terça-feira, 31 de outubro de 2017

Opinião do dia: Editorial/O Estado de S. Paulo

Por mais que tente, Lula da Silva não pode se desvencilhar de seu verdadeiro legado desde a ascensão do Partido dos Trabalhadores ao poder central, em 2003: uma profunda recessão econômica e a instalação de um sistema de corrupção sem precedentes na História do País, engendrado para submeter o Estado ao serviço do partido e de seu projeto de poder, além, é claro, de garantir uma próspera existência a seus próceres à custa do dinheiro público.

Tido como o primeiro operário a chegar à Presidência da República, favorecido por uma base de apoio popular e congressual sem precedentes, além de ter a seu favor a conjuntura internacional, Lula da Silva, caso inspirado por bons desígnios, poderia ter conduzido o País rumo ao benfazejo destino que antes era apenas sonhado. Mas, na encruzilhada da História, fez sua opção. Traiu o Brasil e os brasileiros.

--------------------
Editorial: ‘A traição original’/ O Estado de S. Paulo, 30/10/2017

A superreforma do ministério: Raymundo Costa

- Valor Econômico

Meirelles pode sair, mas Ilan e Dyogo ficam no governo

Apesar das pressões em sentido contrário, o presidente Michel Temer só pensa em mudar o governo no início de abril, quando 20 ou mais ministros e dirigentes de estatais devem deixar seus cargos para disputar as eleições de outubro de 2018. Atualmente, são 17 os ministros pré-candidatos a algum cargo eletivo, mas a conta não considera os ministros Henrique Meirelles (Fazenda), já lançado à Presidência pela bancada do PSD na Câmara dos Deputados, e dois outros homens-chaves do governo - Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil, e Moreira Franco, titular da Secretaria de Governo, que devem sobreviver à grande dança das cadeiras.

Chefe de um governo impopular, Temer conta com a grande mudança ministerial de abril como um trunfo a seu favor em 2018. Se 17 ministros saírem, são outros 17 que entram. Com a sucessão aberta em praticamente todos os Estados, inclusive nos maiores colégios eleitorais do país, nos quais até agora não despontaram favoritos, o governo federal tem possibilidades nas articulações de bastidor para a composição das alianças. Esse é um terreno em que Michel Temer, Eliseu Padilha e Moreira Franco sabem como poucos se movimentar.

Se recuperação econômica criar um ambiente mais favorável ao presidente - no momento quem cabala votos quer mais é distância- o Palácio do Planalto vai tentar organizar uma candidatura da situação. Por enquanto, mede as próprias forças. A curto prazo, o desafio é manter sob controle as demandas dos aliados que ajudaram o presidente e os dois ministros a salvarem seus pescoços e agora querem uma retribuição à altura no governo. Nos cargos com poder de multiplicação eleitoral e na pauta de votações do Congresso. Um bom teste deve ocorrer na votação de vetos prevista para a noite desta quarta-feira, com destaque para o projeto da convalidação dos incentivos fiscais.

A farsa em marcha: Merval Pereira

- O Globo

Como dizia aquele alemão barbudo (como o ex-ministro do STF Eros Grau se referiu a Marx certa vez), a História se repete como farsa. Caminhamos para uma eleição presidencial tão radicalizada quanto a de 1989, a primeira direta após o regime militar, que terminou em tragédia, com o impeachment de Collor. Só que com tons e nuances diferentes.

A esquerda tinha dois representantes naquela ocasião, o líder metalúrgico Lula e o líder trabalhista Brizola, que disputaram voto a voto a ida para o segundo turno contra o representante da centro-direita, Collor de Mello. Populismo de direita contra populismo de esquerda.

Lula derrotou Brizola por 0,67% e foi para o segundo turno contra Collor, e mais tarde admitiu que, naquele momento, não estava preparado para ser presidente da República. Foi em Divinópolis, na campanha de 2010, para eleger Dilma, que ele disse que agradecia por ter perdido a eleição presidencial de 1989, porque era “muito mais radical” e poderia cometer erros no governo.

“Hoje eu agradeço a Deus por não ter ganhado em 1989, porque eu era muito novo, muito mais radical do que eu era em 2002 e, portanto, eu poderia ter feito bobagem. Não bobagem porque eu quisesse fazer, mas pela impetuosidade, pela pressa de fazer as coisas.”

