sábado, 1 de outubro de 2016

BH - Campanha curta incomodou

• Candidatos à PBH avaliam que era preciso mais tempo de televisão

Fransciny Alves, Lucas Ragazzi e Luiza Muzzi – O Tempo

Após 45 dias de campanha, os candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte avaliam terem feito um bom trabalho nas ruas, embora a maioria tenha reclamado do pouco tempo de TV. Até mesmo quem está nas últimas colocações nas pesquisas ainda confia que os indecisos podem ajudar a chegar ao segundo turno.

O candidato do PT, Reginaldo Lopes, diz que o formato da campanha do ponto de vista da legislação teve avanços, mas ressaltou que é possível melhorar: “É preciso fazer alguns ajustes no modelo, mas no final acho que (a campanha) foi excelente. O eleitor está formando opinião nas últimas horas. Então, a expectativa é chegar ao segundo turno”.

Os candidatos Sargento Rodrigues (PDT) e Marcelo Álvaro Antônio (PR) também apostam nos indecisos para ir para o segundo turno. Eles ressaltaram ainda que a campanha teria sido melhor se tivessem mais tempo de televisão. “Um pouco mais de tempo, mais um minuto, teria ajudado muito, mas preferi ir desse jeito do que aceitar fazer os conchavos políticos”, disse Marcelo.

Já o pedetista afirmou que o melhor da campanha foi ter contato direto com a população, mas também criticou as pesquisas: “O tempo de televisão acaba impactando, mas o pior que vivi na campanha foram as pesquisa encomendadas por grupos poderosos e com metodologias direcionadas para beneficiar determinados candidatos”.

Alexandre Kalil (PHS) e Délio Malheiros (PSD) pontuam que foram alvos dos concorrentes durante os debates. “Achei suja a disputa. Com 23 segundos de TV fica complicado apresentar propostas, mas eu não faria nada diferente. Vamos ver o que a população vai escolher”, disse Kalil.

Délio afirmou que sua campanha foi de “alto nível”. “O mais complicado foi o tempo curto dessa campanha e do programa na TV. Sou o candidato da continuidade, ou seja, fica fácil de os outros atacarem”, relata. A expectativa dele é a de ir para o segundo turno.

Debate. Maria da Consolação (PSOL) e Eros Biondini (PROS) reclamaram de não terem sido convidados para os debates de TV. “Essa reforma do (Eduardo) Cunha prejudicou no tempo (de campanha) e no horário eleitoral. Eles poderiam ter nos convidado, inclusive para qualificar os debates, porque os rapazes são muito ruins, não têm propostas”, alfinetou Consolação.

Eros afirmou que poderia ter crescido nas pesquisas se tivesse participado dos debates. “Seria mais justo e democrático se eu tivesse sido convidado”, defendeu. “Apesar das adversidades que tivemos, estar tão bem pontuado assim, em terceiro no Ibope, é motivo de gratidão”, disse.

Luis Tibé (PTdoB) avaliou sua campanha como positiva. Segundo ele, um grupo de partidos pequenos conseguiu incomodar legendas tradicionais: “Os grandes têm a força do dinheiro. Nós temos a força das pessoas. Tenho certeza de que a população vai me dar um voto de confiança”, disse.

João Leite (PSDB) foi outro que afirmou ter feito campanha com as pessoas. “Confio que a disputa ocorra em torno das melhores propostas para Belo Horizonte, da experiência administrativa dos candidatos e do equilíbrio para exercer cargos públicos”, declarou.
Rodrigo Pacheco (PMDB) também está confiante em chegar ao segundo turno. “O saldo é muito positivo. Estou um ser humano melhor do que entrei depois dessa experiência”, afirmou. Ele acredita que não há “nada definido”: “O que tenho sentido nas ruas, principalmente depois do debate, é uma vontade de mudança”.

