quarta-feira, 29 de maio de 2013

OPINIÃO DO DIA – Marina Silva: o atraso

É preciso persistência para termos um sistema político que não seja esse atraso que está aí, onde se faz a governabilidade a partir da distribuição de pedaços do Estado. Já chegamos a 39 ministérios.

Marina Silva, ex-senadora, em debate em Porto-Alegre. In, Zero Hora (RS), 28/5/2013.

Manchetes de alguns dos principais jornais em circulação

O GLOBO
Leilão do Galeão começará com exigência de R$ 9,7 bi
Senado não votará MP que reduz luz
Aécio: Dilma deve pedir desculpas
Planos deverão ter mais 80 coberturas

FOLHA DE S. PAULO
Câmara aprova aumento de pena para traficante
Senado recusa votar MP que reduz tarifa de energia elétrica
Planos de saúde terão de cobrir remédio oral contra câncer
Aécio sugere que Dilma se desculpe e critica Caixa
Nó na serra

O ESTADO DE S. PAULO
BC não age e dólar chega a R$ 2,07, o mais alto do ano
Votação expõe atrito entre Planalto e PMDB
Aécio diz que Dilma deve desculpas pelo Bolsa Família
Governo propõe FGTS igual para domésticas
Protógenes acusa subprocuradora

VALOR ECONÔMICO
Governo eleva pedágios de rodovias em licitação
Eletrobras tem R$ 3,4 bi para demissões
Governo quer fazer pesquisa de minérios
Novo embate põe em risco conta de luz e desonerações

BRASIL ECONÔMICO
Percepção de inflação é maior que os índices
Cai o investimento estrangeiro na Bolsa
Mineração : Novo marco legal será mais brando

ESTADO DE MINAS
Plano terá de cobrir medicamento oral para tratar câncer
Crianças no trabalho são 60 mil em MG
Guerra da MP da Luz no Senado
Aécio: Dilma deve desculpas

O TEMPO (MG)
Câmara eleva pena mínima para traficante, de 5 para 8 anos de prisão
Aécio diz que Dilma deve pedido de desculpas ao povo por boataria
Líderes se reúnem para decidir futuro da MP da redução da conta de luz
Cachaça mineira será a grande vitoriosa na Copa do Mundo

CORREIO BRAZILIENSE
Aposta em doutores faz a UnB subir em ranking
Concurso terá lei em votação
Oposição cobra mais desculpas
Secretário do DF sob investigação

GAZETA DO POVO (PR)
PAC do Saneamento concluiu só 11% das obras no Paraná
Impostos continuarão ocultos mesmo com a Lei da Nota Fiscal
Chuva e frio no feriado
Assembleia aprova reajuste a servidores
Invento reduz em até 33% o consumo de combustível

ZERO HORA (RS)
Soja puxa reação das exportações gaúchas
Fraude do leite: Fabricante admite nova contaminação com formol
Anti-incêndio: Em busca de leis mais eficientes

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Cobertura maior para Plano de Saúde
Queda na conta de luz garantida
Jucá recua na lei das domésticas
Cresce pressão em torno do Bolsa Família

Senado não votará MP que reduz luz

O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), confirmou que não vai pôr em votação a medida provisória que reduz a tarifa de energia elétrica, anunciada em janeiro em rede nacional pela presidente Dilma. Assim, a MP perderá sua validade na segunda-feira. Mas o governo garantiu que, mesmo sem a MP, tem mecanismos para manter os descontos

MP que reduz conta de luz vai perder validade

Renan impede votação no Senado; governo garante manutenção do desconto

Júnia Gama, Isabel Braga e Luiza Damé

BRASÍLIA - A Medida Provisória 605, que reduz a tarifa de energia elétrica e foi anunciada em janeiro em rede nacional pela presidente Dilma Roussff, perderá sua validade na segunda-feira, já que sua votação no Senado em regime de urgência foi abortada ontem pelo presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL). A medida, lançada como uma das bandeiras que a presidente pretende explorar na campanha da reeleição, prevê redução média de 20% na conta de luz das residências e de 32% na indústria. O governo garantiu que, mesmo com a derrubada da MP, os descontos serão mantidos.

Apesar do empenho dos aliados na Câmara, onde a MP foi aprovada pela manhã, a votação esbarrou no Senado. Depois de ter tratorado a oposição há duas semanas, ao impor a votação em tempo recorde da polêmica MP dos Portos, Renan decidiu fazer valer sua promessa de que, a partir daquela dia, exigiria um prazo mínimo de sete dias de análise de MPs por parte dos senadores, antes da votação.

Mesmo com a decisão contrária de Renan, os líderes governistas iniciaram uma batalha no plenário do Senado para evitar a perda da vigência da medida. O assunto ainda estava em discussão pelos senadores, no início da noite, quando o Planalto reconheceu a derrota: a ministra Gleisi Hoffmann (Casa civil) se antecipou e informou que o governo lamentava a não aprovação da MP, mas que dispunha de mecanismos para continuar garantindo a redução das tarifas de energia elétrica.

A ideia dos governistas era fazer a leitura da MP ainda ontem, para contar a partir de hoje sete dias até segunda-feira, quando, então, a MP seria votada pelos senadores. Renan não aceitou cumprir esse rito, e o líderes do governo, senador Eduardo Braga (PMDB-AM), e do PT, Wellington Dias (PI), apresentaram questão de ordem ao plenário. Mas Renan não permitiu sequer a votação desta questão de ordem.

Após reunião com os líderes, quando se encaminhava para o plenário, Renan afirmou que, como a oposição era contra a votação apressada, a MP da tarifa de energia e uma outra também aprovada ontem na Câmara - a 601, sobre desoneração na folha de pagamento de diversos setores da economia - perderiam a validade:

- Para votarmos a MP dos Portos, tivemos que estabelecer uma regra, de que não votaríamos uma MP com menos de sete dias. Por um acordo consensual, de procedimento de todos os líderes, poderíamos suplantar essa decisão tomada, mas apenas por acordo, consensualmente. Como isso não aconteceu, a regra está mantida.

Renan também se antecipou em retirar dos senadores qualquer culpa por eventual prejuízo ao consumidor de energia elétrica:

- Eu não estou discutindo o mérito das MPs, mas o cumprimento de uma regra estabelecida com o plenário. Do ponto de vista do conteúdo, temos que encontrar um formato jurídico para que não haja prejuízo à população. Do ponto de vista do processo legislativo, não. Não vai haver questão de ordem, a única chance era o consenso. Sem o consenso, a regra (dos sete dias) está mantida.

Foi depois dessa declaração que a ministra da Casa Civil fez seu comunicado no Palácio do Planalto:

- O governo lamenta muito a não colocação em votação de duas medidas provisórias importantes para a população brasileira, mas também quer deixar claro que não corre risco a redução da tarifa de energia. A população não precisa se preocupar. O governo tem os mecanismos para garantir essa redução da tarifa até encontrar a solução legislativa adequada - disse, sem detalhar que instrumentos são esses. - Assim como também faremos um esforço grande para que as desonerações tributárias previstas na MP 601 possam ter efeito na sequência.

A ministra afirmou que haverá um período em que as desonerações previstas na MP 601 não terão efeito:

- Infelizmente teremos um período em que elas não terão efeito tanto para a construção civil quanto para outros setores que estavam lá sendo beneficiados. Vamos fazer um esforço para que a gente possa o mais rápido possível fazer com que esses setores voltem a ter esses benefícios.

Na Câmara, a aprovação das duas MPs foi possível depois de acordo fechado pelo presidente Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que garantiu a votação, em julho, de projeto de lei que acaba com o adicional de 10% do FGTS para demissões sem justa causa. Henrique ligou para Renan relatando o acordo e na sessão, mais tarde, fez apelo público ao colega, sem sucesso:
- A Câmara fez o seu papel. O Brasil quer a aprovação dessas MPs. Sei que o Senado tem suas regras, mas com sensibilidade podemos chegar a um bom termo. As MPs atendem a interesses de setores de nosso país, interesses sadios. A Câmara também tem recebido as MPs em cima da hora das comissões mistas.

O líder do governo na Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), também apelou, rejeitando a ideia de incluir o tema em outra MP em tramitação no Congresso, um procedimento comum usado pelo governo e que deve ser repetido agora.

- A MP traz um benefício para 195 milhões de brasileiros, para a indústria brasileira. Não excluo que pode ir para outra MP, mas é a primeira vez que temos redução de tarifas de energia elétrica - disse Chinaglia.

Duas medidas provisórias foram aprovadas

Na Câmara a oposição participou do acordo, mas no Senado, não:

- Fechamos o acordo porque foi pautado o projeto do FGTS. Não vamos obstruir. Agora a bomba está com o Renan - provocou pela manhã, o líder do DEM, Ronaldo Caiado (GO).

- Queriam submeter o presidente do Senado a uma desmoralização completa e absoluta. Fizeram uma tentativa de submetê-lo a essa humilhação, em uma atitude de mal coleguismo. Seria uma nódoa inapagável para o currículo dele e para o Senado se essas MPs fossem votadas. O Senado passaria a ser a casa da chicana - afirmou o senador tucano Álvaro Dias (PR).

A maior preocupação do governo é com a MP da tarifa de energia. A das desonerações, o Planalto não fazia questão que fosse aprovada, porque foi muito modificada na Câmara.