Hoje, tão radical quanto era em 1989, longe daquele Lula que escreveu a carta aos brasileiros em 2002 para dirimir as dúvidas do mercado financeiro e da classe média sobre seu radicalismo, considera-se preparado para voltar à presidência que exerceu entre 2003 e 2010, e a lembrança daquele tempo está viva na memória de cerca de 35% dos eleitores, segundo a mais recente pesquisa do Ibope.

Estresse ou ressaca?: Eliane Cantanhêde

- O Estado de S.Paulo

Num ano difícil para governo, Congresso e Supremo, feriado é pausa para pensar

Finalmente chove em Brasília, após uma seca insuportável e em meio a um racionamento de água cruel e constrangedor, mas os três Poderes não vão comemorar, com o Feriado de Finados bem na quinta-feira. O presidente Michel Temer se recupera em São Paulo, parlamentares e ministros do STF viajam e há um enorme estresse – ou “ressaca”, como prefere o presidente da Câmara, Rodrigo Maia – no Executivo, no Legislativo e no Judiciário.

O Executivo atravessou o ano às voltas com as denúncias da PGR contra Temer e atuais ministros, prisão de ex-ministros, arrocho fiscal, recuos embaraçosos e impopularidade recorde do presidente, apesar de o governo, objetivamente, vir ganhando todas as votações fundamentais.

No Legislativo, é muito desgastante derrubar não só uma, mas duas denúncias contra o presidente da República no mesmo ano. E um ano pré-eleitoral, com boa parte do Congresso em compasso de espera, enquanto a rebordosa da Lava Jato não chega contra quem tem mandato e foro privilegiado. Deputados e senadores dividem-se em oposição e governo e quanto ao mandato de Temer, mas se unem no pavor ao bicho-papão da Lava Jato.

Preocupação zero: Bernardo Mello Franco

Em julho de 2016, a Folha perguntou a Michel Temer se ele estava preocupado com a Lava Jato. "Não tenho a menor preocupação. Zero. Pode botar zero em letras garrafais", respondeu o presidente. Poucos meses depois, ele entrou de vez na mira da operação. Já foi denunciado duas vezes e escapou por pouco de perder o mandato.

Nesta segunda, o jornal "O Globo" perguntou a Temer se ele está preocupado com uma possível delação de Geddel Vieira Lima. A Procuradoria já concluiu que o ex-ministro não atuava sozinho. Ele tem enviado sinais de desespero da cadeia. Apesar dos avisos, o presidente repetiu a resposta anterior. "Zero. Põe zero em letras garrafais aí", ordenou.

Políticos não gostam de admitir preocupação com nada. Muito menos com o próprio pescoço. Temer não é exceção nessa lista. O manual da classe ensina a negar sempre. Mesmo quando os fatos mostram que a negativa não para em pé.

O tempo ruge: Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

Com 35% de intenções de votos, Lula largou na frente. Colheu os frutos de suas andanças pelo Nordeste e de uma estratégia de enfrentamento da Operação Lava-Jato

O presidente Michel Temer tem ainda 14 meses de mandato; na prática, sua “sombra de poder” pode não passar de seis meses, porque as articulações de 2018 começaram para valer e os políticos começam a se movimentar para decidir o que fazer nas eleições presidenciais. A pesquisa eleitoral do Ibope de domingo mostra, digamos assim, o estado da arte da sucessão presidencial. Com 35% de intenções de votos, Lula largou na frente. Colheu os frutos de suas andanças pelo Nordeste do país e de uma estratégia de enfrentamento da Operação Lava-Jato que busca desqualificar as acusações contra ele.

Nessa tarefa, foi ajudado, e muito, pelos ex-adversários citados nas delações premiadas de Marcelo Odebrecht e Joesley Batista, pela atuação do presidente Michel Temer para a Câmara rejeitar a denúncia do ex-procurador da República Rodrigo Janot e até pelo senador Aécio Neves (PSDB), presidente licenciado do PSDB, ao reverter no Senado a decisão da Segunda Turma do STF que o havia afastado do mandato.

