terça-feira, 2 de maio de 2017

Um 1º de Maio de festa e protestos no Rio e em São Paulo

Ao lado de estrelas sertanejas, CUT e Força exigiram negociação

Sergio Roxo, Luiza Souto e Bruno Dutra | O Globo

-SÃO PAULO E RIO- Centrais sindicais aproveitaram o 1º de Maio para promover eventos com shows de ídolos sertanejos e protestos contra as reformas trabalhista e da Previdência. Em São Paulo, a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical organizaram atos com a presença de poucos políticos e público menor que em anos anteriores. No Rio, a manifestação ocorreu na Cinelândia e condenou também a truculência policial que marcou protestos anteriores. Os atos de ontem foram majoritariamente pacíficos.

Na capital paulista, houve shows de Maiara & Maraísa, Simone & Simaria, Bruno & Marrone, Michel Teló e Zezé Di Camargo & Luciano. Dirigentes das centrais criticaram as reformas propostas pelo governo e ameaçaram novas manifestações como a greve da última sexta-feira. — Se o governo não entendeu, vai ter mais. Espero que o governo negocie e que a gente possa resolver isso sem barulho — pontuou o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, falando às milhares de pessoas que se reuniram na Praça Campo de Bagatelle, na Zona Norte da cidade. — Queremos um diálogo civilizado, que o governo sente para negociar. E queremos mudar a reforma da Previdência. Eles querem enfiar goela abaixo dos trabalhadores uma reforma que a gente não aceita.

Em ato na Avenida Paulista, Vagner Freitas, presidente da CUT, afirmou que o presidente Michel Temer é o “mais impopular da História do Brasil” e “não pode fazer as reformas porque nem tem legitimidade nem credibilidade para isso.” Freitas defendeu a realização de novas eleições diretas e convocou os trabalhadores para acompanharem o depoimento do ex-presidente Lula ao juiz Sérgio Moro, no dia 10, em Curitiba.

Os dirigentes vão se reunir na quinta-feira para decidir sobre possível marcha até Brasília ou nova greve geral. No ato, Freitas disse que se reunirá hoje com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros, para tratar das reformas. 

NO RIO, PRINCÍPIO DE TUMULTO 
Tradicionalmente disputados por políticos, os palanques de Força e CUT tiveram baixa participação de parlamentares. No evento da Força, além de Paulinho, estavam só os deputados Orlando Silva (PCdoB), Roberto Lucena (PV) e Major Olímpio (SD). No da CUT — que chegou a ser proibido por liminar obtida pelo prefeito João Doria (PSDB) —, o presidente do PT, Rui Falcão, clamou “pela libertação dos presos políticos do PT, que estão presos sem culpa formada e não têm direito a habeas corpus”.

No Rio, cerca de dez mil pessoas participaram do evento na Cinelândia, segundo a CUT. Além de críticas às reformas, os manifestantes condenaram a violência no protesto de sexta-feira.

— Não podemos admitir violência contra a liberdade de expressão — disse a diretora da CUT-Rio, Camila de Melo, referindo-se à repressão policial.

À tarde, houve princípio de confusão quando suposto integrante do Movimento Brasil Livre (MBL) interrompeu o discurso do deputado Wadih Damous (PT-RJ) com uma bandeira da monarquia e foi agredido por manifestantes.

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