sábado, 10 de maio de 2014

Aécio diz que crescimento em pesquisa demonstra ‘fragilidade do atual governo’

• Eduardo Campos acredita em mudança de desempenho só depois do início do horário eleitoral

Odilon Rios e Anselmo Carvalho Pinto, Germano Oliveira e Sergio Roxo - O Globo

SÃO PAULO, MACEIÓ e CUIABÁ - O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira, durante encontro com empresários em Maceió, que o resultado da pesquisa Datafolha demonstra ‘fragilidade do atual governo’. O tucano teve um crescimento de quatro pontos percentuais, o que indicaria a realização de segundo turno. Dilma Rousseff aparece com 37% das intenções de voto enquanto os demais pré-candidatos somam 38%.

Em São Paulo, o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, disse que não acredita em possibilidade de mudança de seu desempenho nas pesquisas eleitorais - ele está com 11% das intenções de voto - antes do início do horário eleitoral, em 19 de agosto. Para o presidenciável, a pesquisa Datafolha "consolida o desejo de mudança" ao apontar uma disputa em segundo turno.

- Ninguém gosta de estar mal nas pesquisas. Mas, este crescimento da nossa candidatura, acho que é a demonstração da fragilidade do atual Governo e em todas as áreas, a incapacidade de cumprir com os compromissos assumidos com a sociedade. A segurança vai muito mal, na educação estamos nos últimos lugares nos principais rankings, na economia paramos de crescer. Infelizmente, a inflação voltou. O conjunto da obra é muito mal feito pelo atual governo, é a razão do indicar desta pesquisa.

Continuar com serenidade, pé no chão, tem uma larga estrada a percorrer e sempre dizendo a verdade, dizendo aquilo que acreditamos - disse Aécio.

Campos, que tem percorrido o país desde o dia 4 de abril quando deixou o governo de Pernambuco, minimizou o impacto desse tipo de agenda para elevar o grau de conhecimento da população do seu nome. A pesquisa mostrou que 40% dos eleitores não sabem quem é o pré-candidato do PSB.

- Você não imagina que em 30 dias em um país com 200 milhões de pessoas, sem cobertura das pré-campanhas das televisões abertas, sem início do horário eleitoral, sem os debates, (que será possível se tornar conhecido). Entre os que já tomaram conhecimento, o próprio Datafolha fez o recorte e viu que a gente se posiciona em primeiro lugar.

O presidenciável argumenta que entre os mais jovens há um aumento do conhecimento de seu nome e esses são os que, segundo ele, "tem mais acesso à informação e que se interessam pelo debate eleitoral neste momento".

- Coisa que só vai acontecer com outra fração da população depois da Copa do Mundo.

Mesmo com a expectativa de ter um tempo de televisão bem inferior aos seus principais adversários, Campos acha que o horário eleitoral terá impacto na intenção de voto a seu favor.

- Mesmo a gente não tendo um tempo semelhante ao que a presidenta Dilma vai ter, (a população) quando começa a ver que chegou o tempo da propaganda, passa a conversar em casa, no ônibus, metrô, na igreja, e a buscar quem são candidatos. Até 19 de agosto não deve haver grandes mudanças nas pesquisas.

Eduardo Campos também aposta que estará em 19 de agosto num patamar de votos semelhante ao que a vice de sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, obteve na eleição presidencial de 2010.

- Vamos começar o dia 19 de agosto como ela terminou a eleição em outubro de 2010. Em votos válidos, a a gente já tem está bem perto. Vamos largar da onde ela chegou.

Carvalho diz que nunca acreditou que Dilma seja eleita no 1º turno
Já o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou, em Cuiabá (MT), que nunca acreditou que a presidente Dilma seria reeleita no primeiro turno em outubro.

- Não ganhamos (no primeiro turno) em 2002, não ganhamos em 2006, não ganhamos em 2010. Seria muito estranho que agora, com três candidatos de maior potencial, isso ocorresse – disse o ministro, durante um evento em defesa do legado da Copa, na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

Carvalho reconheceu que o cenário econômico pode estar contribuindo para uma avaliação negativa do governo federal.

- Mas não tenho dúvida, com todo respeito aos adversários, que quando a eleição começar e nós conseguirmos mostrar nossa obra nos últimos 12 anos, nos últimos quatro anos, venceremos a eleição – afirmou.

Líder do PT na Câmara, o deputado Vicente Vicentinho disse que viu os números com “alívio”. Ele está confiante numa vitória da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno.

Mesmo com a subida de Aécio Neves nas pesquisas, de 16% em abril para 20% em maio, Dilma se manteve dentro da margem de erro: em abril a presidente tinha 38% das intenções de voto, hoje tem 37%. Isso é motivo de otimismo entre os petistas, disse Vicentinho, que não comentou sobre a ascensão de Aécio.

- Vejo os números com alívio pois eles estão consolidando Dilma num patamar que deve lhe dar uma vitória ainda no primeiro turno. Considerando que o PT é o único partido que tem militância, acredito em vitória ainda no primeiro turno. A militância do PT vai fazer a diferença - disse Vicentinho.

Apesar de sua proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Vicentinho descarta o movimento do volta Lula manifestado por 75% dos petistas ouvidos na pesquisa Datafolha.

- Respeitamos o pensamento dos petistas, mas essa questão já foi resolvida no último encontro nacional do PT, que lançou Dilma como pré-candidata do partido. Isso mostra, contudo, que o nosso principal cabo eleitoral é muito querido, ao contrário dos nossos adversários. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não é bem avaliado pelos eleitores - mostrou Vicentinho.

Durante a entrevista coletiva em Cuiabá, Gilberto Carvalho foi questionado sobre o atraso nas obras da Copa do Mundo em Cuiabá, onde o aeroporto e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) não deverão estar prontos até junho.

- Não quero ser leviano para apontar responsabilidades. Mas o governo lamenta que não esteja tudo pronto – disse.

O líder do PSDB no Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que o resultado da pesquisa Datafolha divulgada hoje comprova movimento lento e seguro de declínio das intenções de votos e aprovação da presidente Dilma Rousseff. Ele diz que ainda não é o caso de rir de orelha a orelha com o crescimento de quatro pontos do candidato tucano Aécio Neves (MG) mas que é um bom resultado.

- O resultado do Datafolha é a demonstração de que o "lero lero" da presidente Dilma na TV, no 1º de maio, não surtiu o efeito esperado . Realmente há um movimento lento e seguro de declínio da avaliação e intenção de voto da candidata do PT. Foi um bom resultado pra nós - comemorou Aloysio Nunes.

Ele concorda que a atuação do PSDB e do candidato Aécio Neves na defesa da instalação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção na Petrobras está tendo um impacto positivo no crescimento da candidatura tucana. As pesquisas indicam que a população, maciçamente, apoia as investigações.

- Nossa insistência está tendo resultados positivos. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Conseguimos vencer as barreiras do governo no Senado e no Supremo. E quanto mais o governo tentar barrar a investigação, mais a presidente Dilma vai sangrar - disse Aloysio Nunes.

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