quinta-feira, 17 de julho de 2014

Para Serra, má-fase de Dilma beneficia tucano

André Guilherme Vieira - Valor Econômico

SÃO PAULO - A candidatura do tucano Aécio Neves à Presidência da República é beneficiada pelo momento de baixa popularidade vivido pelo governo Dilma Roussef (PT). A avaliação é do candidato do PSDB ao Senado, José Serra. Ao ser perguntado sobre o que a campanha de Aécio tem que a candidatura de 2010 à Presidência não conseguiu, o ex-governador de São Paulo e candidato derrotado na última disputa presidencial respondeu: "Na época não havia rejeição para o governo Lula, era muito baixa, de 20%. Ele tinha 80% de ótimo e bom na s pesquisas. Hoje a situação inverteu e 70% do Brasil quer mudar. Essa é uma diferença essencial", analisou, ao deixar o Teatro Folha, onde Aécio foi sabatinado ontem.

Questionado por uma jornalista se então não seria um mérito de Aécio, mas um demérito de Dilma, Serra discordou: "Não. Isso está na sua boca. Não. Eu acho que o candidato tem muito mérito, porque não basta a população querer mudar. Precisa encarnar a mudança. O nosso desafio é que o Aécio encarne essa mudança e eu acho que vem vindo muito bem nessa direção", justificou.

Para Serra, o ano de 2015 será "complicado" do ponto de vista econômico: "No ano que vem a situação [econômica] vai ser complicada, mas há fatores positivos. Você ter um governo que desperte mais confiança nos agentes econômicos vai provocar uma queda da taxa de juros de longo prazo", estimou. "Qual o problema hoje da contração de investimentos? É o receio sobre o que pode acontecer no futuro. E o maior receio é que a Dilma continue. No momento em que isso tiver saído da pauta e tivermos outro presidente, no caso o Aécio, o investimento privado vai ser retomado. E isso gera atividade econômica e empregos", previu o tucano.

Ao ser indagado se o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso teria ocupado pouco espaço na campanha presidencial em que foi derrotado por Dilma, em 2010, Serra negou que a figura de FHC tenha sido pouco utilizada.

Sobre a possibilidade de ser nomeado para um ministério, no caso de vitória de Aécio, o tucano desconversou: "Estou empenhado na minha candidatura."

Sobre a nota que daria ao agora ex-técnico da seleção brasileira, Luiz Felipe Scolari, preferiu não avaliá-lo: "Na minha vida pública, a declaração mais controvertida foi sobre um jogo do Palmeiras [então treinado por Scolari]. E o Felipão foi campeão do mundo com a seleção pouco depois disso [em 2002]."

Nenhum comentário:

Postar um comentário