sábado, 11 de abril de 2015

Igor Gielow - Divisor de águas?

- Folha de S. Paulo

Os protestos marcados contra Dilma Rousseff para este domingo (12) podem ser um marco na crise política de 2015.

No governo, é dado como certo que o impacto será menor do que o dos grandes atos do dia 15 de março. A crise então parecia mais aguda, e houve o ensaio geral do panelaço contra o pronunciamento da presidente uma semana antes.

Há muito de "spinning" palaciano neste cálculo, mas ele é compartilhado pelos organizadores dos atos e pela oposição. Os primeiros já falam que o importante é a capilaridade, não a quantidade. Os últimos, bom, eles não sabem direito o que fazer.

Caso seja um fracasso relativo, o dia 12 aliviará um Planalto que enfim fez algo nesta semana sobre seu nó central do começo deste ano, a negociação política em um ambiente econômico nefasto e volátil.

Não que Dilma tenha muito a comemorar, já que na prática passou a faixa presidencial para Michel Temer lidar com o PMDB. Uma medida extrema que, se fracassar, afundará o governo --com ou sem ruas.

Se os atos forem mais estrondosos do que todos esperam, contudo, aí vai ser um Deus nos acuda.

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Ver o ex-petista (se é que isso existe) André Vargas ser preso pouco mais de um ano após escarnecer do presidente do Supremo Tribunal Federal no plenário da Câmara é daquelas lições que todo político deveria registrar. Até mesmo Ernst Thälmann, o insano líder comunista alemão que popularizou o punho cerrado como gesto político nos anos 1920, deve estar se revirando na cova.

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Faltava uma praga para selar o destino de 2015 como "annus horribilis" brasileiro. Não mais. Os números da epidemia de dengue são assustadores. E reveladores da incapacidade do nosso poder público para lidar com problemas básicos.

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