Partido diz que segundo ministério será decisivo para o apoio a Dilma
Paulo Celso Pereira
BRASÍLIA - Último partido médio totalmente disponível no mercado eleitoral, o PP ameaça dar uma canseira na presidente Dilma Rousseff e no tucano Aécio Neves. Consciente de que será o último grande trunfo para ampliação do tempo de TV dos presidenciáveis, o partido pretende jogar a decisão sobre alianças para depois de abril.
O PP terá direito a mais de um minuto e meio na propaganda eleitoral gratuita. Nem mesmo as ameaças veladas do governo de que ele perderá o ambicionado Ministério das Cidades, se não deixar claro que estará formalmente ao lado de Dilma nas eleições, assusta seus caciques. A legenda trata esse ministério apenas como ponto de partida para as negociações.
- Já que defendo o apoio à Dilma, vou colocar em discussão a aliança quando eu achar que ganho. Há estados que são resistentes. Anunciar o apoio e depois não consolidá-lo na convenção seria o pior dos mundos. O prazo com que estamos trabalhando é abril, mas há resistências que estamos tentando vencer - disse o presidente do PP, senador Ciro Nogueira (PI).
Os dirigentes do partido dizem abertamente que o tamanho compatível com a importância da bancada - hoje quarta maior aliada do governo na Câmara, com 40 deputados - seria o de duas pastas importantes. E é exatamente isso que os pepistas buscam na reforma ministerial. Eles afirmam que o crescimento seria decisivo para sacramentarem o apoio a Dilma nos próximos meses, negociando com os diretórios regionais que estão próximos da oposição.
- Se nos tirarem das Cidades, esqueça qualquer chance de aliança - adverte um deputado integrante da Executiva Nacional do PP.
O problema é que um oceano inteiro separa o pleito do partido das intenções da presidente Dilma. Segundo integrantes do governo, a presidente não cogita a hipótese de dar qualquer ministério adicional ao PP na reforma, e já disse que só manterá o partido no Ministério das Cidades se tiver a garantia de que ele estará na aliança nacional.
Para completar, a presidente ainda exige que a candidata do PP ao governo do Rio Grande do Sul, senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS), não abra seu palanque para presidenciáveis da oposição — apesar de ela ter como adversário local o governador Tarso Genro, que é do PT. Isso porque, diante das dificuldades enfrentadas pelo PT em São Paulo, da popularidade de Aécio Neves em Minas Gerais, e do quadro incerto no Rio de Janeiro, o Rio Grande do Sul poderá ter papel decisivo para a reeleição da presidente
Fonte: O Globo.
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