domingo, 5 de março de 2017

Possíveis candidatos têm outras pretensões

Suplicy quer Senado, Haddad e Tarso não demonstram interesse

- O Globo

SÃO PAULO - Pelo menos três nomes apontados pela cúpula do PT como possíveis puxadores de voto na disputa por uma vaga na Câmara colocam empecilhos para entrar na disputa. A ideia de brigar por um mandato no ano que vem não agrada ao exprefeito de São Paulo Fernando Haddad, ao ex-governador do Rio Grande do Sul Tarso Genro e ao ex-senador Eduardo Suplicy.

Vereador mais votado de São Paulo no ano passado, com 300 mil votos, Suplicy tem afirmado em reuniões internas que gostaria de disputar o governo do estado, o Senado ou até uma prévia para a Presidência da República, se Lula não for candidato. A imagem de político honesto do ex-senador é vista como o principal trunfo do partido em São Paulo. O cálculo de petistas é que o ex-senador poderia garantir a eleição de pelo menos mais dois nomes, caso se candidatasse à Câmara.

— Está tudo em aberto — afirmou Eduardo Suplicy, ao responder a uma pergunta sobre os seus planos para 2018.

Lula já admitiu a aliados que será difícil impedir Suplicy de tentar voltar ao Senado se ele insistir na ideia.

Um outro possível puxador de votos em São Paulo seria Haddad, que, apesar de ter sido derrotado no primeiro turno ao tentar se reeleger prefeito no ano passado, teve 967 mil votos. Mas o ex-prefeito avalia que não tem perfil para cargos no Legislativo.

Já Tarso afirma que só aceitaria concorrer a deputado se fosse convocada uma Constituinte.

— Somente nesta hipótese valeria o sacrifício, já que, depois de tantos anos cumprindo mandatos, posso reorganizar a minha atividade política, combinando-a com a retomada da minha vida profissional e das minhas relações familiares — disse o ex-governador, acrescentando que não pretende disputar qualquer cargo na próxima eleição.

TARSO: AVALIAR CAMINHO DO PT
Principal líder da corrente Mensagem ao Partido, adversária do grupo que comanda a legenda, Tarso afirma ser “boa” a ideia de lançar nomes fortes para o Legislativo, mas avalia que antes é importante saber que caminho o PT vai adotar no congresso interno, que será realizado em junho:

— (A ideia de lançar quadros de destaque para Câmara) Não é uma panaceia. Tudo vai depender do grau de renovação que o PT vai processar no seu congresso e de como isso será compreendido pela sociedade.

Antes das definições das chapas para deputado federal, o PT deve lançar a candidatura de Lula à Presidência. A expectativa é que o ex-presidente seja apresentado como candidato já nas próximas semanas.

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