“O decreto 8.243 não cria uma nova forma de participação, mas um sistema de tutela sobre os cidadãos ou movimentos organizados que poderão atuar em conjunto com o governo na administração do Estado. A Constituição brasileira já garante o direito à livre manifestação e consagra a democracia representativa com eleições livres em que a sociedade escolhe seus representantes no Parlamento. O grande mérito desse modelo é que todos os brasileiros têm exatamente a mesma importância no momento do voto, independentemente de suas condições econômicas ou sociais, de sua origem, da preferência partidária ou do grau de envolvimento com a política.”
Roberto Freire, deputado federal (SP) e presidente nacional do Partido Popular Socialista (PPS), no artigo “Decreto de Dilma afronta a democracia representativa” , Brasil Econômico, sexta-feira, 13 de junho de 2014.
Freire dá uma no cravo e outra na ferradura. Tenta falar mal do decreto 8243, mas reconhece que trata-se de uma reforma que permite que os cidadãos e os movimentos organizados possam atuar em conjunto com o governo na administração do Estado. Depois faz um elogio da democracia representativa, como se não existisse a corrupção eleitoral, a compra de votos e a força do poder econômico nas eleições. Na minha opinião quem se entende por esquerda devia comemorar o decreto 8243 como um avanço institucional no rumo de uma democracia mais massiva e direta.
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