sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Panorama Político :: Ilimar Franco

- O Globo

O PSB e o PPS vão de Marina
O martelo já foi batido. Mas, antes do anúncio, os socialistas querem que Marina entenda que não é a candidata da Rede, mas de uma coligação. E que ela é a continuidade da saga iniciada por Eduardo Campos. Garantem que ele gostaria que seu projeto fosse mantido . E relatam que Campos e Marina se entendiam muito bem e acertaram pessoalmente as bases políticas e programáticas da aliança.

A ajuda pode virar dragão
Para efeitos de propaganda, os tucanos repetem ("felizes") que, com a candidatura de Marina Silva (PSB/Rede) à Presidência, o segundo turno está garantido. Mas, nos bastidores, estão aflitos. Avaliam que Marina poderá, a curto prazo, ampliar em até seis pontos as intenções de voto de Eduardo Campos (9%). Em outubro (2013), quando era candidata, Marina tinha 29% (Datafolha). Em novembro, 26% e em abril (2014), 27%. Estrategistas do PSDB relatam que em pesquisa de julho ela tinha 14%. "Ela vinha desidratando", comentou um tucano. Mas vêem agora o risco de ela recuperar terreno e virar uma alternativa viável contra a presidente Dilma.
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"Foi um casamento muito feliz. O Eduardo encontrou a Marina, e o PSB se uniu à Rede quando os socialistas buscavam a renovação "
Maurício Rands Integrante da coordenação do programa de governo da chapa Eduardo Campos/Marina Silva
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Interesses divergentes
A cúpula do PMDB avalia que seus dois candidatos a governos estaduais que apoiavam Eduardo Campos não migrarão para Marina Silva. Nelson Trad (MS) e Ivo Sartori (RS) são de estados com forte atuação do agronegócio.

E ela voltou
O PT acreditava que poderia ganhar a eleição de Aécio Neves no primeiro turno. No ano passado, eles comemoraram quando a Rede não foi registrada, e Marina ficou de fora da sucessão. Agora, a fatalidade recolocou Marina no jogo. A disputa será mais complexa, mas os petistas não creem que os eleitores de Aécio migrarão para Marina.

Procurando um rumo
Os candidatos socialistas à Câmara dos Deputados e Assembleias Legislativas vivem um momento de incerteza. Não sabem o efeito nas suas campanhas da substituição de Eduardo Campos (PSB) por Marina Silva (Rede).

A classe média instruída
Os tucanos consideram que o fundamentalismo religioso e ambiental de Marina Silva impedirá que eleitores da classe média instruída abandonem Aécio Neves. Os petistas, por sua vez, dizem que, no caso de segundo turno, esse mesmo fundamentalismo será um obstáculo para que esses eleitores tucanos migrem para Marina.

O herdeiro
Analistas independentes avaliam que o candidato do PSB ao governo de Pernambuco, Paulo Câmara, vai se beneficiar da comoção diante da morte de Eduardo Campos. O eleitor vai ficar sensível ao apelo de votar no herdeiro.

Disputa pelos evangélicos
Com a chegada de Marina Silva à disputa, que tem como parcela relevante do seu eleitorado os evangélicos, Pastor Everaldo, candidato do PSC à Presidência, terá de criar estratégia para não ver seus eleitores migrarem para a nova candidata.
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DIRIGENTES DO PSB garantem que não há resistências relevantes à confirmação da vice Marina Silva como a nova candidata do partido à Presidência.

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