É óbvio que ninguém quis pôr azeitona na empada de Lula, mas a política é assim mesmo, tem complexas relações de causa e efeito. O mais surpreendente na pesquisa, nesse caso, foi o fato de a economia não ter atrapalhado a vida de Lula. Inflação baixa e juros igualmente em queda livre, fim da recessão e a retomada do crescimento não tiveram impacto na vida dos eleitores que têm saudades de Lula. Esperto, o petista tratou de se desvincular do desastre causado pela política econômica de Dilma Rousseff, que jogou o país numa recessão profunda e desempregou milhões de brasileiros.

Quem quer Luciano Huck para presidente?: Ricardo Noblat

- Blog do Noblat

O PPS, marca fantasia do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, está dividido em três bandas

O apresentador Luciano Kuck simpatiza com a ideia de se filiar ao Partido Popular Socialista (PPS) para ser candidato à sucessão do presidente Michel Temer. Por ora, apenas simpatiza. Mas o PPS, marca fantasia do Partido Comunista Brasileiro, o Partidão, está dividido em três bandas.

Uma, liderada por Roberto Freire, seu presidente, defende internamente o nome de Huck. Freire e o apresentador já conversaram a respeito mais de uma vez.

A outra banda, de raiz paulista, prefere apoiar a candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB). A terceira, forte em outros Estados, apoia Cristovam Buarque (DF), líder do partido no Senado.

O PPS de raiz paulista, no último domingo, fez sua convenção estadual com a presença maciça de vereadores e de deputados. Alckmin passou por lá.

Em dezembro, o partido fará sua convenção nacional. É possível que ela sirva para definir quem o PPS apoiará na próxima eleição presidencial.

Destruindo riqueza: Hélio Schwartsman

- Folha de S. Paulo

A economia cresce encontrando soluções, em geral tecnológicas, para reduzir ineficiências e, nesse processo, libera mão de obra.

Um exemplo esclarecedor é o do emprego agrícola nos EUA. Até 1800, a produção de alimentos exigia o trabalho de 95% da população do país. Em 1900, a geração de comida para uma população já bem maior mobilizava 40% da força de trabalho e, hoje, essa proporção mal chega a 3%. Quem abandonou a roça foi para cidades, integrando a força de trabalho da indústria e dos serviços.

Esse processo pode ser cruel para com indivíduos que ficam sem emprego e não conseguem se reciclar, mas é dele que a sociedade extrai sua prosperidade. É o velho fazer mais com menos.

Contas penduradas: Míriam Leitão

- O Globo

O Orçamento de 2018 chega ao Congresso com fragilidades. As MPs que sustentam parte do esforço fiscal estão sendo enviadas junto com o Orçamento. Se não forem aprovadas ou se forem alteradas, muda a equação, cujo melhor resultado é um déficit de R$ 159 bi. A questão fiscal se agravou muito nos últimos anos, e a melhor medida é a dívida pública, que atingiu 73,9% do PIB. O déficit do INSS bate recordes.

Pelo menos, o cenário econômico que o governo traçou para fazer a previsão das suas contas é positivo e possível. Pelas projeções, a inflação subirá um pouco, mas ficando no centro da meta. Os juros ficarão estáveis na casa dos 7%, e o PIB crescerá 2%, pela avaliação do Ministério do Planejamento, estimativa considerada conservadora pelo próprio ministro Dyogo Oliveira. Claro que num ano eleitoral as incertezas podem provocar turbulências no câmbio, que afetam os juros e a inflação, mas tem chance de ser mesmo um ano de recuperação. O problema é que a incerteza fiscal permanecerá.

A mediocridade do crescimento de 95 a 2016: Antonio Delfim Netto

- Valor Econômico

O quadro geral dos últimos 20 anos é desolador

Os números preliminares do Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos (Codace) da Fundação Getulio Vargas, sugerem que a grande recessão que vivemos teve início no segundo trimestre de 2014 e terminou no quarto trimestre de 2016. Durou 11 trimestres. Produziu uma queda acumulada do PIB da ordem de 9%. Tratou-se de um ciclo absolutamente autóctone, produzido por uma política econômica voluntarista a partir de 2012, como se vê na tabela 1 abaixo.

