sábado, 21 de junho de 2014

Panorama político – Ilimar Franco

- O Globo

Mais amor no coração
Articuladores políticos da presidente Dilma avaliam que o tom da campanha subiu e que o governo, com obras e ações para mostrar, não precisa descer o nível como os adversários têm feito. Acreditam que a presidente-candidata se beneficia mais se o debate se mantiver no campo programático. Outra ala, no entanto, defende que o jogo tem de ser jogado abaixo da linha da cintura.

Morde e assopra
Mesmo os que defendem que a presidente Dilma não deve partir para a agressão reconhecem que ela precisou, nos últimos dois meses, fazer um discurso mais incisivo para levantar a militância nas redes sociais e conquistar os petistas. Lembram que, desde a eleição de 2010, a comunicação com o partido ficou em segundo plano e afirmam que o discurso mais identificado com os argumentos históricos do PT, do “nós contra eles”, foi necessário para a afirmação dela na legenda. E argumentam que a campanha deve alternar, a partir de agora, discursos mais programáticos com momentos de ataque.

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“Vamos reduzir os adjetivos e caminhar para os substantivos. A oposição só responde com generalidades. Vamos responder de forma programática”
Ricardo Berzoini
Ministro de Relações Institucionais
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Ok, você venceu
O governo avalia que a aliança de Lindbergh Farias (PT) com o PSB no Rio de Janeiro foi um ato de desespero de quem está isolado e precisa crescer nas pesquisas. Se a união fosse selada há dois meses, seria interpretada como traição.

Estranho no ninho
A união entre PSB e PT no Rio prejudica mais o presidenciável Eduardo Campos, na avaliação do governo Dilma. Lindbergh Farias não terá como deixar de fazer campanha para a presidente Dilma, e Eduardo acabará escondido na chapa.

Curinga
As conversas entre Eunício Oliveira (PMDB), candidato ao governo do Ceará, e Tasso Jereissati (PSDB) se intensificaram esta semana. Cotado para vice de Aécio Neves, Tasso pode acabar concorrendo ao Senado na chapa do PMDB, garantindo um palanque forte para o candidato tucano no Ceará. Eunício fora rifado pela presidente Dilma.

Na corda bamba
De acordo com estudo do pesquisador Alberto Almeida, do Instituto Análise, pelo menos oito governadores correm risco de não se reelegerem em 2014. Levantamento mostra que desde 1994, nas 104 campanhas à reeleição nos estados, todos os que tinham avaliação de governo de ótimo e bom inferior a 34% foram derrotados nas urnas.

Expectativa
Ainda não é dado como certo, dentro do governo, o apoio do PP à reeleição da presidente Dilma Rousseff. A resistência em estar com ela em 2014 em estados considerados importantes, como Minas Gerais e Rio Grande do Sul, preocupa

Conversa de boteco
Integrantes do governo estranharam o tom informal empregado pelo ministro Gilberto Carvalho na quarta-feira, ao contrariar o discurso adotado pelo PT e dizer que as vaias à presidente Dilma Rousseff não partiram só da elite branca.

O acordo fechado entre PR e Alexandre Padilha, em SP, foi interpretado pelo PT como uma sinalização de que haverá acordo no plano nacional.

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