- A MP 601, do jeito que está, é melhor caducar. Foram 11 destaques, é muita mudança - admitiu um líder governista.

Sete MPs perderão a validade na segunda-feira, mas três delas sequer foram votadas nas comissões especiais. Na semana passada, a Câmara votou duas das quatro MPs prioritárias para o Planalto. E o Senado aprovou as duas ontem à noite.

Fonte: O Globo

Votação expõe atrito entre Planalto e PMDB

Em mais um embate com o PMDB, o governo passou o dia, ontem, tentando assegurar a votação, no Senado, de medidas provisórias que perderão validade na segunda-feira. A principal delas é a que reduz tarifas das contas de luz. O presidente da Casa, Renan Calheiros (AL), prometera que devolveria MPs que chegassem ao Senado com menos de sete dias para o prazo final de vigência.

Governo sofre derrota no Senado e terá de buscar saída para manter luz mais barata

Tânia Monteiro, Ricardo Brito e Anne Warth

BRASÍLIA - Novo descompasso da articulação política e mais um embate com o PMDB, desta vez tendo o presidente do Senado, Renan Calheiros (AL), como personagem principal, coloca em risco a manutenção de uma promessa da presidente Dilma Rousseff: a queda nas contas de luz.

Sem sucesso, aliados do Planalto passaram o dia de ontem tentando assegurar a votação, no Senado, de medidas provisórias que perderão a validade na segunda-feira. Renan se recusou a ler a MP 605 (das tarifas de energia) e a MP 601 (que concede desonerações ao setor produtivo) e submetê-las a voto, alegando que a votação açodada de medidas provisórias subtrai do Senado seu poder constitucional de revisor.

Por volta das 23h40, Renan encerrou a sessão por falta de quórum. Ele decidiu submeter à Comissão de Constituição e Justiça um pedido do líder do PT, Wellington Dias (PI), para que as MPs entrem em votação. A decisão, no entanto, é apenas protocolar e não haverá tempo hábil para votar as medidas. "Não vai dar tempo", sentenciou Renan, ontem à noite.

O PT fico uisolado na tentativa de votar as medidas provisórias ontem. Além do PMDB, partidos da base, como PSB, PR, PDT, PP e PTB não apoiaram a votação imediata.

"As MPs todas são importantes, sem exceção. Mas não são mais importantes que o Senado, que as instituições, que a democracia. O governo não pode apequenar o Senado", afirmou Renan em plenário ontem, no calor da discussão.

Ao tomar consciência da resistência dos senadores, liderados por Renan Calheiros, o Planalto acionou ministros e líderes para assegurar que buscará alternativas para garantir as tarifas de energia permaneçam mais baixas, como anunciado por Dilma em cadeia nacional de rádio e televisão.

Entres as possibilidades estão a elaboração de um projeto de lei, que seria votado em regime de urgência, ou o acréscimo de uma emenda a outra medida provisória que já tramita no Congresso. A Constituição veda reedição de medida provisória sobre o mesmo tema de uma que já tenha sido derrotada ou que tenha caducado.

Renan chamou de "anomalia constitucional" o rito de tramitação das medidas provisórias.

Sete dias. O peemedebista alegou que havia se comprometido com as lideranças da base aliada e com o Palácio do Planalto, no polêmico episódio da votação da Medida Provisória dos Portos, há duas semanas, a só colocar em votação os textos que chegassem ao Senado com um prazo de pelo menos sete dias antes do vencimento. Como esse não era o caso da MP da tarifa da energia, Renan deixou claro que não faria novo esforço político para aprovar uma proposta de interesse do Planalto.

A MP 605 permitia o uso de recursos da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) para compensar descontos concedidos a setores e viabilizar a redução da conta de luz. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Distribuidores de Energia Elétrica (Abradee), Nelson Leite, com a perda de validade da MP poderá haver aumento imediato da tarifa para o consumidor residencial e indústrias de 3,5%, em média.

Às 19h30, quando a situação no Senado aindaeratensa, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, fez um comunicado aos jornalistas e "lamentou" a não votação das medidas. "O governo lamenta muito a não colocação em votação de duas medidas provisórias importantes para a população brasileira.". Antes do comunicado, a ministra se reuniu por diversas vezes ao longo do dia com a presidente.

"A população não precisa se preocupar", assegurou Gleisi. A ministra não deu detalhes decomoo governovai agirpara manter a queda das tarifas. O anúncio daredução datarifade energia foi feito por Dilma no dia 23 de janeiro. Foi apontado nos bastidores como um sinal claro de que a presidente já entrava em campanha pela reeleição.

O governo deve assegurar a redução da conta de luz com repasses do Tesouro para a Conta de Desenvolvimento Energético, que vai custear o corte na conta de luz. Terá ainda que fazer um malabarismo fiscal para manter desonerações.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Bolsa Família: PF diz que tese do telemarketing perdeu força

Policiais chegaram a número de telefone inexistente

Jailton de Carvalho, Cleide Carvalho

BRASÍLIA e SÃO PAULO - Quatro dias após o gabinete do diretor-geral Leandro Daiello apontar a existência de uma central de telemarketing do Rio de Janeiro na divulgação de parte dos boatos sobre o falso fim do Bolsa Família, a Polícia Federal mudou a versão do caso. Depois de interrogar uma beneficiária do programa ontem, no Rio, a PF disse que a hipótese sobre o envolvimento de uma central de telemarketing na difusão dos boatos perdeu força.

Em depoimento ao chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Cibernéticos da PF, Carlos Eduardo Miguel Sobral, a beneficiária teria dito que recebeu uma mensagem de voz no celular sobre o fim do programa. Mas, segundo o gabinete do diretor-geral, a partir de um rastreamento da ligação, os policiais chegaram à conclusão que o número de onde teria partido o telefonema é inexistente.

Na sexta-feira da semana passada, integrante do gabinete do diretor-geral informou que parte dos boatos sobre o fim do Bolsa Família foi difundida por uma central de telemarketing do Rio. A PF chegou a dizer que tinha a gravação das mensagens supostamente espalhadas pela central. A mesma informação foi divulgada em Brasília e em São Paulo, um dia antes da revelação de que dirigentes da Caixa mentiram sobre a data da liberação do dinheiro do Bolsa Família.

Diante do desencontro de versões desde o início do caso, deputados da oposição se reuniram ontem com Daiello para pedir pressa nas investigações.

- A ministra Maria do Rosário (Direitos Humanos) falou que a oposição estava por trás disso, então fomos lá pedir pressa e acesso às investigações - disse o líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP).

O líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado (GO), defendeu a demissão do presidente da Caixa, Jorge Hereda, após este admitir que o banco prestou informações erradas sobre a confusão. Anteontem, Hereda disse que a antecipação do pagamento foi decidida pela área operacional do banco, sem consulta às cúpulas da instituição ou do governo.

- Em qualquer país sério do mundo, ele seria demitido na hora. Isso é grave, é um crime. Ele pede desculpas e varre-se tudo para debaixo do tapete? O fato é grave, e agora o governo quer minimizar - disse Caiado.

O líder do MD na Câmara, deputado federal Rubens Bueno (PR), também fez coro:

- O presidente da Caixa agiu com irresponsabilidade e incompetência. Em todo esse episódio, não faltaram mentira e falta de transparência.

Empresa vê origem no Twitter

Durante a reunião, Daiello disse aos parlamentares que a PF está fazendo investigações nos 12 estados onde beneficiários do Bolsa Família correram em massa às agências da Caixa. Entre os dias 18 e 19 deste mês, 900 mil beneficiários sacaram R$ 152 milhões do programa.

A Interagentes, empresa paulista especializada em análise de redes sociais, divulgou que há indícios de que o grupo que espalhou boatos sobre o fim do Bolsa Família se organizou com mensagens via Twitter. A empresa fez buscas na internet com o nome do programa e descobriu no Twitter uma mensagem considerada enigmática: "Bolsa família começa sexta". O texto foi postado em 15 de maio, às 18h39m40s, três dias antes da corrida às agências da Caixa. Segundo o sociólogo Tiago Pimentel, da Interagentes, a mensagem desse perfil-líder foi "retuitada" por 14 outros perfis, em horários diferentes, o que descarta o uso de um robô para retransmissão automática. Alguns desses perfis identificavam-se como sendo da Paraíba.

- A ideia de pesquisar sobre o boato nas redes sociais foi do professor Sérgio Amadeu, da Universidade Federal do ABC. Ele achou estranho o caso, por ter acontecido justamente em estados com maior número de beneficiários - explicou o jornalista Renato Rovai, da Revista "Fórum", da Editora Publisher Brasil, parceira da Interagentes.

Pimentel explica que o perfil-líder foi apagado do Twitter em algum momento após o domingo, deixando vazias as timelines dos 14 perfis que "retuitaram" sua mensagem. A pessoa que criou o perfil-líder reingressou com outro perfil no Twitter apenas no dia 24.

Na busca feita pela empresa, o primeiro boato sobre o fim do Bolsa Família, incitando pessoas a sacar o benefício naquele dia, foi achado no sábado, dia 18, às 8h, no Facebook. O criador do perfil se identifica como mulher, moradora da cidade de Cajazeiras, na Paraíba, e tem cerca de 200 amigos. Pimentel afirma que, pelo tipo de comentário, dá para perceber que a rede disseminou informação que vinha das ruas. Ou seja, o boato não foi criado no Facebook. O sociólogo diz que os dados coletados pela empresa podem servir apenas como indícios para uma investigação. As informações foram colocadas à disposição da PF.


