segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Dissidentes do PSDB e PSB desistem de ir para o PSL

Igor Gadelha / O Estado de S. Paulo.

BRASÍLIA - A ida do deputado Jair Bolsonaro (RJ) para o PSL para ser candidato à Presidência pelo partido fez um grupo de pelo menos outros 12 deputados federais desistir de se filiar à legenda. O grupo era formado principalmente por parlamentares jovens dissidentes do PSDB e PSB.

Capitaneados pelo deputado Daniel Coelho (PSDB-PE), esses parlamentares negociavam a filiação com a ala do PSL intitulada de Livres, que comandava 12 diretórios estaduais e era liderada por Sérgio Bivar, filho do deputado federal e ex-presidente da legenda Luciano Bivar (PE).

Nas conversas com os deputados, a promessa era que o PSL mudaria o nome para Livres e que o novo partido passaria a atuar como uma espécie de “movimento”, com viés liberal tanto na economia quanto na política. “Não ia ser um partido de caciques comandando e o resto sabendo depois”, disse Coelho ao Estadão/Broadcast.

Os deputados do PSDB que conversaram com o PSL fazem parte da ala conhecida como “cabeças-pretas”, tucanos mais jovens que demonstram descontentamento com o governo Michel Temer. Entre eles, estavam o próprio Coelho, Pedro Cunha Lima (PB), Mariana Carvalho (RO) e Pedro Vilela (AL).
“Quando eles (PSL) procuraram esse grupo de pessoas para conversar, procuraram com um proposta de que o partido seria diferente, viraria Livres, com mudança do estatuto. Um partido que teria instrumentos de participação da sociedade, que seria moderno. Mas acho que abortaram essa ideia”, afirmou Coelho.

Bolsonaro acertou a ida para o PSL em janeiro. Como é deputado federal, ele e os integrantes de seu grupo que são parlamentares só vão se filiar em março, durante a janela que permite a troca partidária, sem risco de perda de mandato. Na negociação, Bolsonaro exigiu ter o comando da sigla, o que já foi efetivado.

Em recente convenção, Luciano Bivar pediu licença da presidência do PSL até novembro. Assumiu interinamente Gustavo Bebiano, advogado de Bolsonaro. Ele fica no cargo até abril, quando o deputado Eduardo Bolsonaro, filho do presidenciável, deve assumir o comando da sigla.

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