quinta-feira, 14 de agosto de 2014

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Temendo Marina, PT cogita ‘volta, Lula’ de novo
A morte de Eduardo Campos, que comove o País, e sua eventual substituição por Marina Silva na disputa presidencial, provocaram uma reunião informal da cúpula do PT, mostrando temor pela candidatura da ex-ministra. A avaliação inicial do PT aponta Marina como a principal beneficiária do legado de Campos, o que levaria risco real de derrota para Dilma, por isso a substituição dela por Lula voltou a ser cogitada.

• Comoção
Lulistas do PT avaliam que a comoção pela morte de Eduardo Campos colocaria Marina em condições até de vencer a eleição presidencial.

• Reflexo
Além de favorecer eventual candidatura de Marina Silva, a morte de Eduardo Campos deve refletir nas campanhas do PSB a governador.

• Dez dias
Segundo a Lei Eleitoral (art. 13, parágrafo 1º), o partido tem prazo de 10 dias para indicar o candidato substituto, no caso de falecimento.

• Insegurança
Lula confia tão pouco no “taco” de Dilma que viajou a Brasília, nesta terça, para orientar sua entrevista no Jornal Nacional, afinal cancelada.

• Roberto Freire (PPS) é cotado a vice de Marina
A morte do ex-governador Eduardo Campos cria um novo cenário para a eleição de 2014. Candidata a vice, Marina Silva tornou-se a principal herdeira e liderança do PSB e substituta natural de Campos na disputa pela Presidência. Membros da coligação já avaliam as opções para a nova chapa, e ganha força como candidato a vice o pernambucano Roberto Freire, deputado por São Paulo e presidente nacional do PPS.

• Solução natural
O PPS foi o primeiro partido relevante a apoiar o projeto presidencial de Eduardo Campos, o que credencia Roberto Freire para ser o novo vice.

• Quase petista
O vice-presidente do PSB, Roberto Amaral, ligado a Lula, também é cotado para vice, mas estreitaria a aliança com os demais partidos.

• Nomes do Congresso
O deputado Júlio Delgado (MG) e o senador Antônio Carlos Valadares (SE) também são opções para vice, no PSB.

• A mão do destino
Tragédias em campanha favorecem substitutos. Em 1982, na Bahia, Clériston Andrade morreu em desastre aéreo dias antes da eleição. Escolhido por ACM, o desconhecido João Durval foi eleito governador.

• Outros desastres
Desastres aéreos já vitimaram outros políticos brasileiros, como os paulistas Ulysses Guimarães e Severo Gomes, ambos em outubro de 1992, e o pernambucano Marcos Freire, em setembro de 1987.

• Coincidência
O então ministro Marcos Freire morreu em acidente aéreo no Pará três dias após completar 56 anos, em 8 de setembro de 1987. Eduardo Campos morreu três dias após completar 49 anos, no último dia 10.

• Herança
A eventual candidatura de Marina Silva (PSB) pode tornar irrelevante a pretendida criação do partido Rede. É mais provável que os “verdes”, com Marina à frente, herdem o comando da sigla de Eduardo Campos.

• Fatos secundários
A tragédia de Eduardo Campos ofuscou a impugnação da candidatura de José Roberto Arruda (PR) ao governo do DF e o depoimento da ex-contadora do doleiro Alberto Youssef no Conselho de Ética da Câmara.

• Tonho da Lua
No olho do furacão por sua ligação ao doleiro Alberto Youssef, Luiz Argôlo ganhou apelido de “Tonho da Lua”, na Bahia. O deputado virou autista e faz campanha à reeleição como se nada tivesse ocorrido.

• Nepotismo de luxo
Sobre o calote do Brasil na ONU, o serpentário do Itamaraty acha que a prioridade da missão brasileira é pagar aluguéis dos apartamentos de luxo dos irmãos embaixadores Antonio e Guilherme Patriota, em Nova York. Um é subordinado do outro, mas o governo ignora o nepotismo.

• Racha petista
Facções do PT do DF se articulam para concentrar esforços no candidato ao Senado, Geraldo Magela, na tentativa de fazê-lo mais votado que o governador Agnelo Queiroz, candidato petista à reeleição.

• 1965-2014
Eduardo Campos era idealista, agradável, grande contador de histórias, e até se divertia fazendo política, embora a levasse a sério. Fará falta.

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