Cortina de fumaça

OPINIÃO

A DECISÃO do corpo técnico da Caixa de alterar o calendário de pagamento do Bolsa Família, supostamente sem o conhecimento da direção do banco, é inusitada.

SERIA IMPENSÁVEL no setor privado. Pode não ter sido capaz de deflagrar a boataria em torno do benefício, mas, sem dúvida, tornou o ambiente bem propício a qualquer tipo de rumor.

ESTÁ-SE diante de uma dessas histórias que só acontecem no universo das estatais. Mas ainda há muito a esclarecer num caso em que não faltaram tentativas de politização.

Fonte: O Globo

Mal-estar deixa Hereda e seu vice na berlinda

Adriana Fernandes

A entrevista do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda na segunda-feira, admitindo ter omitido pagamento antecipado do Bolsa Família foi considerada um completo desastre pela presidente Dilma Rousseff e por outros setores do governo.

O mal-estar com a forma de condução da crise que envolveu o pagamento do benefício do principal programa social do governo se estende não apenas a Hereda, mas sobretudo ao vice-presidente de Habitação do banco, José Urbano.

Na semana passada, Urbano informara que a antecipação do pagamento só foi decidida após a divulgação dos boatos, para preservar a integridade física dos beneficiários que fossem em busca do seu benefício, A avaliação no Planalto é que faltou preparo ao comando do banco.

Integrantes do governo defendem uma punição, pelo episódio, mas assessores dão a entender que a tendência é manter o presidente da Caixa no cargo, O mesmo não se pode dizer do vice-presidente, em relação ao qual as cobranças são maiores: ele corre o risco de perder o posto.

Com a confiança da presidente e do ministro da Fazenda, Guido Mantega, Hereda estaria fazendo um bom trabalho - afinal, o banco vem apresentando bons resultados, em contraponto aos de outras instituições financeiras. No primeiro trimestre, a Caixa registrou lucro de R$1,3 bilhão e apresentou um crescimento de 12,5%. Valor bem superior, por exemplo, ao do Banco do Brasil que teve alta de apenas 2,2% no período - e de bancos privados.

A Caixa segue sendo peça-chave na estratégia de política econômica para a retomada do crescimento econômico.

Carvalho e Maria do Rosário evitam falar do episódio

O ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho e a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, evitaram ontem falar do boato sobre o fim do Bolsa Família, um dia após o presidente da Caixa Econômica, Jorge Hereda, ter pedido desculpas pelo episódio. "Não estou acompanhando este caso", disse Carvalho em São Paulo.

No mesmo evento, no Brás, a ministra Maria do Rosário interrompeu uma coletiva ao ser indagada sobre o tema. Na semana passada ela causou polêmica ao atribuir os boatos à "central de notícias da oposição"/Tiago Dantas, José Roberto Carvalho e Guilherme Waltenberg

Fonte: O Estado de S. Paulo

Aécio quer que Dilma peça desculpa em cadeia nacional sobre Bolsa Família


Ela disse ter havido um ato criminoso e desumano e está na obrigação de pedir desculpas também pela omissão da Caixa’, disse


Maria Lima

BRASÍLIA — Ao comandar pela primeira vez como presidente do partido a Executiva Nacional do PSDB, o senador Aécio Neves (MG) anunciou nesta terça-feira que a oposição, acusada “levianamente” de ter difundido boatos na confusão do Bolsa Família, não se dará por satisfeita com as desculpas embaraçadas do presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda. Ele exigiu que a presidente Dilma Rousseff, que qualificou os boatos de “criminosos e desumanos”, convoque uma cadeia de rádio de televisão para também pedir desculpas à Nação. Aécio também informou que o PSDB e o DEM estão recorrendo ao Ministério Público e ao Banco Central para participar das investigações sobre as ações da CEF que estão em andamento pela Polícia Federal, mas ainda sem um eixo consistente.

— Nós fomos acusados de forma irresponsável e leviana por uma ministra de Estado. A presidente Dilma, que gosta tanto de uma cadeia de rádio e TV, poderia convocar uma para, de público, pedir desculpas pelas acusações injustas. Ela disse ter havido um ato criminoso e desumano e está na obrigação de pedir desculpas também pela omissão da Caixa. Não aceitamos as desculpas embaraçadas do senhor Jorge Hereda — disse Aécio.

O novo presidente do PSDB e pré-candidato a presidente disse que esse é mais um caso em que um banco oficial é usado para atender a interesses de um governo, deixando de lado os interesses nacionais. Ele citou o caso, também, de diretores do Banco do Brasil condenados por usar recursos da instituição para comprar ingressos de um almoço de adesão organizado pelo ex-tesoureiro do PT, Delúbio Soares.

— Mais uma vez a lógica petista se repete. Uma instituição pública servindo a interesses de um governo — completou.

Central de boatos

Aécio não quis vincular os tumultos envolvendo o Bolsa Família, no sábado, no mesmo dia em que o PSDB realizava sua convenção nacional para elegê-lo novo presidente da sigla.

— O que fica claro é que houve uma ação descoordenada de dirigentes da Caixa e os erros não foram assumidos. E as desencontradas versões oficiais ficam cada vez mais desacreditadas. Mas o PSDB estará cada vez mais vigilante de todas as ações do governo nesta nova fase — disse Aécio.

O líder do PSDB na Câmara, deputado Carlos Sampaio (SP), relatou o encontro com delegados da Policia Federal, nesta manhã, sem nenhum resultado mais concreto que aponte para a responsabilização de uma eventual central de boatos. Ele exigiu que a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campello, retorne das férias, na Disney, para dar explicações sobre a confusão na Câmara.

— Assim que ela volte da Disney! Ela que me perdoe, mas o momento não é para Pateta ou Mickey. A coisa é muito mais séria. Se já tinha programado a viagem de férias, que cancele — disse Carlos Sampaio.

O líder do PSDB no Senado, Aloysio Nunes Ferreira (SP), chamou a confusão de versões do presidente Jorge Hereda e do governo de “autêntica pataquada”.

— É uma comédia de erros. O que aconteceu foi um verdadeiro bullying com milhares de beneficiários do Bolsa Família. Agora querem remeter a culpa sabe-se lá a quem — disse Aloysio.

Fonte: O Globo

À espera do rompimento

No PSB, já se avalia que o ministro Bezerra Coelho deve mesmo se afastar de Eduardo Campos e da sigla

Débora Duque

Sem economizar nas sucessivas demonstrações de fidelidade à presidente Dilma Rousseff (PT), o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho (PSB), caminha para o descolamento do ninho socialista. Essa é a interpretação de integrantes do PSB após as últimas declarações do ministro em favor do apoio do partido à reeleição de Dilma em 2014. Embora não tenha sido a primeira vez que FBC fez essa defesa, sua última manifestação foi considerada "acima do tom" por correligionários.

Enquanto participava, na segunda-feira (27), de um ato na sede do Incra ao lado de lideranças petistas, como o deputado federal João Paulo (PT), o ministro disse, de forma veemente, preferir a manutenção da aliança com o PT ao lançamento de uma candidatura própria do PSB. Neste mesmo dia, ele não compareceu ao encontro organizado pela cúpula do partido com vereadores socialistas, evento que teve a participação dos principais líderes da legenda no Estado, inclusive do governador Eduardo Campos (PSB). Sua assessoria alegou que ele estava com a "agenda apertada".

Dentro do PSB, a avaliação é de que Bezerra Coelho utiliza apenas como álibi sua ligação com o governo federal e o desconforto com a movimentação nacional do governador. Entende-se, no entanto, que seu real motivo de insatisfação são os rumos que as articulações para a sucessão estadual estão tomando nos bastidores. Como alimenta um desejo antigo de concorrer ao governo do Estado, o ministro viu suas chances de ser o indicado de Eduardo diminuírem com o anúncio de que o atual vice-governador, João Lyra Neto, deixará o PDT para se filiar o PSB.

Lyra se movimenta, silenciosamente, para alavancar sua candidatura e tem uma vantagem em relação a FBC e aos demais aspirantes: será ele quem irá assumir o Executivo estadual, em abril de 2014, quando Eduardo tiver que se desincompatibilizar do cargo para disputar a eleição, seja de deputado federal, senador ou presidente.

Ao mesmo tempo em que o afastamento de FBC do partido torna-se mais evidente, crescem os rumores de que ele pode vir a se abrigar no PT, PSD ou PMDB para satisfazer seu anseio de pleitear o governo. A ordem no PSB, porém, é não polemizar, publicamente, e deixar que o próprio ministro construa sua saída, se for o caso. O partido não quer deixar rastros nesse processo de rompimento.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Rede, de Marina, diz ter 400 mil assinaturas

O grupo da ex-ministra Marina Silva divulgou um novo balanço sobre a coleta de assinaturas para viabilizar o partido pelo qual ela pretende voltar a disputar a Presidência.

Segundo a Rede Sustentabilidade, 403 mil pessoas apoiaram a criação da nova sigla. A previsão é chegar até as 500 mil assinaturas necessárias para formar a legenda até o dia 15.

