quarta-feira, 5 de outubro de 2016

PF apura se governador do PT na Bahia usou caixa 2

• Operação Hidra fez buscas na sede do partido e em endereços de ex-ministros

Jailton de Carvalho - O Globo

-BRASÍLIA- A Polícia Federal fez uma operação de busca e apreensão na sede do diretório estadual do PT na Bahia para investigar suposto uso de caixa dois com dinheiro da OAS na campanha eleitoral de 2014 do governador Rui Costa. Na mesma operação, a PF fez buscas em endereços dos ex-ministros das Cidades Márcio Fortes e Mário Negromonte, ambos do PP, acusados de receber propina no período em que comandaram o Ministério das Cidades. Entre os investigados estão também dirigentes da Propeg, uma das maiores agências de publicidade do país.

As ordens de busca, em dois diferentes inquéritos, foram expedidas pela ministra Maria Thereza Rocha de Assis Moura, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). A polícia pediu buscas no gabinete do governador, mas a Procuradoria-Geral da República deu parecer contrário e a ministra não autorizou. Para o Ministério Público Federal, não há elementos suficientes na investigação para justificar uma busca na sede do governo da Bahia.

A chamada Operação Hidra teve como origem as delações premiadas da empresária Danielle Fonteles, dona da agência de comunicação Pepper; do empresário Benedito de Oliveira, o Bené; e da secretária dele, Vanessa Daniela Pimenta Ribeiro. Depois de fazer um acordo com a Polícia Federal, Danielle delatou que fez um contrato de prestação de serviços com a campanha de Rui Costa no valor aproximado de R$ 1,9 milhão. Parte da dívida, R$ 700 mil, foi paga pela OAS. O recursos não foram declarados à Justiça Eleitoral.

A empresária disse que fez o acerto do contrato, com o pagamento “por fora”, com Rui Costa. A OAS fez o pagamento a partir da simulação de um contrato de prestação de serviços de internet com a Pepper. Os custos do contrato fictício corresponderiam a 30% dos valores recebidos pela agência. Rui Costa afirmou, em nota, que desconhece a operação, e que recebeu com “estranheza e indignação” a notícia de que está sendo investigado.

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