Como é evidente, a comparação do comportamento de uma economia tem que ser referenciada à conjuntura real da economia mundial em que ela esteve inserida. No período registramos uma taxa de crescimento 15 vezes menor do que a de nossos companheiros (emergentes + em desenvolvimento) e 5 vezes menor do que as economias avançadas. Mais trágica foi a "variabilidade": 61 vezes maior do que a dos emergentes e 40 vezes maior do que as economias avançadas.


Se chamarmos o retrato de caótico não estaremos exagerando. O que surpreende é assistir ao espetáculo da oposição no Congresso. Cega pela paixão ideológica, recusa a aritmética em favor da "lógica do grito" e atribui tal tragédia à administração de Temer. Ela deixará sua marca registrada no resultado da mais pobre e irresponsável CPI já feita no Congresso, onde se "provou" que a Previdência é "superavitária"!

O custo da governança – Editorial: O Estado de S. Paulo

A oposição ao governo de Michel Temer costuma acusar o presidente de “comprar” o apoio de partidos e parlamentares com verbas e cargos, já que, com baixa popularidade, não conseguiria governar de outra forma. Teria sido assim, segundo essa acusação, que Temer obteve os votos necessários na Câmara para escapar das denúncias de corrupção.

Tal versão procura caracterizar o governo de Temer como essencialmente dependente do fisiologismo do Congresso – dependência que, conforme dizem os opositores, faz o presidente gastar mais com deputados corruptos do que com as necessidades do País. “O Temer gastou R$ 14 bilhões comprando deputado”, disse o chefão petista Lula da Silva, referindo-se à votação da primeira das duas denúncias contra o presidente, dando o tom das críticas ao governo. O ex-presidente acrescentou que Temer gastaria “mais R$ 12 bilhões” e com todo esse dinheiro “daria para resolver o problema da educação”. E arrematou: “O que é melhor para o País? Investir em educação ou gastar com deputado para votar?”.

A bravata de Lula é obviamente simplista, como costuma acontecer em discursos políticos, particularmente nos pronunciamentos do ex-presidente, que nunca desceu do palanque. Apesar disso, não foi preciso muito esforço dos petistas para disseminar a ideia de que o governo Temer só continua de pé porque apelou para o mais rasteiro toma lá dá cá, em proporção jamais vista na história do País, e que está “enfraquecido” diante de uma presumida “inflação” no custo dos deputados em troca de apoio daqui para a frente.

Distorções na concessão de aposentadorias – Editorial: O Globo

Caso em julgamento no Tribunal de Contas do Rio é exemplo de desvios que existem na previdência dos servidores e que agravam a má distribuição de renda

A apresentação do projeto de reforma da Previdência pelo governo Temer dá uma contribuição positiva, além dos efeitos em si nas desequilibradas contas públicas, ao aprofundar o debate sobre o tema, chamando a atenção para distorções que agravam a distribuição de renda no Brasil. Estes meses de debates já permitem constatar que privilégios garantidos a categorias de servidores públicos são poderoso indutor de injustiças sociais.

O déficit da previdência do funcionalismo da União, por exemplo, com apenas um milhão de aposentados, tem acumulado rombos anuais maiores que o do regime geral (INSS), do setor privado, com 33 milhões de segurados — em 2015, o sistema de aposentadoria dos servidores teve de receber R$ 90,7 bilhões para fechar as contas, enquanto o INSS, com 33 vezes mais aposentados, necessitou de R$ 85 bilhões.

Decoro, senhores – Editorial: Folha de S. Paulo

Não foi, a bem dizer, o pior entrevero registrado entre membros do Supremo Tribunal Federal. Ainda assim, causa consternação o episódio ocorrido durante a sessão de quinta-feira (26). Discutia-se o tema, em princípio bastante neutro do ponto de vista ideológico-político, da extinção do Tribunal de Contas dos Municípios do Ceará.

Contudo, o acúmulo de tensões entre os ministros Gilmar Mendes e Luís Roberto Barroso era tal, dada a discordância que manifestam acerca da Lava Jato e outros assuntos, que o exame da matéria degenerou numa série de provocações pueris —enquanto a presidente da corte, Cármen Lúcia, tentava de modo tíbio interromper a refrega.

"Nós prendemos, tem gente que solta", espicaçou Barroso, aludindo a concessões controversas de habeas corpus por parte de Gilmar Mendes. Este replicou lembrando que o oponente se referiu ao mensalão petista, de modo ambíguo, como "ponto fora da curva".

