segunda-feira, 25 de janeiro de 2016

Mercado reduz previsão para juro e aumenta a de inflação

• Boletim Focus revê cenário depois de reunião de Copom

Por O Globo

RIO - Depois da mudança de tom do Banco Central — com a divulgação de uma nota do presidente, Alexandre Tombini, com comentários sobre as previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira e a manutenção da taxa básica de juros (Selic) —, o mercado reviu as projeções para a taxa básica de juros e de inflação.

A previsão para a taxa básica de juros no fim de 2016 caiu de 15,25% para 14,64%, segundo o Boletim Focus, do Banco Central, que reúne as estimativas das principais instituições financeiras. Para a média do ano, o mercado reduziu de 15,30% para 14,84%. Já a expectativa para a inflação foi ampliada de 7% para 7,23%, distanciando-se mais do teto da meta do governo para o ano, que é de 6,5%. Para 2017, a previsão de inflação subiu de 5,40% para 5,65%.

Na semana passada, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 14,25%, dividido e sob pressão política para não aprofundar ainda mais a recessão econômica. A decisão foi marcada por polêmica. Na última terça-feira, o primeiro dia da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o presidente do BC, Alexandre Tombini, divulgou um comunicado inédito, logo pela manhã, no qual classificou de “significativas” as mudanças nas previsões do Fundo Monetário Internacional (FMI) em relação à economia brasileira. Na nota, de apenas cinco linhas, ele ressaltou que o FMI atribui a fatores não econômicos as razões para a “rápida e pronunciada” deterioração das previsões.

Um dia depois, o Copom acabou decidindo manter estável a taxa básica de juros da economia. Seis integrantes do Copom votaram pela estabilidade da taxa, enquanto outros dois defenderam alta dos juros para conter os preços.

Mudanças no PIB
O mercado também reviu as estimativas para o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB). Para 2016, a previsão agora é de recessão de 3%, ante 2,99% no relatório anterior. Para 2017, o crescimento estimado foi reduzido de 1% para 0,80%.

Ao mesmo tempo, foram ampliadas as projeções para o câmbio. Para o fim deste ano, a previsão subiu de R$ 4,25 para R$ 4,30. Para fim de 2017, passou de R$ 4,30 para R$ 4,40.

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