Tenho apenas a percepção de alguém que vê os valores de obras desnecessárias aumentando astronomicamente, enquanto os cidadãos ficam entregues à própria sorte num cotidiano cada vez mais degradado.

Com a desculpa das Olimpíadas, o metrô está sendo ampliado sem nenhum critério. Dia sim, outro também mais uma árvore vem abaixo por causa das obras; a destruição no Leblon consegue ser pior do que a de Ipanema. Em breve não sobrará um único pedacinho verde no bairro. Os poucos equipamentos que nos ficaram do Pan foram sucateados sem a menor cerimônia; os atletas foram despejados porque, como bem sabemos, a principal preocupação do Comitê Olímpico não é com o esporte, e sim com o faturamento.

Mas, ainda que tudo estivesse sendo feito com a maior correção, os benefícios trazidos pela realização desses eventos seriam questionáveis. Montreal que é Montreal levou 30 anos para quitar a dívida dos Jogos Olímpicos de 1976. Até agora ninguém descobriu o que os jogos de 2004 fizeram de positivo por Atenas: os equipamentos construídos na ocasião já estavam desertos e em ruínas antes mesmo da crise, e o número de empregos diminuiu com velocidade ainda maior do que tinha crescido tão logo a festa acabou. O famoso Ninho do Pássaro, em Pequim, virou um elefante branco - e olhe que o que não falta na China é gente para encher estádio.

Não é de ontem que penso assim, mas se ainda me restasse qualquer dúvida em relação a esses desastres econômicos, ela teria se transformado na mais absoluta certeza depois que assisti à entrevista do ministro Aldo Rebelo, da Nike, no programa "Roda Viva". Não sei o que me indignou mais, se a má-fé com que ele respondia às perguntas dos jornalistas ou o pouco caso que faz da inteligência dos brasileiros. Há muito tempo eu não ouvia tanta besteira entoada com tanto cinismo.

Ninguém precisa entender nada de futebol para prever que um estádio de 44 mil lugares em Manaus vai virar elefante branco; para o ministro, porém, questionar a necessidade dessa construção é ser preconceituoso com a região Norte. Ninguém precisa entender nada do caráter das leis para perceber como é absurdo um país abrir mão da sua legislação só porque a Fifa quer vender cerveja nos estádios; para o ministro, no entanto, essa distorção é tão trivial quanto a eventual realização de uma corrida de automóveis numa área urbana, onde a lei estabelece limites de velocidade.

No mais, como qualquer pessoa despreparada, ele não tem dúvidas, só certezas. Acha que não podemos nos queixar de o Engenhão já estar podre porque, afinal, o estádio "recebeu os jogos dos grandes clubes nos últimos tempos"; considera que o país está perfeitamente preparado para grandes eventos, dado que recebemos a família real portuguesa em 1808; afirma, categoricamente, que teremos cobertura 4G em dois meses (até agora, existem apenas quatro cidades cobertas, entre elas as megalópoles de Búzios, Paraty e Campos do Jordão, e uma única operadora oferecendo o serviço); diz que o dinheiro público empenhado nos estádios foi emprestado "mediante garantias" e que "não há nada mais fiscalizado no Brasil do que o dinheiro da Copa".

Em qualquer país medianamente civilizado, uma entrevista tão constrangedora seria motivo suficiente para apeá-lo do ministério. Se Aldo Rebelo falou da boca para fora, tentando nos enrolar, não merece respeito; se é sincero e acredita no que disse, não tem competência nem para servir cafezinho na repartição.

Fonte: O Globo,11/4/2013

Murilograma a Graciliano Ramos - Murilo Mendes

1

Brabo. Olhofaca. Difícil.
Cacto já se humanizando,

Deriva de um solo sáfaro
Que não junta, antes retira,

Desacontece, desquer.

2

Funda o estilo à sua imagem:
Na tábua seca do livro

Nenhuma voluta inútil.
Rejeita qualquer lirismo.

Tachando a flor de feroz.

3

Tem desejos amarelos.
Quer amar, o sol ulula,

Leva o homem do deserto
(Graciliano-Fabiano)

Ao limite irrespirável.

4

Em dimensão de grandeza
Onde o conforto é vacante,

Seu passo trágico escreve
A épica real do BR

Que desintegrado explode.

Roma, 1963


In: MENDES, Murilo. Convergência, 1963/1966: 1 — convergência; 2 — sintaxe. São Paulo: Duas Cidades, 1970.