domingo, 6 de julho de 2014

Brasília-DF- Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

Dilema da largada
Entre os três candidatos que mais pontuam nas pesquisas para presidente da República, quem vive o maior dilema é o do PSB, Eduardo Campos. Empenhado em sair do escanteio em que foi colocado diante da polarização que começa a surgir entre PT e PSDB na sucessão presidencial, seus estrategistas se dividem entre apostar num programa de governo capaz de conquistar setores do eleitorado, algo que todos os candidatos farão com poucas variações, ou partir direto para aquilo que integrantes de seu partido apontam como a porta mais segura: espalhar aos quatro cantos que é o único capaz de derrotar a presidente Dilma Rousseff num segundo turno, algo que Eduardo ouviu inclusive de um dos maiores empresários do país, Rubens Ometto, da Cosan, numa reunião em São Paulo.
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Os próprios socialistas consideram que seus votos num segundo turno não seguirão em bloco para o tucano Aécio Neves. Do outro lado dessa moeda, como Aécio encarna hoje a maior mudança em relação ao atual governo, a aposta é a de que os eleitores que escolherem o PSDB num primeiro turno apoiariam Eduardo, porque não desejam a reeleição de Dilma em hipótese alguma. Até o momento, Eduardo não usou esse discurso. Há quem diga que a hora de adotar esse plano é mais adiante.

Perdas & ganhos
O governo respirou no Congresso por esses dias sem movimento, com a paralisação da CPI da Petrobras, mas está preocupadíssimo com os prazos das medidas provisórias. A MP 641, que trata dos leilões de energia que precisam ser feitos imediatamente, foi aprovada a toque de caixa pela comissão especial na quinta-feira, enquanto a MP 643, que reconduz Herme Chipp ao comando da Operadora Nacional de Energia (ONS), corre o risco de terminar perdendo a eficácia.

Álcool no biodiesel
O setor sucroalcooleiro quer aproveitar a MP 646, que trata da adição de biodiesel no óleo diesel, para aumentar a mistura de álcool na gasolina. A ideia é atender o que desejam os produtores de etanol — elevar para 27,5% a mistura. A Anfavea recomenda 26%.

Avenida aberta
Depois da troca de comando no Ministério dos Transportes para atender o PR, Dilma Rousseff passará o resto da campanha com pedidos à porta, avaliam integrantes do próprio PT. No fim das contas, dizem alguns, ela não agradou a todo o PR porque faltou o Dnit e ainda perdeu o discurso de que não cede a pressões políticas.

Herdeiro
O deputado Sarney Filho (PV-MA) é o único da família que concorrerá a um mandato eletivo. Porém, ninguém acredita que será ele ficará com o patrimônio político do clã. Até aqui, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, e o senador Lobão Filho (PMDB) ocuparam esse espaço. Ainda que Lobão Filho tenha campanha difícil diante dos índices de Flávio Dino (PCdoB) nas pesquisas, é com ele e com seu pai que o grupo contará daqui para frente.

Olho no lance I/ O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e o da Defesa, Celso Amorim, têm se revezado no acompanhamento de vários jogos da Copa direto do centro de controle da segurança. Até aqui, diz Cardozo, tudo tem sido elogiado. Falta uma semana para terminar a tensão.

Olho no lance II/ Amorim ontem conseguiu assistir ao jogo no estádio. Pela manhã, teve reunião em Fortaleza para tratar da segurança dos Brics. Outro que acompanhou o jogo na área VIP, além do ministro do Esporte, Aldo Rebelo, foi o de Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo, escalado para ciceronear o presidente da Colômbia, Juan Manoel Santos, e diplomatas colombianos.

Estilo/ Mesmo com a derrota da seleção colombiana, o presidente do país, Juan Manuel Santos (foto), ainda deu entrevista aos jornalistas locais, antes de deixar o estádio e seguir para a Base Aérea. Pelo visto, não tem essa de sair com fama de pé-frio. Afinal, ele viu o jogo contra a Costa do Marfim e saiu de lá com a vitória da equipe treinada por José Pékerman.

Virou bordão/ Os deputados peemedebistas de Goiás se mostram meio incrédulos a respeito das chances de Íris Rezende na eleição estadual. Dia desses, um deles comentava: "O Júnior da Friboi conseguiu fazer o Roberto Carlos comer carne, mas não conseguiu fazer o Íris largar o osso".

E o feriadão segue/ Com o Brasil em campo na terça-feira, o fim de semana dos parlamentares só termina depois do jogo.

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