Madri intervém e põe nas urnas destino da Catalunha – Editorial: Valor Econômico

O governo espanhol interveio na Catalunha, um episódio inédito desde a redemocratização do país. O primeiro ministro Mariano Rajoy nomeou a vice-presidente Soraya de Santamaría como governadora da região autônoma, enquanto forças policiais e ministérios passaram a ser comandadas por Madri. O líder catalão deposto, Carlos Puigdemont, evitou a radicalização e defendeu uma "oposição democrática" sem recurso à violência. A intervenção é uma armadilha para os dois contendores. A tentativa de independência catalã, porém, não deve ser um ponto de não retorno entre Madri e Barcelona por um motivo óbvio desde o início: ela divide profundamente os próprios catalães.

Com os catalães divididos, o jogo da pressão separatista de Puigdemont voltou-se contra ele, a ponto de obrigá-lo, depois de tornar o caminho da declaração da independência quase irreversível, a protelações desmoralizantes. O Parlamento catalão só declarou a independência na sexta-feira, horas antes de o Senado espanhol, com o apoio da oposição socialista, decidir pela intervenção. Puigdemont já vinha sofrendo erosão de seu capital político à esquerda, pelas vacilações em pedir rapidamente a chancela dos parlamentares ao resultado do referendo, do qual apenas 42% do eleitorado participou.

Ala sugere Alckmin na presidência do PSDB para resolver disputa interna

Igor Gielow / Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Sob risco de entrar na disputa presidencial de 2018 rachado, o que pode ser fatal para suas pretensões, o PSDB estuda alternativas para unificar a sigla.

A mais recente, levantada por um grupo de membros da cúpula, é tentar convencer Geraldo Alckmin a ser o novo presidente do partido.

O governador de São Paulo é pré-candidato a presidente da República, e no momento está em posição de vantagem sobre o prefeito João Doria pela indicação.

Como o presidente interino do partido, senador Tasso Jereissati (CE), indicou que poderá disputar o comando com o governador Marconi Perillo (GO), alguns líderes buscam um terceiro nome.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso sempre é lembrado, ainda que ele rejeite a hipótese, mas o nome de Alckmin surgiu por uma leitura algo óbvia: nem Tasso, nem Marconi poderiam negar apoio a seu nome.

Tasso não consegue unificar PSDB do Espírito Santo

Leonel Rocha | O Estado de S. Paulo

O presidente interino do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), não conseguiu evitar uma disputa interna na eleição do diretório estadual do partido no Espírito Santo. Na convenção marcada para o dia 11 de setembro vão concorrer dois grupos. Um encabeçado pelo prefeito de Serra, Max Filho, e outro liderado pelo vice-governador capixaba, Cezar Colnago. Em uma reunião agora à noite na liderança da bancada tucana do Senado, Tasso tentou fechar uma aliança e a apresentação de chapa única, mas nenhum dos concorrentes abriu mão.

Além dos dois candidatos à presidência do PSDB capixaba, participaram do encontro o senador Ricardo Ferraço e o ex-prefeito de Vitória Luiz Paulo Velozo Lucas. Pelo estatuto do partido, se a chapa derrotada na convenção estadual obtiver pelo menos 20% dos votos dos convencionais, terá direito a indicar o número de cargos proporcional ao apoio obtido na convenção.

Meirelles é cotado para ser vice de Luciano Huck

Andreza Matais / O Estado de S. Paulo

A última especulação em torno da participação de Luciano Huck na eleição presidencial de 2018 seria uma chapa encabeçada pelo apresentador e tendo como vice o ministro Henrique Meirelles. Interlocutores do PSD, partido do ministro da Fazenda, brincam respondendo que só se inverterem a chapa. Em setembro, Meirelles postou no Twitter: “Não sou pré-candidato à presidência”.

Num evento em São Paulo hoje, o ministro afirmou que considera “interessante” a possibilidade de ser candidato a vice-presidente da República em 2018, sem dar mais detalhes, ao responder a um dos participantes. “Vice é até interessante, fui convidado para isso pelo presidente da República em 2010 e depois em 2014”, disse, sem dar mais detalhes. Minutos depois, Meirelles disse que a frase era uma “brincadeira”. A pergunta não mencionou Huck.