Fonte: Folha de S. Paulo

PSDB e formação de chapas

Marília Banholzer

"Nós vamos debater a organização das nossas chapas proporcionais para deputados estaduais e federais. Esse é o nosso foco para as eleições de 2014". Assim o deputado federal Sérgio Guerra resumiu o tema da primeira reunião Executiva do PSDB, partido do qual assumiu a presidência em Pernambuco, no mês passado, após entregar o comando da direção nacional ao senador e pré-candidato da legenda, o senador Aécio Neves. O encontro está marcado para às 10h da sexta-feira (31), na sede da legenda, no Derby, e contará com as participações de parlamentares.

Indagado se a reunião também serviria para listar nomes do PSDB para concorrer ao governo do Estado na próxima eleição, Sérgio Guerra foi categórico e disse que a legenda não precisa necessariamente de um candidato. Contudo, o dirigente tucano defendeu que o partido pode fazer alianças de olho na disputa pelo cargo.

Sérgio Guerra argumentou que o grau de incerteza em torno das eleições em Pernambuco é muito forte. "Eduardo (Campos, governador) não diz se vai ser candidato à Presidência e não há sinal sobre quem será o candidato dele", ressaltou. O tucano ainda apontou outras movimentações políticas como predominantes para definir o pleito para 2014. "Armando Monteiro (PTB) não sabe se é candidato da situação ou da oposição e Bezerra Coelho (PSB) ninguém sabe se vai ser ministro ou candidato ao governo".

Por causa das indefinições, Sérgio Guerra reforçou que o objetivo do PSDB em 2014 é repetir a bancada de deputados estaduais, hoje com seis parlamentares, e tentar eleger três ou quatro deputados federais. Segundo o tucano, uma boa bancada proporcional poderá ajudar na candidatura de Aécio Neves à Presidência da República, prioridade do PSDB nacional.

O deputado estadual Betinho Gomes, novo secretário-geral do PSDB, mostrou-se mais ofensivo no que diz respeito à organização do partido por um candidato ao governo do Estado. "Ainda não temos nomes para a candidatura majoritária, mas o PSDB vai colocar isso como prioritário, haja vista que nós precisamos de palanques fortes em todos os Estados e Pernambuco é importante", admitiu.

Sindicalismo

Como novo secretário-geral do PSDB no Estado, o deputado Betinho Gomes revelou que a deliberação nacional da legenda é fortalecer os braços sociais do partido no Estado, entre eles o PSDB Sindical, que visa estimular a presença de sindicalistas na legenda, e o Tucanafro, segmento social e racial da sigla. "Aqui em Pernambuco nós já temos o movimento de mulheres e o de juventude muito fortes, além do Instituto Teotônio Vilela (ITV). Agora temos que fortalecer esses dois segmentos para que a gente possa se aproximar mais da sociedade e interagir com esses segmentos", explicou.

Fonte: Jornal do Commercio (PE)

Crise na relação com Cabral reduz presença de Dilma no Rio

Após pressão do governador sobre royalties, presidente diminuiu viagens ao estado

Paulo Celso Pereira, Cássio Bruno

BRASÍLIA e RIO - A manifestação do governador Sérgio Cabral durante o jantar do PMDB na semana passada dizendo que não apoiará a reeleição da presidente Dilma Rousseff caso o PT tenha candidato ao governo do Rio foi apenas o mais recente sinal de desgaste da relação entre os dois. Um levantamento do GLOBO nas viagens da presidente ao Estado do Rio mostra que há uma inequívoca mudança na relação. Nos primeiros 20 meses de seu governo (entre janeiro de 2011 e agosto de 2012), a presidente fez 21 viagens ao Rio, média de mais de uma por mês. Já nos últimos nove meses (de setembro de 2012 até hoje), foram apenas três, todas neste ano: uma para visitar vítimas de deslizamentos na Serra, outra para o jogo-teste do Maracanã e apenas uma para inauguração de equipamentos públicos: uma fábrica, um hospital e o Museu de Arte do Rio (MAR).

O desaparecimento da presidente a partir do segundo semestre do ano passado coincide com a primeira crise pública na relação com Cabral. Foi a partir de outubro, com a retomada da discussão da redistribuição dos royalties do pré-sal, que a relação começou a degringolar. Cabral concedeu entrevistas afirmando que a presidente tinha o compromisso de vetar as alterações que poderiam inviabilizar financeiramente o estado. A presidente sentiu-se emparedada e não gostou. Tanto que manifestou a interlocutores, na ocasião, que considerou um erro a posição do governador de não buscar um acordo com os representantes de outros estados.

Agora, na antecipação da disputa eleitoral de 2014, Cabral volta a utilizar a pressão pública para tentar garantir o apoio da presidente à candidatura de Luiz Fernando Pezão. De acordo com interlocutores da presidente, ela estaria muito incomodada com essa postura.

A mudança na relação é evidente. O primeiro grande ato de campanha de Dilma à Presidência, em julho de 2010, foi exatamente no Rio. Em uma sexta-feira chuvosa, ela foi recebida por Sérgio Cabral, pelo vice Pezão e pelo então candidato ao Senado Lindbergh Farias - hoje pré-candidato ao governo contra Pezão -, em um comício na Cinelândia. A presidente encerrou o segundo turno da eleição com 4,9 milhões de votos no estado, 1,7 milhão a mais que o tucano José Serra.

Nos dois primeiros anos de seu governo, Dilma manteve a relação amistosa. Participou de eventos para três anúncios ou inauguração de obras habitacionais, inaugurou hospitais, clínicas, escolas, visitou o comando de pacificação do Complexo do Alemão, esteve em cerimônias de batismo de plataforma e navio e até no ato de início da construção de submarinos. Além disso, passou quatro dias na cidade para a conferência sobre clima Rio+20.

Em vários desses eventos, Dilma era acompanhada pelo governador e pelo vice Pezão. Curiosamente, apesar da crise com Cabral, Dilma vem deixando claro a interlocutores que a ótima relação com Pezão permanece inalterada.

Questionada sobre o que teria provocado a redução nas viagens ao estado, a Secretaria de Imprensa da Presidência da República afirmou apenas que "as viagens da presidenta são programadas de modo a conciliar as disponibilidades de sua agenda com ações de política pública que justifiquem sua presença, tais como inaugurações, lançamentos, vistorias, etc.".

Aécio minimiza possível aliança

Ontem, o presidente do PSDB e pré-candidato a presidente, Aécio Neves (MG), disse que tem boas relações com o peemedebista, mas que ainda é cedo para falar em alianças:

- Eu tenho uma relação pessoal com o Sérgio. E em determinados momentos soubemos respeitar as condições políticas de cada um. Não me movo hoje por uma aliança específica no Rio. Para o Rio de Janeiro, o PSDB está construindo um projeto próprio que espero que a população receba muito bem - disse Aécio.

A aproximação entre Cabral e o PSDB do senador Aécio Neves vem ganhando força depois do agravamento da crise com o PT nos últimos meses. Diante da resistência dos petistas em abrir mão da candidatura de Lindbergh à sucessão estadual, o governador do Rio e sua tropa de choque têm se alinhado com os tucanos fluminenses. O presidente regional do PMDB, Jorge Picciani, por exemplo, já conversou com o presidente regional do PSDB, Luiz Paulo Corrêa da Rocha. O vice-governador Luiz Fernando Pezão se encontrou com o deputado federal tucano Otavio Leite pelo menos duas vezes. Até o prefeito Eduardo Paes, do PMDB, se reuniu com Luiz Paulo e Otavio Leite.

- Pelas conversas, ao que tudo indica, são grandes as chances de haver uma ruptura na aliança PT e PMDB no Rio. Consequentemente, é possível, sim, que se consolide um palanque entre o PSDB e o PMDB - afirmou um dirigente tucano.

Para aliados de Cabral, o governador se precipitou ao antecipar a disputa eleitoral com o PT. Segundo eles, é possível que, dentro do PMDB nacional, Cabral reme sozinho na direção de Aécio, ficando isolado. Além disso, na avaliação dos aliados, a pressão que Cabral está fazendo sobre Dilma para que os petistas apoiem Pezão estremeceu a relação entre a presidente e o governador.

Fonte: O Globo

Condenado pela Justiça, Dirceu entra em ação para conter Campos

Ex-ministro orienta aliados a manter relação histórica entre PSB e PT

Thiago Herdy

SÃO PAULO - Nas viagens que vem realizando pelo país para apresentar sua defesa e protestar contra suas condenações no processo do mensalão, o petista José Dirceu articula alianças e costura, em reuniões reservadas, os palanques estaduais do PT para as eleições de 2014. As conversas ocorrem com conhecimento de Rui Falcão, presidente do partido, e também do ex-presidente Lula, com quem Dirceu manteve encontros antes e depois das viagens. O último balanço das ações de bastidores foi passado a Lula em reunião na semana passada.

Nos encontros regionais, o ex-ministro diz respeitar uma eventual candidatura de Eduardo Campos, mas nos bastidores critica e busca minar o PSB internamente, em nome da continuidade da coligação histórica do partido com o PT nos estados. A reeleição da presidente Dilma Rousseff (PT) e a manutenção de alianças com os mesmos partidos que integram a base é a orientação levada aos dirigentes.

