segunda-feira, 20 de junho de 2016

Lava-Jato faz peemedebistas se aproximarem para controlar crise

• Temer e Renan acertam aliança que deve render voto contra Dilma

- O Globo

-BRASÍLIA- Há uma máxima que rege as relações no PMDB: na crise, todos se unem. Em meio às turbulências da Operação Lava-Jato, os presidentes interino, Michel Temer, e do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que vivem uma relação de altos e baixos, reaproximaram-se. A aliança, acertada em conversas no Palácio do Planalto e no Palácio do Jaburu (residência oficial de Temer), inclui a possibilidade de Renan votar a favor do impeachment.


O presidente do Senado vinha falando desde o começo do processo que iria se abster, mas, a pessoas próximas, Renan admitiu não se manifestar na primeira votação, a que aprova ou rejeita o relatório da comissão do impeachment, no plenário. No entanto, deverá dar seu voto a Temer, num gesto de “boa vizinhança”, no julgamento final do afastamento de Dilma Rousseff.

Nas conversas que tiveram, Temer e Renan acertaram um pacto de governabilidade. Nos últimos dias, o presidente do Senado modulou suas declarações públicas sobre o presidente interino, fazendo elogios e o defendendo da delação do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que disse que Temer pediu a ele R$ 1,5 milhão para a campanha de Gabriel Chalita à prefeitura de São Paulo, em 2012.

— Nunca estivemos tão próximos — disse Renan durante entrevista no Senado, na semana passada.

Renan também bateu firme no procurador-geral da República, Rodrigo Janot, dizendo que ele “perdeu limites do ridículo e do bom senso”. Apesar de Temer querer distância de qualquer polêmica com Janot, a declaração de Renan foi vista com bons olhos.

Por trás dos afagos, está a necessidade de sobrevivência de ambos. Temer, que já chamou Renan de “sacripanta” (patife), precisa do correligionário para aprovar projetos de interesse do governo no Senado. Renan, por sua vez, busca estabilidade no comando da Casa e procura evitar ter o mesmo fim de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), afastado pelo STF .

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