segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Opinião do dia: Almir Pazzianotto

A fundação do Partido dos Trabalhadores, em fevereiro de 1980, dias antes da malograda greve de abril no ABC, prometia algo inédito na esfera político-partidária, diferente da radicalização das esquerdas, do peleguismo petebista, do insaciável apetite peemedebista, do reacionarismo arenista. Anunciava-se proposta nova para o País, cansado do autoritarismo, à espera da democracia.

Afirmava-se que com o PT no poder a desigualdade de renda seria reduzida; o mercado de trabalho, robustecido; a inflação, contida; os salários reais, elevados. Lula assumia o compromisso de ser ético na vida pública, de renovar a legislação trabalhista, sanear a estrutura sindical corrompida pelo peleguismo, de promover a reforma do Estado. A realidade mostrou-se outra. A moralidade transformou-se em virtude escassa nas esferas públicas e as promessas de mudanças foram esquecidas. O que hoje se vê são ex-ministros, deputados, senadores, sindicalistas, empresários condenados ou réus de ações criminais

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Almir Pazzianotto, advogado, ex-ministro do Trabalho e ex-presidente do TST, ‘Brasil 2016’, O Estado de S. Paulo, 21 de novembro, 2015.

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