• Governo pede a líderes aliados que tentem reduzir o número de candidatos
Temer, porém, se manterá publicamente neutro na disputa. Interino quer evitar erro de Dilma, que, ao apoiar adversário de Cunha, perdeu respaldo político
O presidente interino, Michel Temer, decidiu agir para evitar a implosão de sua base no Congresso, e para isso determinou que seus principais interlocutores pedissem aos líderes dos partidos aliados que demovam pré-candidatos à presidência da Câmara da disputa, que já tem pelo menos 15 interessados, seis deles registrados. Só no PMDB, são quatro concorrentes. Publicamente, porém, o governo mantém o discurso de que não vai interferir no pleito. Temer quer evitar o erro da presidente afastada, Dilma Rousseff, que articulou abertamente uma candidatura contra o ex-presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e acabou inviabilizando-se politicamente.
Contenção de danos
• Temendo implosão da base na Câmara, governo pede a aliados redução de candidatos
Eduardo Bresciani e Júnia Gama - O Globo
BRASÍLIA - Sob risco de implosão da base aliada por conta da disputa pela presidência da Câmara, que já tem 15 candidatos, o governo está procurando os líderes aliados e pedindo que eles negociem para reduzir ao máximo o número de concorrentes. O Planalto passou a operar nos bastidores numa tentativa de pelo menos amenizar as sequelas na sua base parlamentar. Publicamente, o discurso governista ainda é o de que não se envolverá na eleição, mas o risco de conflagração dos aliados alarma os articuladores do presidente interino, Michel Temer, que tem dito aos candidatos que o procuram que não terá um favorito.
Dois líderes de partidos aliados confirmaram a nova postura do governo ao GLOBO e disseram que a preocupação do Planalto é com o conflito que a corrida eleitoral pode gerar na base aliada.