Em seu blog, Dirceu já trata Campos como ex-aliado. Há um mês publica, inclusive, notícias negativas do governador pernambucano, com menções ao aumento dos gastos com a publicidade oficial em Pernambuco em 2012 e leituras críticas de entrevistas de Campos, com ataques à eventual política externa de um governo do PSB e lembranças ao apoio do PT à sua reeleição, em 2010.

- Priorizar a reeleição da Dilma e buscar aliança com os partidos da base são as recomendações dele. Em Alagoas, o PP e o PSD estão coligados com o PSDB, mas não deixamos de manter conversas com esses partidos, que nacionalmente estão com o PT. Dirceu ouviu nosso diagnóstico e pediu para trabalharmos pela aliança com os partidos da base - disse Joaquim Brito, presidente do PT em Alagoas que participou de encontro recente com o petista em Maceió.

PT nega articulação

Em encontro com o governador Camilo Capiberibe (PSB), do Amapá, Dirceu teria ameaçado romper a aliança estadual caso Campos se candidate contra Dilma. Por isso o governador teria tornado pública, em entrevista ao jornal "Folha de S. Paulo", sua resistência ao projeto do governador de Pernambuco.

Por meio de sua assessoria, o presidente do PT, Rui Falcão, disse desconhecer as articulações de Dirceu e negou que ele atuasse em nome do partido.

"Rui Falcão nunca delegou qualquer tarefa neste sentido a José Dirceu. Para o PT, Dirceu viaja apenas para fazer sua defesa em eventos públicos. As informações de que José Dirceu faz articulações políticas não são verdadeiras", informou a assessoria do petista.

Sobre se Dirceu tinha o aval para falar em seu nome e sobre a pauta dos encontros com o seu ex-chefe da Casa Civil, o ex-presidente Lula informou, por meio da assessoria, que não comentaria o assunto.

Fonte: O Globo

PT já monta palanques sem PSB e insiste com Lindbergh no Rio

Em reunião realizada anteontem em Brasília, cúpula do partido de Dilma mapeia acertos estaduais para a eleição

BRASÍLIA - Reunidos para discutir o cenário das eleições de 2014, integrantes da cúpula do PT já contam com a possibilidade de não terem o PSB como aliado na próxima disputa presidencial. E apostaram num choque com o governador do Rio, Sergio Cabral, do PMDB.

O encontro ocorreu na noite de anteontem, em Brasília, no apartamento do líder do PT no Senado, Wellington Dias (PI), e contou com a participação da maioria dos senadores do partido e com o presidente nacional da legenda, Rui Falcão.

O fim da união com o PSB deve-se ao fato de os petistas terem como certa a candidatura à presidênciada República do governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). O jantar, que teve como pratos principais peixe e cordeiro, ocorreu no mesmo dia em que Campos anunciou em Pernambuco a filiação de seu vice, João Lyra Neto (PDT) ao partido. No mesmo evento foram distribuídos panfletos em que Campos aparece como candidato a presidente. A manobra foi lida como uma forma de o governador assegurar um palanque no próximo ano.

Além do cenário nacional, os petistas também discutiram os palanques estaduais e consideraram como certa a candidatura do senador Lindbergh Faria ao governo de Rio. Essa possibilidade se choca com os planos do atual governador Sérgio Cabral (PMDB) que defende o nome do vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB). Cabral subiu o tom na semana passada ao falar em jantar promovido pelo vice-presidente e presidente licenciado do PMDB, Michel Temer, que caso o PT tenha candidato não asseguraria um palanque para Dilma Rousseff.

As declarações do peemedebista foram minimizadas no jantar de ontem. No tabuleiro eleitoral, os petistas consideram que não devem abrir mão de Lindbergh uma vez que o PMDB também está em choque direto com a legenda em locais estratégicos como o Rio Grande do Sul e a Bahia.

Fonte: O Estado de S. Paulo

PT critica articulação política do Planalto com parlamentares

Líderes da sigla dizem que problemas com o Congresso podem afetar candidatura de Dilma Rousseff em 2014

Reunião convocada após risco de derrota na MP das tarifas de energia expôs divergências entre aliados e o governo

Natuza Nery, Andréia Sadi

BRASÍLIA - O Palácio do Planalto sediou ontem uma tensa reunião na qual o próprio PT de Dilma Rousseff criticou a articulação política do governo e pediu mudanças para evitar danos à campanha à reeleição da presidente em 2014.

As queixas, que até então eram manifestadas mais por aliados como o PMDB, incluem falta de diálogo com a base governista, esvaziamento da ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e "duplo comando" na interlocução com Congresso.

No encontro reservado no terceiro andar do Planalto, onde fica o gabinete de Dilma, alguns dos principais ministros petistas e líderes do partido no Legislativo constataram: ou a interlocução muda, ou pode haver problemas em 2014.

Um dos participantes contou que o líder da bancada na Câmara, José Guimarães (CE), fez uma defesa enfática de Ideli, enfraquecida nos últimos meses devido à insatisfação dos aliados com o tratamento dado pelo Planalto --PMDB à frente.

O congressista comentou que Ideli está desmoralizada, mas que não seria a culpada pela crise com o Congresso ou por haver "duplo comando", em referência a negociações feitas por ela e que são desautorizadas por colegas ou por Dilma. A titular da pasta se manteve em silêncio, segundo os relatos.

Diante do diagnóstico, o presidente do PT, Rui Falcão, também conforme a descrição da conversa, questionou a razão de o Executivo ter uma sustentação partidária tão numerosa e, ainda assim, enfrentar problemas políticos na Câmara e no Senado.

Procurado, Falcão disse apenas que a reunião ocorreu por um pedido seu para discutir a reforma política.

Parcerias

A discussão esquentou quando o assunto chegou ao PMDB, foco das recentes dores de cabeça do Planalto.

Sobre o partido, a ministra da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, afirmou que a relação com a sigla não é "programática", mas que o governo não vai repetir um tipo de convivência partidária que, nas suas palavras, custou caro ao PT no passado. E continuou, de acordo com alguns dos participantes: "Se a gente tivesse escolhido o PSB..."

A frase foi rebatida por Falcão e pelo ministro Aloizio Mercadante (Educação). "O PMDB é estratégico" à coalizão e não se pode dizer que o PSB seja um partido programático, pois faz alianças ecumênicas Brasil afora. Em São Paulo, por exemplo, é parceiro do PSDB.

Conselho político

Como solução para os problemas, petistas sugeriram uma operação: resgatar as reuniões do chamado Conselho Político, instância formada pela presidente e por todos os líderes dos partidos aliados, e fortalecer Ideli, a interlocutora oficial de Dilma com o Congresso.

Falta combinar com Dilma: a ideia já foi apresentada outras vezes, sem sucesso.

Para o PT, a saída é colocar um ponto final no chamado "duplo comando", em que a ministra ora negocia projetos com deputados e senadores, ora é desautorizada por outros ministros.

Houve crítica específica ao Ministério da Fazenda, que teria "atravessado" a Secretaria de Relações Institucionais na votação de propostas na área econômica. A Casa Civil também teria desautorizado a ministra na discussão da medida que reformulou o sistema portuário do país.

Fonte: Folha de S. Paulo

PPS... Caminho da saída

O PPS-RJ não digeriu a fusão com o PMN que criou o MD, um novo partido. Seus dois deputados estaduais, Comte Bittencourt e José Luiz Nanci, estão prestes a procurar outro pouso: O PSDB é um destino provável.

A direção nacional do MD tenta evitar a debandada.

Fonte: O Dia/RJ – informe do dia

Mendes libera processo sobre partidos

Juliano Basile

BRASÍLIA - O ministro Gilmar Mendes liberou, na noite de ontem, para a pauta do Supremo Tribunal Federal (STF) o processo em que ele concedeu liminar para suspender a tramitação do projeto de lei que restringe a criação de partidos.

O projeto foi aprovado na Câmara e teve a tramitação suspensa quando rumava para o Senado. O texto retira tempo de propaganda no rádio e na televisão, além de limitar o acesso ao Fundo Partidário, que distribui milhões de reais às legendas anualmente. Ele estava sendo votado em meios à criação de duas legendas de oposição ao governo - Rede de Sustentabilidade, da ex-senadora Marina Silva, e Mobilização Democrática, união do PMN com o PPS.

A liminar de Mendes foi concedida num mandado de segurança impetrado pelo senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF).

Com a liberação para a pauta, a liminar de Mendes será analisada pelos demais ministros do STF. O plenário pode manter a suspensão da tramitação do projeto de lei no Congresso ou liberar a votação.

O STF terá sessão hoje, mas o processo sobre a tramitação do projeto de lei que restringe novos partidos não consta na pauta. Com isso, ele deve ser votado na próxima semana, a não ser que seja chamado pelo presidente da Corte, ministro Joaquim Barbosa, para votação ainda hoje.

O procurador-geral, Roberto Gurgel, concluiu parecer favorável à liminar. "Não há como negar que os princípios da liberdade de criação, fusão e incorporação de partidos, que dependem do direito de antena e de recursos do fundo partidário, são emanações essenciais do princípio fundamental do pluralismo político", afirmou Gurgel.

Já a Advocacia-Geral da União (AGU) pediu aos demais ministros do STF que cassem a liminar de Mendes. "O projeto de lei só se aperfeiçoará ao final da tramitação legislativa", diz o parecer assinado pelo advogado-geral da União, ministro Luís Inácio Lucena Adams.

