sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

PT desembarca apenas em março do governo Cabral

Direção nacional enquadra partido no Rio e atende pedido do governador

Juliana Castro

RIO — A direção nacional conseguiu enquadrar o PT do Rio, que, pela primeira vez, admite deixar o governo de Sérgio Cabral (PMDB) somente em março e não mais em janeiro. Mesmo a contragosto, o presidente da sigla no estado, Washington Quaquá, teve que acatar a ordem na quarta-feira, em reunião com o presidente nacional do PT, Rui Falcão, e transmiti-la aos partidários. Os petistas ocupam as secretarias de Ambiente e Assistência Social e Direitos Humanos. Internamente, estimam ter entre 600 e 700 cargos no governo.

O pedido para que o PT adiasse o rompimento foi feito diretamente por Cabral ao ex-presidente Lula. Desde agosto do ano passado, os petistas tentam marcar a data de desembarque da gestão peemedebista, mas não conseguem o aval da Executiva Nacional, que teme que a ruptura contamine a aliança para a reeleição da presidente Dilma Rousseff.

— A saída será em março. Não será antes. Vamos acatar o pedido da direção nacional — afirmou Quaquá ao GLOBO, dizendo que a relação com o PMDB no Rio é “defunto morto e que só falta enterrar”.

Março é o mês que Cabral deixa o cargo e passa o bastão para o vice-governador Luiz Fernando Pezão, pré-candidato do PMDB à sucessão estadual. Os peemedebistas mantêm a esperança de que um acordo ou uma intervenção da Direção Nacional do PT jogue pelos ares a pré-candidatura do senador Lindbergh Farias ao governo. Já os petistas querem concretizar logo a saída por medo de que, como em situações anteriores, o partido no Rio seja sacrificado pelo comando nacional.

Segundo petistas relataram, Quaquá levou um puxão de orelha por defender publicamente o rompimento com o PMDB o mais rápido possível.

Agora, o PT do Rio vai colocar em cena mais uma estratégia para sedimentar a pré-candidatura de Lindbergh. Com a presença de Rui Falcão, os petistas vão realizar amanhã uma reunião em que darão início a uma agenda positiva para a pré-campanha do senador. Vão começar a se organizar junto aos movimentos sociais e a discutir a proposta de governo em encontros com a militância.

— Também estamos planejando para fevereiro um grande evento de lançamento da pré-candidatura de Lindbergh — declarou Quaquá.

Fonte: O Globo

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