Recentemente, Meirelles ganhou um elogio da diretora do FMI, Christine Lagarde, que disse em reunião reservada com ministros da Fazenda de vários países que o trabalho que ele vem fazendo no Brasil é “amazing”.

Para o PSDB vencer as eleições precisa estar unido, diz João Doria

Simone Machado / Folha de S. Paulo

SÃO JOSÉ DO RIO PRETO - O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), mais uma vez voltou a sugerir unidade entre ele e o governador Geraldo Alckmin em eventual chapa à Presidência. "Para o PSDB vencer as eleições precisa estar unido", disse.

A afirmação foi feita nesta segunda-feira (30) em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, após ele ser questionado sobre a disputa interna com o colega tucano nas eleições de 2018.

Na última pesquisa Ibope, divulgada nesta segunda, Doria teve apenas 4% das intenções de voto, ficando atrás de Alckmin, com 5% —Lula lidera as intenções de voto no primeiro turno, com 35%, seguido de Jair Bolsonaro, com 13%, e Marina Silva, com 8%.

"Já é uma demonstração clara de que se nós juntarmos forças estaremos numa posição bem mais competitiva do que agora. Temos um ano de trabalho pela frente", disse o prefeito. "Se estivermos unidos, vamos somar partidos e ganhar forças. E, numa eleição difícil como esta que vem pela frente, será a medida adequada."

O prefeito recebeu o título de cidadão honorário rio-pretense na Câmara de Vereadores. Cerca de 20 manifestantes aguardavam o tucano na entrada com pratos de ração, em alusão à farinata, alimento que ele incluiu em projeto de combate à fome na capital e que o colocou no centro de uma polêmica. No entanto, Doria entrou na Câmara pelo estacionamento.

Após a solenidade, ele seguiu para um salão de eventos, onde se reuniria com empresários da região.

Marina responde a Ciro e afirma que não age 'ao sabor das ondas'

Thaiza Pauluze / Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - "Quem tem compreensão política não age de acordo com o sabor das ondas." Com essa frase, Marina Silva (Rede) respondeu à crítica feita por Ciro Gomes, pré-candidato pelo PDT às eleições de 2018.

Ciro disse, em evento no dia 19 de outubro no Rio, que o "momento é muito de testosterona".

"Não a vejo [Marina] com energia, e o momento é muito de testosterona. É mau para o Brasil, mas é um momento muito agressivo e ela tem uma psicologia avessa a isso", declarou o ex-ministro.

Na saída de um debate sobre impactos econômicos do desmatamento, promovido pelo Instituto Escolhas e pela Folha, Marina defendeu que o importante é discutir programas e ideias.

A ex-ministra do Meio Ambiente disse que agiu da mesma forma nas eleições de 2010 e 2014 e que essa postura é a sua contundência, sua energia. "É discutir projeto de país e não projeto de poder." Disse ainda que em breve o partido fará o anúncio de quem concorrerá ao pleito.

TSE, Defesa e Abin traçam ações para barrar ‘fake news’

Corte eleitoral, órgãos do governo e empresas discutem estratégias para evitar proliferação de notícias falsas nas eleições de 2018

Rafael Moraes Moura e Vítor Marques / O Estado de S.Paulo

BRASÍLIA - O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) prepara uma força-tarefa para combater a disseminação de “fake news” nas disputas do próximo ano. A proliferação de notícias falsas e a atuação de robôs na internet também estão em discussão no Exército, na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e na Polícia Federal. O objetivo é evitar o impacto negativo de mentiras nas eleições, a exemplo do que ocorreu nas campanhas americanas e francesas, de Hillary Clinton e Emmanuel Macron.

O tema é visto com preocupação por integrantes do governo e TSE. Funcionários do tribunal já se reuniram com representantes do Google e Facebook para elaborar estratégias.

O Ministério da Defesa, conforme antecipado pela coluna Direto da Fonte, vai auxiliar a corte no combate aos crimes eleitorais cometidos por organizações e também relativos ao ciberespaço. “É da maior importância essa questão dos crimes cibernéticos relativos a eleição e resultados eleitorais”, afirmou o ministro Raul Jungmann ao Estado.

As sem-razões do amor: Carlos Drummond de Andrade

Eu te amo porque te amo,
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no eclipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.