Fonte: Valor Econômico

Bolsa incompetência - Fernando Rodrigues

Já foram debelados os boatos sobre o fim do Bolsa Família. Só que o episódio continua obscuro. Serve apenas como um striptease do governo federal.

A versão oficial do caso flerta com o surrealismo. Alguém do terceiro escalão da Caixa Econômica Federal teria decidido antecipar de uma vez, dia 17 último, todos os pagamentos de maio do Bolsa Família. Coisa na casa de R$ 2 bilhões. É muito dinheiro em qualquer lugar do mundo.

A decisão não teria sido informada ao presidente da Caixa, o petista Jorge Hereda. Nota-se aí um problema sério de governança. O banco estatal resolve antecipar a liberação de R$ 2 bilhões e o chefe da instituição não sabe de nada. Há três hipóteses a serem investigadas, todas demolidoras para o mito do bom gerenciamento da presidente Dilma Rousseff: 1) Hereda é um incompetente, 2) Hereda mente ao dizer estar por fora do ocorrido e 3) Hereda é incompetente e mente.

O fato é que, no dia seguinte à liberação antecipada do Bolsa Família, houve um corre-corre de milhares de pessoas tentando sacar os seus benefícios. Quem receberia só no final do mês percebeu que poderia ter acesso mais cedo ao dinheiro.

Ontem, a Caixa exerceu seu poder de adivinhação. Em carta a congressistas decretou não haver "qualquer relação" entre a antecipação dos pagamentos do Bolsa Família e o subsequente corre-corre. O banco estatal não tem base científica para fazer tal afirmação com 100% de segurança.

No ano passado, a Caixa torrou R$ 676,5 milhões em propaganda. É a terceira empresa do Brasil que mais gasta em anúncios (sem contar o que despeja em times de futebol). Só perde para Casas Bahia e Unilever.

Não ocorreu a ninguém na CEF gastar alguns reais para avisar so-bre as mudanças no pagamento do Bolsa Família? Parece que não. Afinal, quando algo dá errado é mais fácil negar o equívoco. Se não funcionar, culpa-se a oposição.

Fonte: Folha de S. Paulo

Feitiços & feiticeiros - Denise Rothenburg

O feitiço do isolamento que Eduardo Campos lançou sobre o PT em 2012, na eleição municipal, se volta agora contra ele

Grande parte da conversa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com sua sucessora, Dilma Rousseff na semana passada girou em torno de alguém que Lula tinha como seu “filho político”, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB). Aos poucos, as mágoas por Eduardo ter se aproximado de Roberto Freire, do Movimento Democrático (MD), e de Jarbas Vasconcelos deixam de ser se guardados pelas colunas do Palácio da Alvorada e ganham as rodas da política.

Com Dilma no papel de candidata — e com ela o PMDB na vaga de candidato a vice —, os petistas põem em prática o plano traçado de isolar o governador pernambucano. Depois das ações conhecidas de estancar o fluxo de aliados ao projeto de candidatura própria do governador, o PT parte para a segunda etapa dessa desconstrução: tentar isolar Eduardo em Pernambuco, onde ele tem mais de 80% de aprovação.

Sob as bênçãos de Lula e de Dilma, há uma tentativa de juntar os senadores Armando Monteiro Neto, do PTB; o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho; o senador Humberto Costa, do PT; os deputados João Paulo Lima, petista, ex-prefeito de Recife; e Dudu da Fonte, do PP. Desse bloco sairia o candidato a governador, o vice e ainda o nome ao Senado.

O objetivo é formar um novo eixo de poder em Pernambuco, de forma a empurrar Eduardo Campos para o outro lado, onde, aliás, parte dos petistas acredita que o governador já está por conta da aproximação com Freire e Jarbas. Na esfera estadual, há quem reclame de uma “baianização” ou “venezuelização” da política pernambucana, comparando Eduardo a caciques políticos que não toleram as coisas feitas de forma diferente daquilo que desejam. “Ele quer tudo, assim não dá”, é o que mais se ouve nos bastidores de pernambucanos que se colocam como aliados do governador. Assim, o feitiço do isolamento que Eduardo lançou sobre o PT em 2012, na eleição municipal, se volta agora contra ele. Essa queda de braço está apenas começando. Tudo isso mudaria, é claro, se o plano B de Lula candidato fosse acionado. Por enquanto, esse último recurso é apenas um sonho distante para muitos petistas que o enxergam como a única maneira de levar Eduardo Campos a desistir da carreira solo.

Enquanto isso, no PSB...

Quanto mais o PT tenta isolar o governador e jogá-lo às cordas, mais ele se movimenta. Recentemente, encontrou em grupos separados, 350 deputados estaduais reunidos em Pernambuco para a reunião da União Nacional dos Legislativos Estaduais (Unale). Também acaba de filiar o vice-governador, João Lyra Neto, ao PSB, numa festa onde houve inclusive “santinho” estampando Eduardo como opção para 2014.

Os cálculos do PSB são matemáticos. Baseados no grau de conhecimento que a população tem do governador Eduardo Campos, 20%, e o obtido na pesquisa de intenção de voto, 6%, os partidários dele projetam algo em torno de 30% dos votos, caso esse conhecimento chegue a 100%. O senador Aécio Neves, do PSDB, é conhecido por 55% do eleitorado e tem 12%, ou seja, a projeção de 100% ficaria em torno de 23%, 24% dos votos. Daí, as esperanças dos aliados de Eduardo Campos.

Por falar em Aécio...

Ocorre que política não é uma ciência matemática tão exata que possa ser resolvida por uma regra de três. Se fosse assim, feiticeiros e seus respectivos feitiços estariam dispensados. Da parte do PSDB, por exemplo, há uma cobrança de um pedido de desculpas da presidente Dilma Rousseff, em cadeia nacional, pela balbúrdia ocorrida com o Bolsa Família há alguns dias.

O partido também apresentou uma série de pedidos de convocação de representantes do governo, inclusive, a ministra do Desenvolvimento Social, Tereza Campelo, para que explique a confusão e o porquê da antecipação dos recursos aos beneficiários. Era assim que o PT agia no passado. Esse é mais um feitiço que se vira contra o feiticeiro.

Fonte: Correio Braziliense

Derrapagem na curva - Dora Kramer

Até pela prática autoritária e centralizadora da presidente da República, conhecida por não dar autonomia nem aos ministros "da casa", não é crível que o governo tenha deixado para o terceiro escalão uma decisão como a antecipação dos pagamentos aos beneficiários de programa tão estratégico (sob todos os aspectos) como o Bolsa Família.

Se algo tão importante quanto alterações no cronograma de liberação do dinheiro foi feito sem ao menos se informar à diretoria específica (Habitação), pior ainda. Quer dizer que nem a joia da coroa está a salvo da impressão de bagunça - política e administrativamente falando - que assola o governo de Dilma Rousseff. Sob qualquer ângulo que se olhe, a história é uma peneira.

Recapitulando: nos dias 18 e 19 de maio houve uma corrida aos caixas eletrônicos da Caixa Econômica Federal devido a boatos sobre o fim do programa. No dia seguinte, a GEF anunciou que antecipara os pagamentos para segunda-feira, 20, a fim de aplacar os ânimos dos beneficiários.

Em seguida, mudou a versão: segundo o vice-presidente responsável pela área, os saques haviam na verdade sido antecipados para o fim de semana, mas ele não sabia. Horas depois, a ministra do Desenvolvimento Social confirmou que os pagamentos haviam sido liberados por causa dos boatos.

Uma semana depois, o presidente da Caixa informou que o calendário na verdade fora alterado no dia anterior aos boatos, 17 de maio, e atribuiu a decisão à área operacional da CEF, que nada lhe comunicara.

Nesse meio tempo, a ministra dos Direitos Humanos saiu dizendo que o falatório era coisa da oposição e o ministro da Justiça declarou que havia sinais de "ação orquestrada".

Como se viu, o maestro da cacofonia foi o próprio governo. Junto a versoes difundidas pela assessoria de imprensa do Palácio do Planalto sobre a "irritação" da presidente com o episódio - que, aliás, havia sido qualificado por ela como ato criminoso -, o presidente da CEF nesta segunda-feira deu uma entrevista para supostamente esclarecer as coisas.

Disse que levou uma semana para falar porque precisava "entender com clareza" o que acontecera. Ora, se real a explicação fornecida por ele, não precisava de muito esforço de compreensão.

Disse que a Caixa cometeu uma "imprecisão" decorrente do nervosismo diante do corre-corre e dos boatos. Não foi uma imprecisão, foi mentira mesmo dizer que o adiantamento deveu-se aos saques em quantidade anormal quando se sabia que a antecipação fora ordenada na véspera.

Disse que a CEF não considerou necessário avisar a ninguém - e aqui falamos dos "clientes" do programa - porque em média "apenas" 70% dos beneficiários fazem saques nos dias marcados nos respectivos cartões. Ou seja, a ampla maioria, que por si só justificaria um aviso.

O dado concreto e o efeito substantivo de uma confusão dessas é o abalo da confiabilidade do governo numa parcela da população que até agora estava alheia ao debate, digamos, de elite, sobre a ineficácia da administração federal.