Já Vanessa Portugal (PSTU) destacou que sua campanha serviu para defender pontos fundamentais para o país. Segundo ela, no entanto, a eleição é desigual e, por conta disso, o resultado é o que menos importa: “Para domingo, a expectativa é normal, mas é o dia que menos importa. O que queríamos era defender nossos pontos de vista e espalha-los pela população”, conta.

Dia da eleição
Serviço. Para votar, não é necessário levar o título de eleitor, mas é imprescindível comparecer às zonas de votação com documento oficial de identificação com foto. A votação vai de 8h às 17h.

Candidatos devem se encontrar
Alguns candidatos à Prefeitura de Belo Horizonte devem se esbarrar amanhã quando se dirigirem às urnas para depositar seu voto. O local mais movimentado será a Escola Estadual Governador Milton Campos, mais conhecida como Estadual Central, no Lourdes, que receberá os três primeiros colocados – de acordo com a última pesquisa DataTempo/CP2.

Os adversários João Leite (PSDB), Alexandre Kalil (PHS) e Délio Malheiros (PSD) votam no Estadual Central. A previsão é de que o primeiro a votar seja Délio, às 9h30. O candidato irá acompanhado do prefeito Marcio Lacerda (PSB). Trinta minutos depois, será a vez de Alexandre Kalil.

João Leite, por sua vez, é esperado às 11h30. O tucano estará acompanhado do vice Ronaldo Gontijo (PPS). O Estadual Central também é o local de votação do senador Aécio Neves (PSDB). No entanto, diferentemente de outras eleições, em que acompanhou seus apadrinhados até as urnas, Aécio só deve chegar ao local na parte da tarde.

Os candidatos Sargento Rodrigues (PDT) e Eros Biondini (PROS) também devem se encontrar. Os dois votam no Colégio Santa Marcelina, no bairro São Luiz, na Pampulha. O pedetista é esperado às 10h, enquanto Biondini votará às 11h.(FA/LM)

AGENDAS EM BH
João Leite (PSDB). Visitou bairros na região Leste, Noroeste e Pampulha, e depois participou de encontro com mulheres.

Alexandre Kalil (PHS). Visitou uma área de risco de inundação no bairro Boa Vista. “É mais uma história de descaso da prefeitura com a população”, disse.

Délio Malheiros (PSD). Fez caminhada e conversou com moradores e comerciantes da região do polo moveleiro da avenida Silviano Brandão. Depois, realizou corpo a corpo no centro da capital.

Eros Biondini (PROS). Fez caminhadas pelas regiões da Pampulha e de Venda Nova, ao lado dos candidatos a vereador pelo PROS. “Nossos candidatos estão com uma aceitação maravilhosa”, disse.

Luis Tibé (PTdoB). Realizou carreata e caminhada no bairro Taquaril, na região Leste, e se reuniu com moradores na Vila Cemig, no Barreiro.

Rodrigo Pacheco (PMDB). Fez caminhada pelo bairro Nazaré, na região Nordeste, onde apresentou sua proposta das Unidades de vida Articulada, espaços de cidadania em vilas e favelas.

Maria da Consolação (PSOL). Realizou panfletagem em hospitais, participou do ato “Vamos com Maria pro segundo turno” e, à noite, foi sabatinada na Faculdade Milton Campos.

Marcelo Álvaro (PR). Além de reunir-se com a equipe de campanha, encontrou com empreendedores digitais do segmento de startups.

Reginaldo Lopes (PT). Fez caminhada na rua Caetés, na região central, e fez panfletagem na praça Sete. Além disso, se reuniu com a equipe de campanha: “Acredito que vamos virar”.

Sargento Rodrigues (PDT). Realizou caminhadas nos bairros Barro Preto e centro, onde ouviu reclamações sobre os serviços da prefeitura.

Vanessa Portugal (PSTU). Participou de um debate promovido pelo hospital Sofia Feldman e depois visitou uma ocupação urbana no centro.

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