O que era conversa de políticos insatisfeitos com a desarticulação no Congresso c com o trato dado a partidos alio os; o que era tema de empresários agastados com o travamento dos negócios devido à falta de infraestrutura; o que era assunto de economistas sobre alta de inflação e maquiagem de dados estatísticos, chegou àquele setor da sociedade que assegura altos índices de popularidade à presidente.

Uma derrapagem na curva capaz de abrir o mais sério flanco por onde os adversários de Dilma encontrem matéria-prima para estabelecer diálogo com o grosso da população sobre a qualidade da gestão daqueles que comandam e pretendem comandar por muito tempo o Brasil.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Dilma, a mãe dos cleptocratas - Elio Gaspari


Com a prodigalidade de uma imperatriz, a doutora Dilma anunciou em Adis Abeba que perdoou as dívidas de doze países africanos com o Brasil. Coisa de US$ 900 milhões. O Congo-Brazzaville ficará livre de um espeto de US$ 352 milhões.


Quem lê a palavra "perdão" associada a um país africano pode pensar num gesto altruísta, em proveito de crianças como Denis, que nasceu na pobre província de Oyo, num país assolado por conflitos durante os quais quatro presidentes foram depostos e um assassinado, cuja taxa de matrículas de crianças declinou de 79% em 1991 para 44% em 2005. No Congo Brazzaville 70% da população vivem com menos de US$ 1 por dia.

Lenda. Denis Sassou Nguesso nasceu na pobre província de Oyo, mas se deu bem na vida. Foi militar, socialista e estatizante. Esteve no poder de 1979 a 1992, voltou em 1997 e lá permanece, como um autocrata bilionário privatista. Tem 16 imóveis em Paris, filhos riquíssimos e seu país está entre os mais corruptos do mundo.

Em tese, o perdão da doutora destina-se a alavancar interesses empresariais brasileiros. Todas as dívidas caloteadas envolveram créditos de bancos oficiais concedidos exatamente com esse argumento. As relações promíscuas do Planalto com a banca pública, exportadores e empreiteiras têm uma história de fracassos. O namoro com Saddam Hussein custou as pernas à Mendes Junior e o campo de Majnoon à Petrobras. Em 2010 o soba da Guiné Equatorial, visitado por Lula durante seu mandarinato, negociava a compra de um tríplex de dois mil metros quadrados na Avenida Vieira Souto. Coisa de US$ 10 milhões. Do tamanho de Alagoas, essa Guiné tem a maior renda per capita da África e um dos piores índices de desenvolvimento do mundo.

O repórter José Casado chamou a atenção para uma coincidência: em 2007, quando a doutora Dilma era chefe da Casa Civil, o governo anunciou o perdão de uma dívida de US$ 932 milhões. Se o anúncio de Adis Abeba foi verdadeiro, em seis anos a Viúva morreu em US$ 1,8 bilhão. Se foi marquetagem, bobo é quem acredita nele.

O Brasil tornou-se um grande fornecedor de bens e serviços para países africanos e a Petrobras tem bons negócios na região. As empreiteiras nacionais têm obras em Angola e na Líbia. Lá, tiveram uma dor de cabeça quando uma revolta derrubou e matou Muamar Kadafi, um "amigo, irmão e líder", segundo Lula. Acolitado por empresários, seu filho expôs em São Paulo uma dezena de quadros medonhos. Em Luanda os negócios vão bem, obrigado, e a filha do presidente José Eduardo Santos é hoje a mulher mais rica da África, com um cofrinho de US$ 2 bilhões. Ela tem 39 anos e ele está no poder há 33.

Se o Brasil não fizer negócios com os sobas, os chineses farão, assim como os americanos e europeus os fizeram. A caixinha de Kadafi para universidades inglesas e americanas, assim como para a campanha do presidente francês Nicolas Sarkozy, está aí para provar isso. Contudo, aos poucos a comunidade internacional (noves fora a China) procura estabelecer um padrão de moralidade nos negócios com regimes ditatoriais corruptos.

A doutora diz que "o engajamento com a África tem um sentido estratégico". Antes tivesse. O que há é oportunismo, do mesmo tipo que ligava o Brasil ao colonialismo português ou aos delírios de Saddam Hussein e do "irmão" líbio.

Fonte: O Globo

Uma ponte para o Sul - Rosângela Bittar

É público que Jorge Bornhausen, ex-ministro, ex-senador, ex-embaixador, ex-governador, atualmente sem filiação partidária, investiu uns 15 anos de sua vida política na carreira de Gilberto Kassab, o ex-prefeito de São Paulo que abrigou no PFL, vindo do PL, e apoiou na difícil tarefa de criar um novo partido, o PSD, quando ambos se apartaram do DEM. É uma cacofonia de siglas, mas todas guardando uma certa coerência política. Esta semana, deu-se uma nova virada nos rumos da política que Bornhausen pratica. Reuniu-se com Kassab para uma conversa que não chegou a ser de despedida, porque são e continuarão amigos, mas para troca de impressões sobre os caminhos agora opostos que trilharão.

Bornhausen, mesmo sem filiação partidária e sem candidatura, estará sempre do lado oposto ao do PT na política. Kassab agora é aliado do PT, vai apoiar Dilma Rousseff em sua campanha de reeleição, seu partido integra o Ministério do governo petista.

Bornhausen recusa a ideia corrente no DEM de que ele foi o criador de Kassab. "Quando ele veio para o PFL já era deputado pelo PL. Já tinha uma posição de destaque, veio a meu convite para ajudar a formar o PFL de São Paulo, o que ele fez muito bem. Depois foi eleito deputado federal, foi vice-prefeito, prefeito, é meu amigo, gosto muito dele".

"Credibilidade é mais importante que popularidade"

O líder catarinense também não se acha decisivo na formação do PSD, mesmo que tenham aderido ao novo partido um governador e um senador do seu grupo, Raimundo Colombo e Kátia Abreu, além de seu filho Paulo Bornhausen.

"Eu apenas aconselhei os que me procuraram a examinar bem suas convicções, suas questões, mais nada. A decisão de Santa Catarina foi tomada em Santa Catarina, não foi por minha causa".

Há muitos anos Jorge Bornhausen traçou uma linha de separação dos campos políticos para não haver hipótese de tangenciar o PT, e com ela foi coerente, sempre. O PSD está com o PT, portanto dele se afastou, politicamente, pois já não é filiado.

Na verdade, desde que se desfiliou do DEM, Bornhausen não ingressou em nenhum outro partido. Por que não ir com o PSD às eleições presidenciais? "O PT de Santa Catarina sempre fez suas ações contra a minha pessoa. Tudo foi sempre pessoal. É uma questão de dignidade eu não votar nem apoiar qualquer candidato do PT", afirma Bornhausen.

Quem acompanha sua trajetória lembra-se da indignação que lhe provocaram os cartazes, elaborados e distribuídos pelo PT, anos atrás, com seu rosto colocado no corpo de Hittler. "Manifestações daquela natureza continuam até hoje", cita Bornhausen.

É também público que o ex-senador, ex-ministro, ex-governador, ex-embaixador, o líder político de Santa Catarina, está apoiando a candidatura presidencial de Eduardo Campos, o governador de Pernambuco, do PSB. Bornhausen virou socialista? Ele ri e afirma: "Eu votarei nele se vier a ser candidato e tudo indica que sim".

Definindo o que o ajuda a manter a coerência, afirma: "Eu acho que, em política, o mais importante não é a popularidade, é a credibilidade. Ao me manifestar em favor da candidatura do Eduardo Campos, eu me mantenho dentro da linha de credibilidade na minha vida política. Jamais poderia apoiar aqueles de quem sempre divergi, que eram os integrantes do PT", comenta.

Bornhausen declarou voto em Eduardo, e com ele já participou de algumas reuniões. O governador pernambucano convidou Paulo Bornhausen para filiar-se ao PSB, mas o deputado ainda não se decidiu. "Ele tem muito tempo, só precisa responder em setembro".

A opção por Eduardo Campos é uma guinada política na sua vida? Bornhausen se mostra impressionado com a atuação do governador: "Não, não é nenhuma guinada. Ele é um administrador moderno, vem executando suas tarefas tendo sempre em vista o desenvolvimento, o crescimento do seu Estado, utiliza-se de todos os meios modernos de administração, fazendo com que a meritocracia seja um critério integrante do sistema na educação, na saúde, na segurança, admiro seu trabalho. Dai porque, pessoalmente, já fiz a minha opção de voto".

O que vai acontecer com seu grupo, Bornhausen não arrisca prever, ainda. "Cabe ao deputado Paulo Bornhausen escolher o seu caminho. Ele já disse que também não acompanha a candidatura da Dilma. Quanto ao ingresso no PSB, ele recebeu um convite público do governador Eduardo Campos e está examinando, com outros companheiros, essa possibilidade".

O partido de Eduardo Campos tem uma comissão provisória em Santa Catarina, presidida pelo ex-senador Geraldo Althoff.

Se houver filiação de parlamentares, caso do Paulinho Bornhausen, por exemplo, deverá haver alguma alteração. Mas a presidência, na avaliação do líder catarinense, deve continuar com quem está. "Althoff é um homem íntegro, da melhor qualidade". Se Paulo Bornhausen vai para o PSB ou não, até setembro todos saberão. Se não for, sua alternativa é ficar numa situação de dissidente no PSD que, segundo Bornhausen, " tudo indica", vai apoiar a Presidente da República.

Foi mais ou menos esse o fio da meada da conversa que Bornhausen e Kassab mantiveram esta semana. "Absolutamente, minha relação de amizade com ele não tem porta para qualquer despedida. Eu coloquei a situação, evidentemente minha, e a decisão que Paulinho tomará, de acordo com o que ele achar melhor para o futuro dele. Mas jamais fazer uma despedida de uma amizade que é, para mim, muito importante, sobretudo é afetiva".

Jorge Bornhausen mantém a decisão de não se filiar a nenhum partido e a tomar suas decisões "conforme convicções". No momento, tudo isto converge para a candidatura de Eduardo Campos. E já conversaram, inclusive, sobre a montagem do partido em Santa Catarina, ponto estratégico no crescimento do PSB e da candidatura do governador na região sul. "Ele vai formar o partido em Santa Catarina, necessário para a candidatura dele. O Paulo deverá tomar as posições que facilitem, ajudem a candidatura do Eduardo Campos no Estado".

Fonte: Valor Econômico

A bagunça de costume – O Estado de S. Paulo / Editorial

Depois de insinuar que foram propositais os boatos sobre a extinção do Bolsa Família, que levaram multidões a agências da Caixa Econômica Federal em 13 Estados no penúltimo fim de semana - quando, em meio a filas e tumultos, R$ 152 milhões foram sacados em cerca de 900 mil operações eletrônicas -, o governo e o banco oficial continuam devendo uma explicação convincente para o ocorrido. Enquanto isso, robustecem-se as evidências de que a presidente Dilma Rousseff não sabia o que dizia quando afirmou que o rumor sobre o término do programa foi "criminoso". O mesmo vale, naturalmente, para o seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva, que saiu falando em "ato de vandalismo" e "brincadeira estúpida", sem esquecer da titular da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, que atribuiu a boataria a uma "central de notícias da oposição" e precisou se retratar.

Os fatos, na realidade, apontam para a clássica combinação de incompetência e tosca tentativa de acobertamento de seus resultados - no que a gestão Dilma é pródiga. Na segunda-feira seguinte aos dois dias de pânico disseminado, um alto funcionário da Caixa, o vice-presidente de Governo e Habitação, José Urbano Duarte, apareceu na TV Globo para dizer que, diante da aflição da clientela do Bolsa Família, a instituição decidiu liberar os pagamentos a todos os inscritos, quaisquer que fossem as datas autorizadas para os saques (conforme o último dígito dos respectivos cartões). A alegação se revelou falsa. No último sábado, a Folha de S.Paulo relatou que na véspera do caos, quando apenas os portadores de cartões com final 1 poderiam receber o benefício do mês, uma surpreendida dona de casa da região metropolitana de Fortaleza já tinha conseguido sacá-lo. Só então a Caixa reconheceu que os depósitos de maio, no valor total de R$ 2 milhões, precederam a corrida às agências - e não o contrário.

A quebra da rotina correu de boca em boca, desencadeando o medo - característico em tais circunstâncias, como ensina a psicologia do rumor - de que a mudança era presságio de más notícias. No caso, o encerramento do programa que transfere R$ 151 mensais, em média, a 13,8 milhões de famílias pobres. (O Bolsa Família custa ao erário quase R$ 24 bilhões por ano.) Essa hipótese parece mais plausível do que a teoria conspiratória segundo a qual alguém, não se sabe quando, teria acionado uma empresa de telemarketing do Rio de Janeiro para difundir gravações mentirosas anunciando o fim do benefício. O que pressupõe, entre outras coisas, que a firma teria ou recebeu os números dos telefones de uma parcela, ao menos, da população assistida.

Mas por que a Caixa resolveu mudar dessa vez o sistema de pagamento? Numa entrevista, anteontem, em que pediu desculpas pelo "erro" de sustentar dias a fio a versão desmascarada sobre a data da liberação antecipada do dinheiro, o presidente da Caixa, Jorge Hereda, deu uma resposta inverossímil.

Segundo ele, o banco havia descoberto que 692 mil famílias assistidas tinham mais de um cadastro, o Número de Identificação Social (NIS), que serve para definir o dia de recebimento do Bolsa Família. Apenas o NIS mais antigo foi revalidado. "Para garantir que esses beneficiários não estivessem impedidos de buscar os seus benefícios nas datas que usualmente tinham por referência", argumentou Hereda, escolheu-se liberar tudo para todos.

O nexo entre uma coisa e outra é difícil de entender, assim como o fato de o órgão responsável pela decisão, o comitê operacional do programa, não ter se dado ao trabalho de avisar a tempo nem a direção da Caixa, muito menos a população interessada. Fica no ar a suspeita de que a instituição - antes por incompetência do que por malevolência - cometeu uma falha que se recusa a admitir e de cujos efeitos tenta se distanciar a todo custo.

O Planalto, de seu lado, está numa enrascada. Tendo reagido pavlovianamente ao episódio, ao culpar a oposição pela boataria, sem procurar saber, primeiro, qual teria sido a verdadeira origem dos saques em massa, a presidente Dilma se vê mais uma vez no papel constrangedor de espectadora inerte da bagunça que reina no seu governo.

Consumo fica estagnado, e economia do país avança só 0,6% no trimestre, diz IBGE

Agropecuária foi maior destaque, com avanço de 9,7%. Indústria recuou 0,3%

Projeção do governo era de crescimento de 1% no trimestre

Renata Cabral

RIO - A economia brasileira cresceu 0,6% entre janeiro e março deste ano, em relação ao último trimestre de 2012, informou o IBGE nesta quarta-feira. Frente ao mesmo trimestre do ano passado, o avanço foi de 1,9%. Assim, no acumulado nos 12 últimos meses, a alta é de apenas 1,2%. Para se ter uma ideia, somente nesse primeiro trimestre, o governo esperava um crescimento da economia em torno de 1%, índice também apontado em cálculo do Banco Central. Já a projeção dos analistas ficava entre 0,6% e 1,1%.

O maior destaque foi a agropecuária, que avançou 9,7%, a maior alta desde o segundo trimestre de 1998, quando cresceu 13,9%. A indústria, por sua vez, recuou 0,3%. Serviços expandiram-se 0,5%. A queda da indústria foi puxada pela extrativa mineral (-2,1%). Já a indústria de transformação avançou 0,3%. O destaque entre os serviços ficou com o crescimento das atividades de administração, saúde e educação pública (0,8%), atividades imobiliárias e aluguel (0,7%), comércio (0,6%) e serviços de informação (0,3%).

A despesa de consumo das famílias e a despesa de consumo da administração pública ficaram estagnadas frente ao trimestre anterior. Em relação ao primeiro trimestre de 2012, o consumo das famílias cresceu pela 38ª vez consecutiva, apontaram os dados do IBGE, com alta de 2,1%, no entanto a taxa está em níveis inferiores às do ano passado, destacou Rebeca.

— A inflação alta tem a ver com esse cenário. Os preços aumentando são um desestímulo — destacou Rebeca de La Rocque, gerente de Contas Nacionais do IBGE.

Contribuiu para o resultado o avanço de 3,2% da massa salarial, indicou o órgão.

— Com a volta do IPI, as famílias continuam consumindo, mas num ritmo mais baixo — disse Rebeca.

A formação bruta de capital fixo (compra de máquinas e equipamentos e material de construção) avançou 3% frente ao primeiro trimestre de 2012 e 4,6% frente ao último trimestre de 2012. Já a demanda externa mostrou resultados negativos: as importações cresceram 7,4% e as exportações recuaram 5,7%.

Frente ao primeiro trimestre de 2012, também a agropecuária foi o principal destaque positivo: avançou 17% nessa base de comparação, maior taxa da série histórica do IBGE, iniciada em 1996, graças ao bom desempenho da safra de produtos, como soja (23,3%), milho (9,1%), fumo (5,7%) e arroz (5,1%), relevantes no primeiro trimestre.

— Em todas as comparações, o destaque no trimestre foi a agropecuária, mas vale lembrar que 2012 foi um ano ruim para a lavoura — comentou Rebeca.

Já a indústria recuou 1,4% frente ao primeiro trimestre de 2012 — a extrativa teve queda de 6,6%, afetada pela diminuição na extração de petróleo. Os serviços, por sua vez, expandiram-se 1,9%.

Em 2012, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB, conjunto de bens e serviços produzidos no país) brasileiro foi de apenas 0,9%, o pior desempenho desde 2009.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de prévia do PIB, havia mostrado avanço bem maior: 1% da economia, no primeiro trimestre frente aos últimos três meses de 2012. Nesse primeiro trimestre, o governo esperava um crescimento da economia em torno de 1%, próximo à média das projeções dos analistas ouvidos pela Bloomberg, de 0,9%. Para o ano, a ministra do Planejamento, Miriam Belchior, disse na terça-feira à Comissão Mista de Orçamento que há uma expectativa de avanço de 3,5% do PIB e de 6% para investimentos, que serão “o grande motor do crescimento”, segundo a ministra.

Pesquisa feita semanalmente pelo BC com analistas do mercado, apontou piora das expectativas quanto à inflação e ao crescimento do país. Segundo o boletim Focus, a projeção dos economistas para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 5,8% para 5,81%, e para a expansão da economia, caiu de 2,98% para 2,93% no ano.

Fonte: O Globo